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A Civilização Asteca

Por:   •  18/6/2015  •  Resenha  •  3.149 Palavras (13 Páginas)  •  860 Visualizações

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capítulo I No livro “A Civilização Asteca” o autor Jacques Soustelle mostra a civilização asteca desde sua origem até a sua queda. No primeiro capitulo, o autor trata das origens no México, na época pré-clássica, por volta de 15.000 ou 20.000 a.C. Nessa época, já existia uma habilidade com cerâmica, agricultura, caça e tecelagem. De acordo com escavações arqueológicas, a primeira grande civilização mexicana foi a dos Olmecas. Considera-se que eles foram o elo de transição do período pré-clássico, isto é, aldeia, para o período clássico, ou seja, civilização urbana. No período clássico foi a vez das civilizações brilharem, foi o apogeu das civilizações com suas enormes pirâmides do Sol e da Lua. Entrou em cena a Civilização Tolteca, que se instalou na cidade de Tula, em 856 d.C., e teve seu declínio em 1168, com a invasão de Tula por novos imigrantes. O autor fala que em 1168 começou uma longa marcha asteca que conduziu o povo para o vale do México, onde anos depois fundaram a cidade de Tenochtitlán. A cidade sofria inúmeras atribulações, pois os astecas desejavam ter um rei como os das outras vizinhanças. As profecias astecas também tinham muito significado para o povo. O autor também cita o inicio da dinastia asteca e a Tríplice Aliança (Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopan).

CAPÍTULO I 1. As Origens Os astecas {azteca) ou mexicanos (mexica) dominavam com esplendor a maior parte do México quando os conquistadores espanhóis ali chegaram, em 1519. Sua língua e sua religião tinham-se imposto sobre imensas extensões de terra desde o Atlântico até o Pacífico e das regiões áridas setentrionais até a Guatemala. O nome de seu soberano Motecuhzoma era venerado ou temido de uma ponta à outra daquele vasto território. Seus comerciantes com suas caravanas de carregadores percorriam o país em todos os sentidos. Seus funcionários recebiam impostos de todos os lados. Nas fronteiras, as guarnições astecas mantinham a distância as populações insubmissas. Em Tenochtitlán (México), sua capital, a arquitetura e a escultura haviam alcançado um impulso extraordinário, enquanto o luxo crescia no vestuário, à mesa, nos jardins e na ourivesaria. Os astecas, contudo, haviam conhecido difíceis e obscuros começos. Chegados tardiamente ao México central, no século XIII, foram por longo tempo considerados intrusos, semibárbaros, pobres e sem terras. O início de sua ascensão data somente do reinado de Itzcoatl (1428-1440). Os povos que os circundavam podiam, na maioria, vangloriar-se de possuir tradições e uma antiga civilização, das quais, entretanto, careciam os imigrantes mais recentes.

1. As antigas civilizações mexicanas: a época pré-clássica Na verdade porém, ao ser gradativamente descoberta pelas escavações arqueológicas e pelo estudo dos documentos nativos, a Antigüidade mexicana se revela de uma incrível riqueza de fases culturais, penetrando profundamente até um passado remoto. Para mencionar apenas o México central, encontram-se vestígios desde 15000 ou 20000 a.C, de povos caçadores que utilizavam armas de pedra lascada ao perseguirem mamutes e outros animais selvagens em torno dos lagos e pântanos do vale do México. No IV milênio a.C, o milho começava a ser cultivado na região de Tehuacán. A agricultura, em seus primórdios, fornecia uma fração ainda pequena dos recursos necessários aos nativos, os quais também se dedicavam à caça e à coleta. Gradativamente, porém, aumentava a importância das plantas cultivadas, como milho, vagens, abóbora, grãos oleaginosos como o huauhtli (amarante), tomate e pimenta. Durante os cinco séculos seguintes, a agricultura expandiu-se no planalto e ao longo dos vales em direção ao litoral do golfo. O algodão não podia aclimatar-se nas planícies centrais, mas o agave (maguey) fornecia sua fibras. Com o advento da agricultura, da cerâmica e da tecelagem, despontam as aldeias, aglomerações de índios sedentarizados que puderam fixar-se ao redor de seus campos graças à segurança proporcionada pela regularidade das colheitas. Às margens dos lagos, em Zacatenco, Ticomán, El Arbolillo, Copilco, Tlatilco, Cuicuilco, os camponeses nativos levaram durante quase três milênios uma vida semelhante às das vilas neolíticas do Velho Mundo. Sua cerâmica abundante e variada, conforme descoberta nos túmulos, é rica em estatuetas, algumas das quais provavelmente representam divindades, enquanto outras, com seus ornamentos e turbantes, atestam a existência de estruturas sociais bastante diferenciadas. Ao fim do período chamado "pré-clássico", pouco antes da era cristã, os índios de Cuicuilco eram suficientemente numerosos e organizados para construírem a primeira pirâmide do planalto Central, túmulo de tijolos e pedras, por sinal de configuração mais próxima do tronco cônico do que da forma piramidal.

