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A Invenção do Trabalhismo

Por:   •  6/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.548 Palavras (7 Páginas)  •  343 Visualizações

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Universidade Veiga de Almeida

Disciplina: História do Brasil IV

Profª: Elisa Goldman

Aluna: Janete da Silva Santos - Matrícula: 20131101559

GOMES, Angela de Castro. A Invenção do Trabalhismo. Rio de Janeiro: Vértice, 1988, pp. 229-256

Fichamento Analítico:

1. Falando aos trabalhadores brasileiros (pp. 229-235)

“Logo após tomar posse no Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, Alexandre Marcondes Filho iniciou uma de suas políticas mais significativas, não só pela continuidade, como pela originalidade e alcance que iria ganhar .” (pág. 229)

A autora inicia o seu trabalho abordando a questão “Falando aos trabalhadores Brasileiros”, através de um programa de rádio, destacando a participação do então Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio Alexandre Marcondes Filho, através do programa de rádio que tinha por objetivo divulgar a política trabalhista de Getúlio Vargas.

“Era a primeira vez no Brasil que uma autoridade do porte de um ministro de Estado se dirigia a tão grande público, usando sistematicamente, como instrumento divulgador da mensagem, o rádio. A divulgação pela imprensa ou outros meio de difusão(disco, por exemplo) das palestras de Marcondes funcionariam mais como um reforço ao canal de comunicação de maior penetração da época. A radiodifusão adequava-se como uma luva ao objetivo específico da nova programação. As palestras se dirigiam a um público específico e em grande parte analfabetos, e seu conteúdo apesar de diversificado, tinha um eixo fundamental: a legislação social trabalhista do Estado Novo. O programa “Falando aos Trabalhadores Brasileiros” resume em seu título a intenção do ministro e com isto o veículo escolhido para as emissões.” (pág. 230).

As palestras eram direcionadas a um público específico e em grande parte analfabetos. A medida que Marcondes divulgava os benefícios promovidos pelo Estado, ou seja a Legislação social Trabalhista do Estado Novo, o que na verdade era o mecanismo de aproximação entre o Estado e o Trabalhador Urbano.

“ Por não ter sido conquistada ao longo de uma epopeia de lutas e sim outorgada pela sabedoria do Estado, essa legislação exigia divulgação e esclarecimentos. O programa radiofônico guardava a ideia do estabelecimento de um colóquio sistemático entre o Estado e o povo, através da pessoa do ministro do Trabalho.” (pág.231)

Em virtude da distância territorial e das dificuldades de comunicação, o rádio foi o principal meio de informação para esclarecer a política do Estado para o trabalhador urbano. Marcondes investe não só na organização do trabalho mas também na figura representativa dos trabalhadores com o objetivo de manipular as massas.

“ É fora de dúvida que o governo, mesmo antes de 1942, desenvolvia esforços para fazer do programa “Hora do Brasil” um sucesso de audiência. Por decreto-lei (n.1949/39), tornara sua transmissão obrigatória em qualquer estabelecimento comercial que possuísse aparelho de radiodifusão. “ (pág. 232)

Nesse cenário de controle ideológico foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), encarregado da propaganda e promoção do Regime junto à população. O DIP foi responsável pela censura a órgãos de imprensa e veículos de comunicação.

“Além dos assuntos vinculados diretamente à sua pasta, Marcondes abordava alguns temas da conjuntura política, nacional e internacional. As dificuldades trazidas pela guerra e pronunciamentos de líderes como Roosevelt e Churchill eram sempre comentados pelo ministro, que aproveitava a oportunidade para estabelecer um paralelo com Vargas. No mesmo contexto, procurava esclarecer os trabalhadores sobre suas novas responsabilidades, tendo em vista a situação do esforço de guerra.” (pág. 233)

Os recursos de difusão pela rádio, pela imprensa bem como de exibição incentivada por alto falantes nas cidades e em eventos, foram se intensificando cada vez mais a Política Trabalhista Estado-novista.

2. A criação do tempo festivo

“ Foi com om Estado Novo que teve início uma série de comemorações oficiais que procuravam destacar certas datas envolvendo a população em um calendário festivo. Evidentemente, o grande destaque cabia a figura do trabalhador, ao qual era oferecida especialmente a festa do dia 1º de maio”.

“ O Dia dos Trabalhadores passou a assumir certos contornos rituais. Era sempre uma comemoração de massas, na qual o Presidente em pessoa se encontrava e falava com os trabalhadores. Mais do que isso, era uma data que passou a ser aguardada pelos trabalhadores, já que era a ocasião em que se anunciava mais uma iniciativa governamental de peso no campo do direito social: o presente da festa.” (pág. 235 a 236)

A Autora comenta sobre outra estratégia adotada pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, voltada para as principais comemorações do governo que procuravam destacar as datas de todos os eventos do calendário tais como: o aniversário do Presidente, “o Dia do Trabalho” e o aniversário do Estado Novo sendo que a mais enfatizada era a festa do dia 1º de maio onde o trabalhador era colocado em evidência, que além de ser o mais aguardado pelo povo, o presidente sempre anunciava uma iniciativa governamental de peso no campo do direito social, e isso contribuía para o estreitamento de relações envolvendo o Estado, o Presidente e o Povo. Aos eventos citados somavam-se o “ 7 de setembro e os dias de Natal e Ano Bom.”. A propaganda e o investimento pesado na imagem de Getúlio Vargas, foram sem dúvida indispensáveis no processo de afirmação do Mito Vargas.

3. O Povo e o Presidente

“ Foi somente a partir do Estado Novo que sua figura começou a ser projetada como a de um grande e indiscutível líder nacional. Em 1938, a máquina política do Estado, tendo como cabeça o DIP, começou a articular, possivelmente, uma das mais bem sucedidas campanhas de propaganda

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