A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA
Por: historiadorobson • 13/6/2016 • Resenha • 1.401 Palavras (6 Páginas) • 535 Visualizações
Pontífice Universidade Católica de São Paulo
História Sociedade e Cultura
Módulo II
Robson Andrade Costa R.A: 00104118
Professores: Hector Hernan Mondragon Baez, Maria Aparecida de Paula Rago e Vera Lucia Vieira
História dos Movimentos Sociais: Novas Abordagens
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A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA
São Paulo
2015
Bartley, Kim e O`Briain, Donnacha. A Revolução não será televisionada. David Power, Power Picture associada à Agência de Cinema da Irlanda.Irlanda, 2003. Documentário com duração de 74 minutos com legenda em português.
Uma equipe de TV da Irlanda estava no país desde setembro de 2001, para realizar um documentário sobre o presidente Chávez e sua administração popular. Porém, ao perceberem a movimentação política no país, acabaram registrando os eventos causados pelos grupos pró e contra o governo, que acabou contribuindo para a criação do documentário A Revolução não será televisionada, lançado em 2003. Filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O`Briain, que apresenta de forma reflexiva e expressiva a posse, processos do golpe militar e reintegração do governo presidido por Hugo Chávez na Venezuela ainda no calor dos eventos que desencadearam uma história com todas suas complexidades nos embates sociais.
Devido as ferrenhas criticas que Chávez fazia ao neoliberalismo foi instaurado logo no início do seu mandato, um cenário político de grande conflito com a parcela tradicional e elitista que era favorecida até então com os governos anteriores. Chávez foi ao enfrentamento com os donos de canais privados de comunicação, denunciando a manipulação tendenciosa e o controle pelos mais poderosos interesses econômicos de seu país. Com isso, Chávez critica e demonstra preocupação com a Comunicação no seu governo. Interessado em fazer saber por todos os cidadãos, os benefícios do seu governo. Aponta para a importância que o Departamento de Comunicação tem em seu plano de governo, como uma enorme ferramenta que tem a finalidade de divulgar seus planos de execução do seu governo. A falha nessa Comunicação entre o governo e a sociedade, poderia prejudicar o bom andamento da revolução.
Fica evidente no documentário, a relação entre a mídia e a elite econômica venezuelana. Sabemos que a mídia não pode ser considerada isenta de interesses políticos, econômicos, culturais e sociais. E essa elite que manipulava a grande mídia privada do período, divulgava de forma tendenciosa as percepções sobre o governo Chavista com intuito de construir de forma negativa o seu governo. Com imagens e informações distorcidas, a mídia privada foi estabelecendo uma manipulação sobre as representações estereotipadas da figura do presidente Hugo Chávez. Por isso da preocupação em ter um canal estatal que divulgava e reforçava as verdades de seu governo. Segundo o documentário, Chávez sempre tinha assessores em suas apresentações em comícios e palestras que ouviam as angustias e as propostas do povo. Tinha também um programa ao vivo de rádio e TV todos os domingos; Alô Presidente, no canal 8 estatal, com finalidade de fazer com que todos tivessem acesso ao seu governo, ser ouvido a atendido. Pois todos tinham a chance de falar com o presidente ao vivo, através de ligação telefônica. Por afirmar seu compromisso com uma política que visava melhorias igualitária para todos, sem favorecer e privilegiar apenas uma classe social, Chávez foi ganhando credibilidade na classe popular.
Outro fator que contribuiu para a antipatia a Chávez da mídia corporativa são suas duras críticas às políticas estadunidenses e ao capitalismo selvagem, “Não se pode responder ao terror com mais terror”. Chávez se posiciona de forma humana e justa frente as manifestações terroristas. E protesta a mentalidade autocrática disseminada e imposta pelo governo dos E.U.A. em relação aos países de interesse no petróleo.
Com propriedade, o documentário demonstra a diversas campanhas de mentiras produzidas pelos meios de comunicação contra o governo de Hugo Chávez, as relações da grande mídia com a elite econômica, militares dissidentes e a articulação dos E.U.A. na manipulação dos fatos. Frequentemente Chávez era acusado pela mídia corporativa de usar a violência, como Hitler e Mussolini. Afirmando que o governo chavista tinha características de uma ditadura totalitária.
Chávez também é responsável por popularizar a Constituição com a finalidade de educar o cidadão a conhecer e questionar as regras que regiam a sociedade venezuelana. E com isso, propunha a justa redistribuição dos lucros obtidos com o petróleo venezuelano. Ou seja, o capital adquirido com o petróleo nacional era utilizada para investir em educação, saúde e nas organizações populares de bairros e vilarejos, chamados de círculos bolivarianos. Sendo assim, era feita de forma justa a redistribuição do lucro de uma empresa estatal para atender as necessidades de todos cidadãos, pois para Chávez, “A riqueza da Venezuela é de todos, e não de uma minoria”.
Em 11 de abril de 2002, o processo do Golpe teve um registro com manifestantes pró e contra o governo de Hugo Chávez saindo pelas ruas se posicionando politicamente. E lá estava a forte mídia privada com suas lentes direcionadas para o que interessava e importava mostrar aos telespectadores a partir da sua ótica corporativa. A transmissão dessas manifestações teve sua importante contribuição para o fortalecimento e o desencadeamento do golpe. De forma parcial, a mídia editou as imagens manipulando o que aconteceu no confronte pelo dois grupos. Decisivamente, afirmava que no grupo pró Chavez estavam os responsáveis pelos assassinatos pelos manifestantes mortos que eram contra Chávez. E assim, condenando Chávez como responsável pelas mortes ocorridas. Porem, o documentário A Revolução não será televisionada, apresenta a edição completa da sequencia de imagens sobre o ocorrido e revela que o grupo situado na Ponte de Llaguno de Caracas, apenas respondem ao fogo de franco-atiradores e não dispararam sobre os manifestantes.
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