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Por:   •  3/3/2015  •  1.162 Palavras (5 Páginas)  •  219 Visualizações

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TOPIK, Steven C. “COMÉRCIO E CANHONEIRAS. Brasil e Estados Unidos na Era dos Impérios (1889-97).” Trad. Ângela Pessoa. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.*

p.11) “A política externa incipiente da Primeira República tem sido igualmente pouco valorizada.” “A opinião aceita é que somente quando o Barão do Rio Branco foi nomeado Ministro das Relações Exteriores no governo do presidente Rodrigues Alves o Brasil desfrutou de uma política externa enérgica e coerente, capaz de assegurar a hegemonia nacional.” “Veremos que o papel fundamental de Mendonça ao forjar a ‘aliança íntima’ durante os primeiros anos da República foi crucial para a formação de uma ‘aliança informal’ com os Estados Unidos, muitas vezes citada como uma das mais importantes realizações do Rio Branco. E que em vez de cair no domínio do poder imperialista dos Estados Unidos, Mendonça, Floriano e outros republicanos usaram os norte-americanos como uma alternativa anti-imperialista. Isso não diminui as espetaculares conquistas de Rio Branco. Antes, sublinha a consagrada habilidade dos estadistas brasileiros em proteger suas fronteiras e preservar a soberania. O B rasil, como todos reconheciam à época, não era uma república das bananas. Era uma república do café, o que, como é possível constatar, era algo muito diferente.

[...] apesar de muitas ameaças internas e externas à jovem república, o governo brasileiro foi capaz de derrotar adversários, consolidar o regime e preservar a soberania nacional. E que a modernização, a diversificação e a industrialização ocupavam em grande medida o espírito de seus governantes, como o demonstram inúmeros estudos recentes. O Brasil era complexo, e seus interesses domésticos e internacionais, diversificados. O país não era apenas uma extensa fazenda de café.” “Eu e Carlos Marichal argumentamos em um estudo comparativo do papel do Estado no Brasil e no México que: exigências da economia internacional e de atores internos heterogêneos levaram (mesmo quando ostensivamente empenhadas no liberalismo do tipo laissez-faire) as elites governantes no Brasil e no México estabelecerem a base para a consolidação do Estado intervencionista e populista nas décadas seguintes.”

“Este estudo enfoca a política comercial e as alianças militares nos primórdios do período republicano, áreas nas quais tais mudanças foram particularmente evidentes.”

“Este estudo enfoca a política comercial e as alianças militares nos primórdios do período republicano, áreas nas quais tais mudanças foram particularmente evidentes.”

p.14)“O tratado [assinado em janeiro de 1891] era com efeito, de considerável importância, embora o documento real parecesse bastante inócuo. Por permitir a entrada não tributada de açúcar, do café e das peles brasileiras em seu território, os Estados Unidos obtiveram isenções de tributos ou 25% de redução nas tarifas alfandegárias de uma longa lista de produtos industriais e agrícolas.

E a importância simbólica do documento era grande. Para começar, foi o primeiro acordo comercial firmado entre o Brasil e os Estados Unidos. Isso não era pouca coisa. Os Estados Unidos eram o maior mercado do mundo para as exportações brasileiras, o que tornava o Brasil o maior parceiro comercial não europeu daquele país. Na verdade, o comércio dos Estados Unidos com o Brasil era quatro vezes maior do que com o cobiçado mercado chinês p.15) e quase igualava a totalidade do comércio norte-americano com a p.15) África e a Ásia juntas.

Além de sua importância comercial, o acordo Blaine-Mendonça assinalou o começo do que E. Bradford Burns chamou de uma ‘aliança verbal’ entre os dois maios populosos países do Ocidente. As duas partes desenvolveram um relacionamento especial, no qual ‘Brasil e Estados Unidos eram aliados naturais no enfrentamento de Estados hispanófanos [da América Latina].’ O acordo também consolidou a amizade entre os militares brasileiros e os Estados Unidos, uma vez que o exército governou o Brasil ao longo dos anos em que o tratado esteve em vigor (1892094). Esse relacionamento especial prolongou-se durante quase um século.” “O tratado foi um dos primeiros resultados concretos decorrentes da primeira conferência Pan-Americana, que teve lugar em Washington, em 1892. Blaine e outros influentes políticos norte-americanos tentavam conquistar uma esfera de influência para fazer frente à rápida expansão dos impérios coloniais europeus. [...] preconizavam acordos comerciais bilaterais, a exemplo do acordo Blaine-Mendonça. Dessa forma, esse último foi um ensaio para o pan-americanismo. As autoridades norte-americanas esperavam que o pacto conduzisse a uma maior integração econômica entre os países da América, sob os auspícios dos Estados Unidos.”

p.16)“Ao contrário da Europa imperialista,

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