A AIgreja da Pampullha
Por: Maria Aparecida Castro • 25/10/2015 • Trabalho acadêmico • 4.462 Palavras (18 Páginas) • 235 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE - UNIBH
ClariceTodeschi
Fabrício Fernandes de Souza
José Jorge de Oliveira
Lucimeire Maia
Maria Aparecida de Castro
Sabrina Sousa Pacheco
Thales Augusto Silva Figueiredo
Trabalho Interdisciplinar de Graduação (TIG)
IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS NA PAMPULHA: traços modernos que rompem com o tradicionalismo.
Belo Horizonte
2013
Clarice Todeschi
Fabrício Fernandes de Souza
José Jorge de Oliveira
Lucimeire Maia
Maria Aparecida de Castro
Sabrina Sousa Pacheco
Thales Augusto Silva Figueiredo
Trabalho Interdisciplinar de Graduação (TIG)
IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS NA PAMPULHA: traços modernos que rompem com o tradicionalismo.
Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário de Belo Horizonte como requisito para aprovação na disciplina Trabalho Interdisciplinar de Graduação.
Orientador: Professor João Bernardo Silva Filho
Belo Horizonte
2013
A renovação religiosa, eminentemente católica que reagia à Revolução, não conduzia fatalmente à negação da idéia de progresso. No desabrochar religioso do Romantismo, houve lugar para pensamentos que conciliavam religião com progresso. (LE GOFF, Jaques. 1924, 7ª ed. p-237).
RESUMO
Abordamos o contexto na construção da Igreja de São Francisco na Pampulha, que rompe com as estruturas tradicionais do barroco, influenciadas pela arquitetura inovadora advindas de seus idealizadores. Tendo a contribuição de vários fatores que tornaram possível a consagração da igreja com a função de templo religioso, envolvendo o clero e as questões políticas.
Palavras-chave: Modernidade. Arquitetura. Tradicionalismo. Política. Religiosidade.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................... 06
CAPÍTULO 1....................................................................................... 08
- Construção da Pampulha no contexto político;
CAPÍTULO 2.................................................................................................. 09
- A Igrejinha diante do modernismo;
CAPÍTULO 3........................................................................................ 12
- Oscar Niemeyer como precursor da Arte Moderna empregada na
Igrejinha;
CAPÍTULO 4...................................................................................... 15
- A influência da azulejaria de Portinari na década de 1930 e 1940;
CAPÍTULO 5....................................................................................... 16
- A Via Sacra – Cândido Portinari;
CAPÍTULO 6....................................................................................... 18
- Tombamento do Patrimônio Cultural;
Considerações Finais....................................................................... 20
Referências Bibliográficas............................................................... 21
Referências Eletrônicas.................................................................... 22
INTRODUÇÃO
Diante da transformação da fisionomia da cidade de Belo horizonte é construído o Complexo da Pampulha, no qual se localiza a igrejinha de São Francisco de Assis, de aparência majestosa, com estruturas funcionais e parâmetros modernos, num jogo dialético entre significado simbólico e programa de uso. Construída em um período que ficou conhecido como marco diferencial da arquitetura, sinônimo de ousados elementos ornamentais, geração econômica e está no ranking dos pontos turísticos mais visitados, representando um dos mais belos cartões postais.
Para que o templo fosse consagrado a fim de proporcionar assistência religiosa, foi necessário que o governo e até mesmo a imprensa usassem de bons argumentos para convencer a sociedade eclesiástica que o monumento era um moderno e confortável templo religioso. Segundo o jornal Estado de Minas “é um projeto que se destaca pela simplicidade, beleza e harmonia do conjunto, onde as linhas suaves e sugestivas acompanham os encantos do lago”.
Portanto, a Igreja por meio de seus dirigentes, questiona a ruptura com a arquitetura tradicional, pois, o templo deve manifestar a soberania e divindade de um “ser” supremo (representado na figura de Deus) e apesar de inegáveis traços de concepção intelectual, tinha características na qual constava uma arte de caráter subjetivo, dotada de princípios inovadores, interesses particulares, individualismo exacerbado, sendo este um dos principais argumentos. Diante da relutância contra o novo, associam o complexo como um ambiente profano, voltado para as diversões, como a Casa do Baile, o Cassino e o Iate Tênis Clube que ofereciam condutas impróprias do ponto de vista religioso.
Se, por um lado, o termo “moderno” assinala a tomada de consciência de uma ruptura com o passado, por outro, não está carregado de tantos sentidos como os seus semelhantes “novo” e (o substantivo) “progresso”. (Le Goff, 1924, 7ª ed., p-166)
Portanto, diante de tantos impasses, o templo só foi considerado sagrado e com praticas religiosas depois de um longo período, chegando até mesmo a sua deteriorização, já que, não havia manutenção. Vale ressaltar, que houve inúmeras mudanças no contexto ambiente, os quais irão ser discutidos no decorrer do trabalho.
Tendo por influências o artista Cândido Portinari que participou da Semana da Arte Moderna, a edificação contava com vários outros colaboradores que seguiam uma tendência modernista, entre eles o arquiteto Oscar Niemeyer, Alfredo Ceschiatti, Paulo Werneck, Rossi Osir e Burle Marx que conduziram o trabalho de forma que o complexo se tornou uma das mais belas paisagens da cidade de Belo Horizonte.
Vale ressaltar, que o templo foi construído na época do até então presidente Getúlio Vargas, o qual seu discurso enfatizava “sempre a modernidade e o progresso”, fase em que o país passava por uma transformação do ponto de vista social, econômico e cultural. O prefeito que governava era Juscelino Kubitschek.
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