2. Os olmecas Desde aquela época, os túmulos de Tlatilco testemunham a influência que exercera sobre o planalto a primeira das grandes civilizações mexicanas: a dos olmecas do litoral do golfo. Desde a segunda metade do II milênio a.C, esse povo ainda misterioso construíra imponentes centros cerimoniais principalmente em La Venta e San Lorenzo, nos atuais estados de Tabasco e Veracruz. Antes de seu desaparecimento, em 400 a.C, os olmecas já haviam difundido sua civilização por uma imensa área da Mesoamérica desde o vale do Balsas até El Salvador e a Costa Rica, do litoral do golfo às montanhas de Oaxaca e ao litoral do Pacífico. Pirâmides e altares, esteias esculpidas, baixosrelevos, jades e jadeístas cinzelados, e sobretudo a escrita hieroglífica, mais a contagem do tempo; com os olmecas, surgem esses traços essenciais a todas as altas civilizações do México. Por isso, eles podem ser considerados o elo de transição entre o período préclássico, isto é, o da aldeia, e o período clássico, ou seja, o da civilização urbana.

3. As civilizações clássicas O I milênio d.C. foi, no México, o período das civilizações "clássicas". Quatro núcleos culturais principais brilham então com fulgor incomparável: o território dos maias ao sul, com grandes cidades como Palenque, Yaxchilán, Copán, Piedras Negras, Uxmal, Labná; Monte Albán e Mitla, no território dos zapotecas de Oaxaca; El Tajín no atual estado de Veracruz; e Teotihuacán no planalto Central. Teotihuacán, cujo apogeu data de 400-700 d.C, com suas enormes pirâmides do Sol e da Lua (63 e 43m de altura, respectivamente), sua avenida dos Mortos (1.700m de comprimento), seus templos dos deuses agrários e da Serpente de Flutuas, suas esculturas e afrescos, suas máscaras em pedra dura e sua magnífica cerâmica pintada, parece ter sido uma metrópole teocrática e pacífica, cuja influência se irradiou até a Guatemala. Sua aristocracia sacerdotal, cuja língua ignoramos, era sem dúvida originária da costa oriental, da zona dos olmecas e de El Tajín — como certos detalhes de afrescos e esculturas tendem a comprovar —, enquanto a massa da população camponesa devia ser composta de otomis e outras tribos rústicas. A religião compreendia o culto do deus da água e da chuva (que os astecas chamarão Tlaloc), da Serpente de Pumas, símbolo da fecundidade agrária (Quetzalcoatl), e da deusa da água (Chalchiuhtlicue). Certas pinturas murais mostram que os habitantes de Teotihuacán acreditavam na vida além da morte, em um paraíso onde os bem-aventurados cantariam sua felicidade entre jardins tropicais resguardados pelo protetor Tlaloc. Ainda que separados por imensas distâncias e imponentes obstáculos naturais, os quatro centros clássicos tiveram, certamente, contato entre si. Objetos como vasos em terracota ou alabastro, temas arquitetônicos e decorativos, idéias e ritos difundiram-se juntamente com os comerciantes e peregrinos. A arquitetura monumental, o baixorelevo, a escrita hieroglífica e o calendário apresentam numerosas características comuns, apesar das nítidas diferenças de estilo. Durante todo esse período excepcionalmente brilhante, onde se encontravam os astecas? Segundo sua história tradicional, eles viviam em Aztlán (donde o seu nome), país situado a noroeste do México ou ao sul dos atuais Estados Unidos. Sua língua, o nahuatl, faz parte de uma família lingüística cujos dialetos se distribuem de norte a sul, desde o Utah até a Nicarágua. As crônicas nativas qualificam-nos como azteca chichimeca, "bárbaros de Aztlán". Em outras palavras, eles partilhavam ainda do modo de vida das tribos guerreiras, nômades e caçadoras conhecidas pelo nome de  chichimecas ("bárbaros"), que mantinham sua subsistência graças à caça e à coleta nas zonas áridas e nas montanhas, cobriam-se de peles e se abrigavam em cavernas ou sob leves cabanas de ramos. A única informação cronológica mais precisa de que dispomos fixa em "duas vezes 400 anos, mais dez vezes 20 anos, mais 14 anos" antes do ano 1168 d.C. — data da queda de Tula, como veremos mais adiante — a duração do período durante o qual os mexicanos viveram em Aztlán. Teriam aí se estabelecido, portanto, em meados do século II (em 154?), originários provavelmente de uma região mais ao norte. De qualquer modo, devem ter permanecido por mil anos à margem das civilizações do planalto Central, desconhecendo-as e sendo delas desconhecidos. Por outro lado, entre seu suposto habitat e o vale do México, muitos outros povos chichimecas, parte dos quais pelo menos falava dialetos nahuatl, ocupavam vastas extensões dos atuais estados de San Luis Potosí, Guanajuato e Querétaro. Os astecas encontravam-se então fora do México, de sua civilização e de sua história.

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