Geografia Politica

Geografia Política

A Geografia Política surge numa época de preocupação com a consolidação e o fortalecimento do Estado Territorial Moderno, como conhecemos hoje, como praticamente o conhecemos nos dias atuais. Havia uma falta de instrumentos intelectuais que ajudassem nessa tarefa e assim surge este campo de estudo da geografia, que durante muito tempo foi a área de maior ocupação desta ciência.

Um dos grandes contribuintes para a formação do Estado Territorial, ou seja, do estado com território definido, soberano, e com um poder centralizador, foi a assinatura da Paz de Westfália em 1648. Este acordo possibilitou a emergência de um novo sistema político onde se reconhece a igualdade de direitos a todos os Estados. Este fator aliado ao protestantismo de Lutero em 1715 fez com que houvesse um debilitamento do poder da Igreja Católica Romana, antes tida como universal. Com o enfraquecimento do poder central da igreja ocorre uma mudança nas relações do poder onde o monarca aparece com força e este passa a administra seu respectivo território com maior liberdade. Durante este período o número de conflitos internos diminui, uma vez que todas as cidades-Estado que formavam o Estado Territorial passaram a ser protegidos pelo exército do rei, e este em troca recebia mantimentos para sustentar seus militares. Com isto os estados aumentaram seu poder militar gerando preocupação em relação aos demais, já que suas forças iam aumentando.

Durante esta época surge Friedrich Ratzel geógrafo alemão, fundador da geografia política moderna, nasceu em 30 de agosto de 1844 em Karlsruhe. Aos 21 anos ingressa no curso de geologia, freqüentando as universidades de Heidelberg, Jena e Berlim. Em Jena passa a estufar geologia com Haeckel, que exerceu uma grande influência sobre sua formação. Um ano após ingressar na faculdade é convocado para a guerra, depois volta a estudar geologia dom Zittel, em Munique. Nesta época passa a escrever artigos sobre geografia, para um periódico. Lecionou na Universidade de Munique entre 1875 e 1886, e desta data até sua morte foi professor de geografia da Universidade de Leipzig.

Em 1882 é publicado o primeiro volume da “Anthropogeographie” (Antropogeografia) onde desenvolveu a tese de uma relação causal entre as características do meio-ambiente natural e as realizações humanas. Em 1991 o segundo volume. Em 1897 publica “Politische Geographie” (Geografia política), onde estão os princípios de seu pensamento. Neste estabeleceu uma analogia biológica entre os mecanismos de contração e expansão dos países, ou seja, a tendência dos povos a limitarem ou ampliarem fronteiras segundo as necessidades de espaço vital (Lebensraum). Esta obra é ponto de partida da geopolítica.

Ele entendeu a geografia como uma ciência natural, privilegiou o elemento humano (território, espaço), manteve a geografia como uma ciência empírica.

Ratzel viveu o processo de formação do Estado moderno Alemão, tendo escrito a maior parte de seus trabalhos no período bismarckiano de consolidação desse Estado. Ele viu a Alemanha ficar de fora da partilha do mundo, devido à consolidação tardia do estado Alemão.

Para Ratzel a unidade do Estado depende da unidade territorial e que esta, por sua vez, depende da ligação espiritual entre os habitantes, o solo e o Estado. Trata-se , assim, de uma unidade nacional territorial comandada pelo poder central com políticas corretas a fim de evitar rupturas e conflitos.

O Espaço: é a fonte de vida. A análise das relações, entre o Estado e o espaço, foi um dos pontos privilegiados da Antropogeografia. O território representa as condições de trabalho e existência de uma sociedade Espaço Vital, os Estados necessitam de espaço, como as espécies, por isso lutam pelo seu território, seu domínio como as espécies. O estudo da influência do ambiente na política de uma nação ou sociedade. 'Espaço vivo' ou vital (Lebensraum), que se preocupa com a relação de grupos humanos com os espaços do seu ambiente. Seu conceito de 'espaço vivo' foi depois usado pelo Partido Nacional Socialista (Nazista) para justificar a expansão germânica e a anexação de territórios que precedeu a segunda guerra mundial. Mas durante a sua época, a sua teoria era vista com desconfiança, pois poderia servir para de justificativa para o expansionismo germânico. A França foi o placo das maiores críticas à Ratzel, principalmente com Vallaux. Foi ele que identificou o germanismo nas teorias de Ratzel. Outra divergência ao geógrafo alemão foi a adoção do possibilismo ao invés do determinismo defendido por este. Via na diversidade regional a formulação para a consolidação do Estado, ao contrário de Ratzel que defendia o Estado centralizador e homogêneo. No Determinismo Geográfico: o homem é o que determina seu meio natural (como na luta das espécies).