A Influência da Indústria Cinematográfica na Guerra Fria
Por: FelixTheBeast • 24/4/2020 • Artigo • 1.510 Palavras (7 Páginas) • 185 Visualizações
A Guerra Fria, conflito que ocorreu após o término da segunda guerra mundial (1945) até 1991 , foi uma disputa pela superioridade mundial entre EUA e URSS. Essa disputa gerava muitas concorrências entre as duas potências, principalmente nos âmbitos armamentistas e científicos. As respectivas potências (EUA e URSS), entretanto tinham ideologias políticas econômicas antagônicas. A União Soviética tinha como base ideológica o socialismo e os Estados Unidos o capitalismo. Foi instaurada assim uma guerra pela hegemonia ideologia mundial entre as duas potências. Uma guerra política econômica que buscava definir qual sistema iria prevalecer no mundo. Essa grande disputa não afetou apenas os setores científicos e militares dos dois países, mas também, o cultural. Neste contexto, a Guerra Fria passa a ter enorme influência nas produções cinematográficas americanas, que buscavam construir uma hegemonia estadunidense, em relação ao resto do mundo, principalmente sobre a Rússia, principal inimiga dos Eua na Guerra Fria.e um exemplo disso é o filme: “Moscou contra 007” lançado em 1963 e dirigido por Terence Young. Em nosso trabalho iremos analisar como a indústria cinematográfica americana a partir do filme “From Russia With Love” traduzido para “Moscou contra 007”, influência na imagem da União Soviética e o comunismo.
Palavras Chave: Guerra Fria, “Moscou contra 007”, indústria cinematográfica.
A Guerra fria foi um conflito, político, militar, social, econômico, tecnológico, geográfico e ideológico entre a União Soviética e os Estados Unidos. E o vencedor deste conflito iria ter sua ideologia homogeneizada no globo. “Parte da literatura política designa com o termo Hegemonia — decalque latino da palavra grega egemonia, que significa "direção suprema", usada para indicar o poder absoluto conferido aos chefes dos exércitos, chamados precisamente egemónes, isto é, condutores, guias — a supremacia de um Estado Nação ou de uma comunidade político-territorial dentro de um sistema. A potência hegemônica exerce sobre as demais uma preeminência não só militar, como também freqüentemente econômica e cultural, inspirando-lhes e condicionando-lhes as opções, tanto por força do seu prestígio como em virtude do seu elevado potencial de intimidação e coerção; chega mesmo a ponto de constituir um modelo para as comunidades sob a sua Hegemonia” Capitalismo ou o socialismo, uma disputa para definir qual ideologia conduzirá a sociedade, assim se inicia a Guerra fria.
Publicado no auge da guerra fria o filme “Moscou contra 007” é uma continuação de “007 Contra o satânico Dr. No”, o enredo do primeiro filme desta franquia de sucesso, conta com a missão de um espião que deve resgatar duas bombas atômicas, roubadas por uma organização de mafiosos que ameaçava detona-lás sobre Miami, e como consequência, assassina o vilão, Dr. No. Já o segundo filme da saga, o que estaremos analisando mais profundamente, é a continuação do primeiro filme. Nele, o grupo de Dr. No busca vingança, e para isso, arquitetam um plano de atrair Bond através da chance de conseguir a Lektor, uma máquina decodificadora.
Esse filme foi o primeiro que teve o uso de equipamentos tecnológicos avançados, como é o caso da Lektor, isso demonstrava a disputa pelo novo, pelo desenvolvimento tecnológico, que ocorria entre as potências fora das telas do cinema. O lado em que a tecnologia está, também contribui para essa hegemonia estadunidense
Neste filme podemos ver que a Guerra Fria é manipulada perfeitamente pela indústria cultural norte americana ou seja:
O roteiro, que coloca 007 em rota de colisão com a União Soviética, surpreendentemente faz muito sentido e se desenrola naturalmente, não necessariamente parecendo mais um daqueles planos de “dominação mundial”. A guerra fria entre as superpotências, então em grau máximo, é perfeitamente manipulada e inserida na história, de forma que podemos facilmente acreditar no que vemos, muito mais do que a ilha secreta do Dr. No, protegida por um dragão fumegante. É nesse filme, também, que a menção à divisão Q, que originaria, depois, o personagem Q, é feita pela primeira vez e onde 007 ganha seu primeiro gadget: uma maleta “estilo 007” com uma faca, moedas de ouro (!) e bomba de gás lacrimogêneo embutidas.
O filme tem James Bond como 007, atuado por Sean Connery, que começa com a primeira das famosas aberturas pré-créditos, que até hoje marcam a série, vemos 007 ser assassinado por Grant, vivido por Robert Shaw. Tudo, claro, é apenas parte do treinamento patrocinado pela organização criminosa S.P.E.C.T.R.E. (Special Executive for Counter-intelligence, Terrorism, Revenge and Extortion) para levar à cabo um elaborado plano com o objetivo de, com uma cajadada só, vingar a morte do Dr. No e roubar a máquina Lektor, decodificadora dos códigos soviéticos. Só na abertura do filme podemos ver que o vilão, representado por um russo altamente estereotipado (branco, forte, grande, sempre com afeição de seriedade, rígidos com outros, etc), assassina um agente secreto norte americano, que seria o mal eliminando o bem, entretanto como já dito em cima não se passa de um treinamento.
A imagem acima mostra os personagens russos do filme, conversando, a mulher a direita diz: “A Guerra Fria em Istambul não vai se manter fria por muito mais tempo”. Essa fala revela muito sobre a guerra, e sobre essa ser principalmente uma disputa por avanço tecnológico, como por exemplo a corrida espacial, na qual a União Soviética ganhou em todos os aspectos, menos em colocar o primeiro ser humano na lua, isso criou uma ilusão de que os Estados
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