A Guerra Civil Da Síria
Artigos Científicos: A Guerra Civil Da Síria. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mikaka • 20/11/2013 • 4.033 Palavras (17 Páginas) • 685 Visualizações
A guerra civil da Síria
Governo de Assad encara rebelião armada que já dura quase três anos. Conflito tem mais de 115 mil mortos, caos humanitário e crise de refugiados.
A República Árabe Síria enfrenta, desde março de 2011, uma guerra civil que já deixou pelo menos 115 mil mortos, destruiu a infraestrutura do país e gerou uma crise humanitária regional.
Acuados pelo conflito, mais de 2 milhões de sírios deixaram o país rumo às nações vizinhas, provocando uma onda de refugiados e aumentando a instabilidade política da região.
Além das pessoas que cruzaram as fronteiras, há ainda 4,25 milhões de sírios que se deslocaram dentro do país.
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O contestado presidente Bashar al-Assad, da minoria étnico-religiosa alauíta, combate há quase três anos uma rebelião armada que tenta derrubá-lo - e agora, também a ameaça de sofrer uma possível ação militar liderada pelos Estados Unidos, após um suposto ataque químico atribuído a seu regime que, segundo os EUA, matou pelo menos 1.429 civis.
No início, a rebelião, localizada na cidade de Daraa, tinha um caráter pacífico, com a maioria sunita -que se considera prejudicada pelo governo- e a população em geral reivindicando mais democracia e liberdades individuais, inspirados pelas revoluções da chamada "Primavera Árabe" no Egito e na Tunísia.
Os manifestantes também acusavam o governo de corrupção e nepotismo.
Em um episódio na cidade, crianças que pichavam muros teriam sido presas e torturadas, o que gerou revolta popular.
Aos poucos, com a repressão violenta das forças de segurança, os protestos foram se espalhando pelo país e se transformando em uma revolta armada, apoiada por militares desertores e por grupos islamitas como a Irmandade Muçulmana, do Egito e radicais com o grupo Al-Nursa, uma franquia da rede terrorista da Al-Qaeda, com o objetivo de derrubar o regime.
Assad se recusou a renunciar, mas fez concessões para tentar aplacar os manifestantes.
Encerrou o estado de emergência, que durava 48 anos, fez uma nova Constituição e realizou eleições multipartidárias.
Mas as medidas não convenceram a oposição, que continuou combatendo e exigindo sua queda.
A mediação de paz feita pela ONU, inicialmente com o ex-secretário-geral Kofi Annan e depois com o diplomata Lakhdar Brahimi, também fracassou.
O regime argumenta que a rebelião é insuflada por terroristas internacionais, com elos com a rede Al-Qaeda, cujo objetivo é criar o caos, e que está apenas se defendendo para manter a integridade nacional. Há a percepção de que os grupos jihadistas tentam "tomar conta" da revolta.
O conflito se generalizou pelo país e tem sido marcado por derrotas e vitórias militares dos dois lados, e pelo grande número de mortes.
A fragmentada oposição síria tenta se organizar para uma possível tomada de poder, mas queixa-se de falta de apoio das potências ocidentais, que se mostram reticentes em entrar no campo de batalha.
A guerra civil síria reviveu as tensões da Guerra Fria entre Ocidente e Oriente, por conta do apoio da Rússia ao regime sírio.
Desde o início do conflito em março de 2011, os EUA se limitam, oficialmente, a oferecer apoio não letal aos rebeldes e a fornecer ajuda humanitária.
Em junho, a administração Obama prometeu "apoio militar" aos rebeldes, embora tenha mantido certa indefinição sobre a natureza dessa ajuda.
Os EUA tinham até pouco tempo atrás pouco apetite para intervir na região, uma vez que a rebelião é cada vez mais influenciada por militantes islamitas com vínculos com a rede Al-Qaeda, inimiga mortal dos americanos e autora dos atentados do 11 de Setembro de 2001.
A Rússia, que tem interesses econômicos e estratégicos na região, é a principal aliada do governo sírio. China e Irã também são importantes aliados do presidente sírio Assad. Ele também tem apoio do movimento xiita libanês Hezbollah.
Armas químicas
Em 21 de agosto, a oposição denunciou mais de mil mortos em um massacre com uso de armas químicas em subúrbios de Damasco controlados pelos rebeldes. Já havia relatos anteriores de uso de armas químicas pelo regime.
O governo e o próprio Assad vêm negando essas acusações, apesar de o Ocidente dizer ter provas em contrário.
Observadores da ONU foram autorizados a irem até o local para investigar se houve uso de armas químicas. O incidente é considerado o mais grave com uso de armas químicas no planeta desde os anos 1980.
Após o ataque, aumentaram as conversas sobre uma possível intervenção internacional no país, liderada pelos EUA.
No dia 31 de agosto, Obama fez um pronunciamento dizendo que decidiu que o país deveria adotar uma ação militar contra alvos do governo sírio, mas ressaltou que iria buscar a aprovação do Congresso norte-americano antes de fazê-lo.
A oposição síria espera ansiosamente o ataque americano, e emitiu comunicado dizendo que a ajuda deve vir também em armas.
Mas a Rússia mudou esse panorama dois dias depois, quando propôs um plano para acabar com as armas químicas da Síria. Obama, apesar do ceticismo em relação à proposta, aceitou a proposta.
No dia 14 de setembro, os Estados Unidos e a Rússia chegaram a um acordo sobre a crise na Síria.
A Síria começou a colaborar com a Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas).
No dia 16 de setembro, a ONU divulgou o relatório sobre a investigação do ataque de armas químicas ocorrido em 21 de agosto nos subúrbios de Damasco. O documento confirmou que um grande número de pessoas morreu vítima de gás sarin na região de Goutha, na periferia da capital.
Em 27 de setembro, o Conselho de Segurança chegou a uma resolução sobre a Síria. O texto obriga o país a se livrar do arsenal químico, mas não especifica possível punições.
Os EUA afirmam que estão dando uma chance à diplomacia, mas que, se Assad não cumprir sua parte, a possibilidade de uma intervenção militar não está descartada.
Leia abaixo algumas das datas do conflito:
2011
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