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Prótese Ocular – Objetivos de Laboratórios

Por:   •  28/9/2020  •  Seminário  •  1.573 Palavras (7 Páginas)  •  279 Visualizações

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Prótese Ocular – Objetivos de Laboratórios

A incidência de lesados do globo ocular tem aumentado consideravelmente, seja por acidentes de tráfego e de trabalho, seja pela gama de doenças que exigem a enucleação ou a evisceração do bulbo ocular.
O olho protético segundo Kramer de Oliveira, tem por objetivos: a recuperar a estética facial, prevenir o colapso e a deformidade palpebral, proteger a sensível cavidade facial anoftálmica contra agressões por poeira, fumaça, poluentes e restaurar a direção da secreção lacrimal e prevenir acumulo deste fluido na cavidade.

Podemos considerar as oftalmopróteses em:
Cirúrgicas: Confeccionadas antes da cirurgia e destinam-se a manter e a modelar a loja cirúrgica
Provisórias ou Pós-Cirúrgicas: Instaladas algumas semanas após a cirurgia, assim a que a cavidade possa ser moldada.
Restauradora: Confeccionadas assim que o paciente já se adaptou à prótese provisória.

Poremos classificar também como: Olhos individuais (são obtidos através de moldagens das cavidades anoftálmicas e confeccionadas para o paciente) Olhos industrializados (são aqueles encontrados nas casas ópticas e fornecidos por fábricas)

Para a moldagem, muitos são os métodos, alguns utilizam moldeiras, outros seringas adaptadas, a maior parte prefere alginato como material de moldagem, outros indicam hidrocolóide reversível e silicona. Já para a obtenção de uma boa moldagem precisamos da cooperação do paciente, então devemos sempre informar que o procedimento é indolor, a sensação que o material de moldagem causará nele. A posição que o paciente é sentado em norma axial, olhando em um ponto fixo distante 3m, não deve mexer o olho nem a cabeça durante o ato. Procura-se introduzir o material no fórnice superior no fundo cavitário, no fórnice inferior e, finalmente, na região central, até obter-se um contorno palpebral aproximado ao lado oposto e a retirada da seringa se faz, sempre, injetando-se material. Após a geleificação do alginado, retiramos do molde na sequência, abaixando-se a pálpebra inferior, levando-se a superior e fazendo-se uma leve pressão na pálpebra inferior.

Fases de Laboratório
Íris Protética: íris de estoque adquiridas no mercado especializado, reaproveitadas de outras próteses oculares, pintadas individualmente. Na pintura utilizamos um recorte de papel cartão preto de 9,10 e 11 mm de diâmetro, primeiro fazemos a pintura com a cor base, depois halo externo, porção ciliada e, finalmente a pupila, tendo como padrão o olho remanescente. O disco pintado é incluído à base e a calota previamente confeccionados, obtendo-se a íris protética.
Modelo e peças ceroplásticas: A porção do molde referente ao fundo cavitário é incluído em mufla retangular n2 ou redonda n3 com gesso pedra. Após presa isola com vaselina, coloca contra a mufla, parafusa e verte-se o gesso, embebe-se o gesso da mufla e contramufla em água, fecha-se e verte-se a cera branca acrílica liquefeita.
Contorno Externo e demarcação pupilar: Peça ceroplástica é introduzida à cavidade para verificação do contorno externo e possível retoques. O próximo passo é a demarcação do ponto pupilar na peça ceroplástica.
Junção da Íris protética à peça em Cera: A peça ceroplástica, contém a marca de um ponto pupilar que serve de centro de um círculo, demarcando para uma escavação cilíndrica, que abrigará a íris protética. Depositamos cera utilidade plastificada no fundo dessa escavação e pressiona-se a íris protética. O conjunto é levado em posição no paciente para a verificação da locação simétrica dessa íris. Depois faz o desgaste da ceroplastia, que deverá ser maior na porção anterior e menor nas demais regiões.
Obtenção do corpo escleral: Inclui-se a porção referente ao fundo cavitário na base de uma mufla retangular n2, com gesso pedra comum. Sobre a íris verte-se a cera pegajosa fundida, que servirá de retenção para mantê-la em posição. Estando a cera plastificada, destaca-se, com uma espatula.  A resina orto class é preparada, condensada em mufla e fechada sob prensa. Aguarda-se 20 minutos, o corpo escleral é desmoldado, o botão de cera pegajosa retirado, o contorno polido e o corpo escleral estará pronto.
Caracterização do corpo Escleral: Pigmentos clássicos e fios de rayon para imitar vênulas e arteríolas. A Fixação desses filamentos é feita com resina acrílica de rápida polimerização.
Camada Final: Isola a mufla com isolante de resina acrílica, prepara-se resina acrílica de lenta polimerização, uma fina camada dela é pressionada no fundo da mufla, o corpo escleral é colocado e uma outra camada de resina deve ser feita em 12 horas, na temperatura de 65C a fim de obtermos bons resultados, a mufla é aberta quando estiver na temperatura ambiente, desmoldamos, lixamos e polimos.
Colocação no Paciente: Depois de lavada, esterelizada, a prótese ocular pode ser colocada no paciente da seguinte maneira: levanta-se a pálpebra superior, introduzindo a prótese, abaixando-se a pálpebra inferior e pressionando-se a mesma até uma acomodação plena na cavidade anoftálmica.
Recomendação ao Paciente: Higienizar a cavidade diariamente com água filtrada e fervida, uso de colírio só quando recomendado pelo oftamologista. Qualquer traumatismo provocado pela prótese deverá ser analisado.

