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Gilbués

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Por:   •  28/3/2015  •  583 Palavras (3 Páginas)  •  194 Visualizações

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A Geografia é uma ciência que tem como principal finalidade a investigação dos processos e interações que ocorrem na paisagem e a organização dos arranjos espaciais que se realizam no espaço geográfico, incluindo neste contexto os aspectos climáticos, geomorfológicos, pedológicos, ecológicos, hidrológicos e humanos. Assim, a Geografia vem assumindo especificidades na tentativa de desenvolver pressupostos teórico-metodológicos que abordam a influência do clima e aspectos morfopedológicos na gênese, dinâmica e até mesmo na intensificação de processos de degradação ambiental que ocorrem na paisagem, tais como: desertificação e arenização. Desde a ocupação das populações indígenas, a área de estudo foi denominada pelos nativos de Jeruboés, que significa “Terra Fraca”, o que já demostrava a percepção dos grupos indígenas como “espaço frágil”, ou seja, ainda nesse período, a paisagem de Gilbués já apresentava intensa morfogênese e processos erosivos atuando fortemente na região.

A região de Gilbués é denominada oficialmente pelo Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca como um dos “núcleos de desertificação” do nordeste brasileiro, sendo considerado o maior núcleo do país com extensão de aproximadamente 6.131 km2. Contudo, o núcleo de Gilbués apresenta condições ambientais que distingue das áreas suscetíveis à desertificação no nordeste brasileiro.

Os núcleos de Irauçuba-CE, Cabrobó-PE, Seridó-RN tem clima semiárido (presença de aridez), totais pluviométricos inferiores a 800 mm/ano, extensos períodos de estiagem, escassez de recursos hídricos, embasamento cristalino, solos pedregosos e rasos, Caatinga e depressões interplanálticas como principal forma de relevo (BRASIL, 2004).

O núcleo de Gilbués apresenta clima tropical subumido com pluviosidade em torno de 1.200 mm/ano, ausência de aridez e de extensos períodos de estiagem, abundância hídrica e embasamento sedimentar, solos areno-argiloso, vegetação de Cerrado, chapadas, morros isolados e rampas longas como feições geomorfológicas.

Do ponto de vista climático, Sales (1997) considera a região de Gilbués como fora das zonas suscetíveis à desertificação, por apresentar valores de aridez que não correspondem com os propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Pela proposta da ONU as áreas sujeitas à desertificação teriam índices de aridez inferiores a 0,65. A região de Gilbués possui índice de aridez variando entre 0,86 a 0,96 (SALES, 1997), portanto bem acima do valor de referência da ONU. Nessa perspectiva surgiram dúvidas e contestações referentes ao enquadramento da degradação ambiental de Gilbués como área onde ocorre desertificação.

Todavia, o fato desse processo de degradação em Gilbués não se constituir como área em desertificação, não significa desprezar e abandonar os problemas que ali ocorrem e tampouco a urgência de delinear politicas e ações de planejamento e controle para a recuperação das áreas degradadas.

Conforme os diversos conceitos apresentados pela literatura sobre o processo de desertificação e diferenças geoambientais do núcleo de Gilbués com os demais, considerou mais adequado, nesta pesquisa, o emprego do conceito/termo de “Arenização”, para elucidar o processo de degradação ambiental e erosão do solo característico

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