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O Neoliberarismo

Por:   •  19/8/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.529 Palavras (7 Páginas)  •  199 Visualizações

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O Neoliberalismo surgiu como uma oposição à intervenção do Estado na economia, logo após a II Guerra Mundial, na região da Europa e da América do Norte.

O autor do livro que deu origem ao neoliberalismo, Caminho da Servidão, é  Friedrich Hayek, no livro ele criticava a restrição dos mecanismos de mercado por parte do Estado. O alvo de Hayek, naquele momento, era o Partido Trabalhista inglês, às vésperas da eleição geral de 1945 na Inglaterra A mensagem de Hayek é drástica: “Apesar de suas boas intenções, a social-democracia moderada inglesa conduz ao mesmo desastre que o nazismo alemão – uma servidão moderna”.

Alguns anos depois, Hayek decidiu convocar aqueles que possuíam os mesmos ideais que ele, para se reunirem na estação de Mont Pèlerin, na Suiça. Os que se fizeram presente não foram apenas os inimigos antigos do Estado, mas também inimigos do New Deal americano. Deste modo surgiu a Sociedade de Mont Pèlerin, visando combater o keynesianismo e fundamentar princípios para um outro modelo capitalista livre de regras.

Hayek e seus companheiros acreditavam que o novo igualitarismo do Estado ameaçava a concorrência que estava em vigor. Pois segundos eles acreditavam que a desigualdade era algo fundamental para as sociedade orientais.

As ideias neoliberais ganharam espaço, com o inicio da crise econômica vinda com o fim da guerra de 1973; onde ocorreram baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflação.Hayek e seus companheiros afirmavam que a crise teria vindo do poder excessivo dos sindicatos, e do movimento operário, com as reivindicações sobre os salários e para que o Estado tivesse mais gastos sociais. Deste modo, os lucros das empresas diminuíram e as inflações aumentaram.

A única solução seria o Estado interromper o poder dos sindicatos, mas ser parcial nos gastos sociais e intervenções econômicas. Deste modo, deveria reduzir os impostos sobre os rendimentos mais altos e sobre as rendas. Assim, a desigualdade iria prevalecer. Surgindo, dessa maneira, com uma estagflação, onde haveria diminuição das atividades econômicas e aumento dos índices de desemprego, além da inflação.

Mas, ao final da década, em 1979, surgiu a oportunidade. Na Inglaterra, foi eleito o governo Thatcher, o primeiro regime de um país de capitalismo avançado publicamente empenhado em pôr em prática o programa neoliberal.Um ano depois, em 1980, Reagan chegou à presidência dos Estados Unidos. Em 1982, Kohl derrotou o regime social liberal de Helmut Schmidt, na Alemanha. Em 1983, a Dinamarca, Estado modelo do bem-estar escandinavo, caiu sob o controle de uma coalizão clara de direita, o governo de Schluter. Em seguida, quase todos os países do norte da Europa ocidental, com exceção da Suécia e da Áustria, também viraram à direita.

 A  partir daí, a onda de direitização desses anos tinha um fundo político para além da crise econômica do período.

Os governos Thatcher contraíram a emissão monetária, elevaram as taxas de juros, baixaram drasticamente os impostos sobre os rendimentos altos, aboliram controles sobre os fluxos financeiros, criaram níveis de desemprego massivos, aplastaram greves, impuseram uma nova legislação anti-sindical e cortaram gastos sociais.

. Nos Estados Unidos, onde quase não existia um Estado de bem-estar do tipo europeu, a prioridade neoliberal era mais a competição militar com a União Soviética, concebida como uma estratégia para quebrar a economia soviética e, por esta via, derrubar o regime comunista na Rússia.

No continente europeu, os governos de direita deste período – amiúde com fundo católico – praticaram em geral um neoliberalismo mais cauteloso e matizado que as potências anglo-saxônicas, mantendo a ênfase na disciplina orçamentária e nas reformas fiscais, mais do que em cortes brutais de gastos sociais ou enfrentamentos deliberados com os sindicatos.

. Na Espanha, o governo de González jamais tratou de realizar uma política keynesiana ou redistributiva. Ao contrário, desde o início o regime do partido no poder se mostrou firmemente monetarista em sua política econômica: grande amigo do capital financeiro, favorável ao princípio de privatização e sereno quando o desemprego na Espanha rapidamente alcançou o recorde europeu de 20% da população ativa.

O que demonstravam estas experiências era a hegemonia alcançada pelo neoliberalismo como ideologia. No início, somente governos explicitamente de direita radical se atreveram a pôr em prática políticas neoliberais; depois, qualquer governo, inclusive os que se auto-proclamavam e se acreditavam de esquerda, podia rivalizar com eles em zelo neoliberal.

O neoliberalismo havia começado tomando a social-democracia como sua inimiga central, em países de capitalismo avançado, provocando uma hostilidade recíproca por parte da social-democracia. Depois, os governos social-democratas se mostraram os mais resolutos em aplicar políticas neoliberais.

A prioridade mais imediata do neoliberalismo era deter a grande inflação dos anos 70. Nesse aspecto, seu êxito foi inegável. A deflação, por sua vez, deveria ser a condição para a recuperação dos lucros. Também nesse sentido o neoliberalismo obteve êxitos reais.

Essa nova postura sindical, muito mais moderada, por sua vez, em grande parte era produto de um terceiro êxito do neoliberalismo, ou seja, o crescimento das taxas de desemprego, concebido como um mecanismo natural e necessário de qualquer economia de mercado eficiente.

Também este foi um resultado satisfatório. Finalmente, o grau de desigualdade – outro objetivo sumamente importante para o neoliberalismo – aumentou significativamente no conjunto dos países da OCDE

Então, em todos estes itens, deflação, lucros, empregos e salários, podemos dizer que o programa neoliberal se mostrou realista e obteve êxito. Mas, no final das contas, todas estas medidas haviam sido concebidas como meios para alcançar um fim histórico, ou seja, a reanimação do capitalismo avançado mundial, restaurando taxas altas de crescimento estáveis, como existiam antes da crise dos anos 70. Nesse aspecto, no entanto, o quadro se mostrou absolutamente decepcionante. Entre os anos 70 e 80 não houve nenhuma mudança – nenhuma – na taxa de crescimento, muito baixa nos países da OCDE. Dos ritmos apresentados durante o longo auge, nos anos 50 e 60, restam somente uma lembrança distante.

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