A História da Educação

        Não é novidade que vivemos em uma sociedade machista, mas o que muitas vezes esquecemos é de pensar no histórico dessa sociedade, no porquê disso. O texto "Mulheres Educadas na Colônia", de Arilda Ines Miranda Ribeiro traz diversos acontecimentos que eram presentes em nossa sociedade na época do período do Brasil Colonial, e lendo o texto, percebe-se que muitos dos fatos citados sequer foram nos ensinados na escola. Ensinam-nos o período colonial, bem como a catequização dos indígenas, mas dificilmente é feita a pergunta de como era a vida das mulheres nesse período, e a partir daí já se tem resquícios da sociedade historicamente machista em que vivemos. Dificilmente vemos o nome de mulheres na história, o que nos levam a pensar que só existiram homens que fizeram história, e a realidade é bem diferente.

        A mulher no período colonial era tratada como objeto. E pensar que foram os homens indígenas que tiveram a iniciativa de pedir para que ensinasse suas mulheres a ler e a escrever, é algo muito surpreendente. Daí vemos o companheirismo dos indígenas para com as mulheres. A realidade é que os portugueses tinham muito para aprender com a cultura indígena, e isso vai além do que aprender sua língua ou seu modo de viver para os "alfabetizar". Com certeza este fato serve de exemplo para nós professores e futuros professores: também aprendemos com nossos alunos. É claro que, os jesuítas tiveram um papel importante, pois hoje muito se é citado que os professores devem falar a linguagem do aluno, e isso claramente é herdado dos jesuítas (embora eles não tivessem vontade genuína, já que a alfabetização era apenas um meio para o fim de catequizar os indígenas).

        É assustador pensar que a fuga para a mulher que não queria obedecer as ordens dadas pelo marido era entrar em um convento. E é ainda mais assustador pensar que em dias atuais, observa-se notícias de mulheres que cometem suícidio para não se submeterem ao marido, mesmo que nos dias de hoje as mulheres estejam em um nível elevado de liberdade comparado ao anterior. O que nos leva a pensar: quantas milhares de mulheres que cometeram suicídio na época colonial e que não era noticiado?

        Hoje, finalmente as mulheres podem aprender a ler e escrever sem grandes burocracias, mas pode-se perceber a herança do período colonial quando analisa-se a distribuição de alunos e alunas nos cursos superiores. Infelizmente, há muito mais alunos homens nos cursos de ciência. Porém, felizmente, a promoção do quão importante é ter mulheres envolvidas na ciência vem se expandindo cada vez mais.