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As Articulações da Companhia Docas de Santos no Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais

Por:   •  19/9/2021  •  Resenha  •  1.015 Palavras (5 Páginas)  •  201 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE HISTÓRIA

HST73A – TÓPICOS ESPECIAIS III: DITADURA MILITAR 1964-1988

FICHAMENTO

John Keith Gaskin Briglia

BORTONE, Elaine. As articulações da Companhia Docas de Santos no Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e na Ditadura Empresarial-Militar (1964-1985).

O período com os militares no poder (1964-1985) é crucial para entender a história política, econômica e social do Brasil nos dias atuais. Nessa perspectiva, Elaine de Almeida Bortone, doutora em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-doutoranda em História pela Universidade Federal Fluminense, traça uma linha investigativa acerca de agitações civis, empresários e militares que colaboraram para a chegada de Castello Branco em 1964.

Dessa forma, a autora produz As articulações da Companhia Docas de Santos no Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e na Ditadura Empresarial-Militar (1964-1985) com o objetivo geral de analisar as ações da companhia Docas de Santos no golpe, através do IPES, no período de 1964-1967, de forma mais específica, busca apresentar a trajetória do Instituto, desde sua criação, funcionamento, ações civis, políticas públicas, para mais, evidenciar o papel ímpar de Candido Guinle de Paula Machado tanto na constituição do IPES como na do golpe, além das políticas, leis e decretos de cunho portuário.

Num primeiro momento, Bortone elucida que, desde 1960 empresários nacionais e internacionais já se articulam com militares para a consolidação de uma força de oposição ao governo de João Goulart, e, é nesse contexto que, em 1961 surge o IPES, uma “sociedade civil sem fins lucrativos, de caráter filantrópico e com intuitos educacionais, sociológicos e cívicos” (Estatuto do IPES, 1963 apud BORTONE, 2017, p. 2), tinha como lema de ação a frase “ver, julgar e agira”. Entretanto, na prática, o que melhor caracteriza o IPES é “uma Instituição da sociedade civil voltadas à sedimentação de um dado consenso, a hegemonia, no sentido da vitória de uma visão de mundo sobre outras, a ser conseguida através da ocupação de espaços ideológicos (BORTONE, 2017, p. 3).

Dessa forma, o IPES produziu materiais de cunho ideológico, através de artigos, livros, cartazes, folhetins e outros, a fim de propagar suas ideias de doutrinação para a opinião pública. Ainda, formulou e propagou “projetos de governo e anteprojetos de reformas de base para salvaguardar e consolidar suas posições na direção política e ideológica da sociedade” (BORTONE, 2017, p. 3-4), tais medidas foram vistas por grande parte do país, uma vez que, o Instituto criara filiais Brasil adentro, outra estratégia a se elucidar são as infiltrações nos meios artísticos, acadêmicos, sindicatos, organizações estudantis, igrejas e todo o meio que por ventura fosse uma eventual oposição aos objetivos ipesianos.

Nessa perspectiva, tem-se a personalidade de Candido Guinle de Paula Machado, empresário em diversos ramos da economia, foi líder do IPES-GB (Guanabara, atual Rio de Janeiro) e que tomava as principais decisões de oposição ao governo Jango.

Em 1962, visando às eleições, observa-se o investimento na disseminação do ideário anticomunismo, na educação politizadora, logo, surge o CB (Centro de Bibliotecnia), que tinha por objetivo “promover e estimular a publicação e a difusão do livro como elemento primordial para o desenvolviemnto educacional e cultural do país” (Regulamento do Centro de Bibliotecnia apud BORTONE, 2017, p. 10). Além dos investimentos já citados, têm-se, obviamente, em candidatos políticos ipesianos, mas que, entretanto, não surge o efeito desejado nas eleições. Dessa forma, o IPES torna-se mais agressivo, com medidas fortes, desde comícios fervorosos a pichações, compra de parlamentares e até mesmo atentados (BORTONE, 2017). Nessa altura, vê-se o Instituto em proximidade a organizações paramilitares, e, aos poucos, os ipesianos se tornam um grupo armado.

Enquanto isso, em 1886, ocorre uma licitação pública na Companhia Docas de Santos, que é adquirida em 1888 por seis investidores, entre eles, a família Guinle, assim, fundam a empresa Gaffrée, Guinle & Cia que, em 1892, é incorporada para formar a CDS (Companhia Docas de Santos), logo, os principais diretores da CDS passam a incorporar também, direções do IPES, propiciando, para além de investimentos o ideário empresarial das ações do Instituto.

Nessa conjuntura, a composição militar-empresarial chega ao controle do Estado maior em 1964, assim, Bortone explica:

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