A Fotografia e sua relação com a História
Por: marcio123paixao • 5/4/2022 • Trabalho acadêmico • 840 Palavras (4 Páginas) • 93 Visualizações
A Fotografia e sua relação com a História
Biografia do autor: Boris Kossoy, fotógrafo, teórico e historiador da fotografia é arquiteto pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie, mestre e doutor pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, livre-docente e professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É professor do Programa de Pós-Graduação da mesma instituição e coordenador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares de Imagem e Memória – NEIIM/USP.
De acordo com KOSSOY (2012) a fotografia é muito mais do que uma mera representação do cotidiano ou a simples imagem de alguém. Para o autor a fotografia possui uma linguagem própria que surge acompanhada de significados e interpretações múltiplas. Ela serve como memória para aqueles que não querem esquecer. Serve de fonte/documento para aqueles que precisam provar a verdade sobre um fato e ainda, pode servir como canal que sensibiliza as emoções de quem ficou com a saudade de um momento e escolheu “paralisar” o tempo dentro de um retrato.
O olhar do fotografo sobre o objeto fotografado também é muito importante, pois, este tem o poder de guardar ou criar a singularidade de um momento de acordo com a sua vontade. A pessoa que registra a imagem pode criar maneiras de falsear a realidade ou proteger informações. Sobre este fato observa-se que:
As paisagens das áreas urbanas e do campo, a natureza, os “tipos” humanos em seu habitat natural, os conflitos sociais e as guerras foram registrados pela fotografia; melhor dizendo: nem todos os fatos, ou apenas os que interessavam para determinados grupos, num dado momento, o foram. E como exemplo [...] bastaria lembrar a documentação que o inglês Roger Fenton realizou da Guerra da Crimeia, em 1855. Através de suas fotografias tem-se uma visão atenuada e parcial do evento onde os efeitos e horrores da guerra não foram documentados. (Kossoy; 2012. p, 124.).
A imagem não surge de maneira aleatória, muito pelo contrário, ela é pensada e estudada antes de ser capturada. Portanto a fotografia pode ser manipulada. Cabe ao receptor ter a sensibilidade para interpretá-la. Desse modo a fotografia não fala por si só. Ela precisa de outros conectores para transmitir seu objetivo final, isto é, para que haja a concretização de suas mensagens o interprete também precisa está ciente dos códigos necessários para sua perfeita assimilação.
Toda imagem possui um contexto, ou seja, uma razão que irá justificar sua utilização. Vários veículos de comunicação (jornais, revistas) se apropriam de imagens para provocar diferentes sensações nos seus receptores. A forma como a fotografia é apresentada muda a maneira como a mensagem é transmitida. Portanto uma simples paisagem pode representar uma leitura tendenciosa acerca de algo.
Durante algum tempo houve também quem fizesse comparações entre duas áreas aparentemente distintas (pintura e fotografia). Questionando a validade da primeira e supervalorizando a segunda. Alguns críticos apontavam que a pintura tornava-se questionável pelo fato de sua estrutura poder ser moldada e consequentemente variada de acordo com a vontade do pintor ou de quem havia encomendado a obra. Algumas técnicas, como: a perspectiva, luz, sombra, eram tratadas com um tom de depreciação.
Em contrapartida a fotografia era aceita por um grupo cada vez maior e tomada como verdade. Segundo os adeptos da câmara não havia como alterar uma foto, pois ela representava a realidade. Sendo o real algo concreto e perceptível no instante da captura. Não apenas aos olhos do fotografo, mas também aos olhos dos receptores, não havia como distorcer a informação daquela paisagem, tampouco criar uma nova imagem a partir do nada. Segundo o autor:
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