Próteses Oculares Oca e de Revestimento

Desde a evolução do olho de vidro, vêm-se procurando uma melhor adaptação da prótese ocular à cavidade anoftálmica do paciente. Vários autores fazem referências aos fatores peso e volume da prótese ocular, demonstrando as desvantagens observadas principalmente no que tange a mobilidade, com vistas a este fator, Rode (1975), desenvolveu uma técnica de confecção de prótese ocular oca em resina acrílica. Carvalho (1979, desenvolveu técnica simplificada de confecção de prótese ocular oca, lançando mão de uma pequena variação da técnica normal de confecção de uma prótese ocular maciça, gastando o mesmo tempo que se levaria para confeccionar esta última, com um mesmo número de seções de atendimento.

Método de Confecção

Obtenção da Matriz Final: a peça ceroplástica com a íris em posição é colocada na parte inferior da mufla empregada. Elimina-se o gesso, acopla-se novamente as suas duas partes , após o isolamento da superfície do gesso da mufla, verte-se gesso pedra na contra-mufla, gerando assim a matriz final, a qual será prensada a prótese ocular.
Obtenção da esclera em duas partes: Remove o conjunto ceroplastia, íris da matriz final e rebaixa-se a cera em toda a superfície palpebral, para possibilitar um ligeiro espaço para a caracterização. Faz uma nova inclusão com gesso pedra rigorosamente na linha Equatorial da ceroplastia, utilizando –sede uma segunda mufla e adaptando-se no centro da calota do botão da íris, um pino confeccionado de resina acrílica quimicamente ativada para que após a eliminação da cera, a mesma fique retida no gesso da contra mufla, após a presa, isola-se o gesso e condensa-se resina acrílica específica para esclera com os pigmentos necessários, intercalando-se entre mufla e contra mufla uma tira de folha de plástico de fina espessura. Espera-se aproximadamente vinte e quatro horas, 24 horas para que haja difusão do monômero no polímero e leva-se para o tratamento térmico de polimerização.
Preparação da esclera oca: Após abertura da mufla, remove-se as duas partes da esclera, elimina-se o pino retentivo colocando sobre o botão da íris e desgasta-se suas porções internas sem contudo alterar suas faces texternas utilizando de pedras abrasivas ou brocas. Unem as escleras (partes) com resina acrílica quimicamente ativada, obtendo uma totalmente oca, em seguida polimento geral.
Caracterização da esclera e obtenção da camada transparente: com fios de nylon e pigmentos, que misturados com resina possam reproduzir na prótese os vasos e eventuais manchas existentes no olho normal. Condensa-se a resina acrílica incolor, espera-se 24 horas leva-se ao tratamento térmico de polimerização.
Acabamento final e colocação na cavidade anaftálmica: procede-se o acabamento final e após o lavamento da mesma em água destilada e a esterilização com água oxigenada e leva-se a cavidade do paciente.

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