Resenha sobre o filme o fotógrafo de Mauthausen
Por: maryby077 • 10/9/2019 • Resenha • 704 Palavras (3 Páginas) • 372 Visualizações
Resenha sobre o filme: O fotógrafo de Mauthausen.
O filme espanhol "O fotógrafo de Mauthausen" lançado em 2018, e dirigido por Mar Tagarona, foi baseado em fatos reais e retrata os horrores vividos durante o regime nazista. Diferente do convencional, não foca no holocausto judeu e traz a perspectiva de outros povos que também passaram por isso, focando principalmente nos espanhóis. Francesc Boix, o personagem principal da narrativa, é um prisioneiro político da guerra civil espanhola, levado para o campo de concentração de Mauthausen, na Áustria, durante a Segunda Guerra Mundial, e é designado para trabalhar como fotógrafo de registros auxiliar no local. O local era conhecido por receber os prisioneiros intelectuais de guerra e estes teriam um tratamento mais "humanizado". Mesmo tendo uma função uma função de trabalho mais "leve", Francesc luta pela sobrevivência junto com os demais prisioneiros que eram recebidos no local, estes tinham seus cabelos raspados, recebiam uma tatuagem com um número, e comiam uma sopa de água com batata (quando tinham).
Os nazistas ao perderem a guerra em Stalingrado, começaram a se livrar das provas de tortura e queimar tudo que os comprometeria. Francesc, presume que os alemães perderiam a guerra e decide reunir provas contra o governo para apresentá-las à Cruz Vermelha. Ele conta com a ajuda dos amigos e passa a roubar os negativos de fotos como prova das atrocidades que aconteciam no local, mais tarde as provas foram utilizadas no Tribunal de Nuremberg. O filme muito bem trabalhado, consegue prender o espectador na história, por mostrar de forma fiel e nem um pouco confortável as cenas de crueldade durante o regime. São retratadas as péssimas condições em que eram expostos e representadas diversas cenas de maus tratos, tortura, execução, morte na câmara de gás, trabalho escravo exaustivo na pedreira, enforcamento, e "espetáculos" ridículos ao qual os presos eram submetidos.
O filme nos permite fazer análises sobre muitas características presentes no regime nazista, como o nacionalismo exacerbado, ao classificar os prisioneiros como sem pátria identificando-os por um triângulo azul, a xenofobia por tudo aquilo que fosse contra a sua doutrina, o prazer pelas cenas de sofrimento, demonstrado pelo chefe do campo, Paul Ricken, que trata toda aquela barbárie como "arte" e a forte repressão sobre o partido comunista.
É interessante que o filme também mostra a preocupação do regime nazista em encobrir as maldades que praticavam. Várias vezes durante o filme eles tentam forjar casos de suicídio ou encontrar outras desculpas para justificar as mortes.
O filme traz a forma naturalizada de como as tradições nazistas eram passadas de pai para filho e a objetificação das mulheres prisioneiras de guerra que eram tratadas como prostitutas. A obra cinematográfica é super indicada para quem busca ampliar os seus conhecimentos sobre esse assunto muito importante da história e pode ser encontrado na Netflix.
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