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A Invenção da África

Por:   •  8/5/2018  •  Resenha  •  1.131 Palavras (5 Páginas)  •  520 Visualizações

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Appiah discute no texto “A invenção da África”, como se deu o desenvolvimento das discussões e da aplicação à prática do conceito de “Pan-africanismo”, tendo o mesmo surgido nos Estados Unidos na segunda metade do século XIX.

Segundo Appiah, Alexander Crummell é considerado um dos pais do nacionalismo africano, porém, para o Crummell, cristão e educado em inglês, as línguas nativas da África eram inferiores às europeias, “superior em sua eufonia, seus recursos conceituais e sua capacidade de expressar as 'verdades mais elevadas' do cristianismo”.

Segundo Appiah, no momento em que o mesmo escreve o texto a maior parte da população negra vive em países em que o inglês é a língua oficial e todo o restante vive em países governados com o árabe, francês e, português. Porém “Com algumas exceção fora dos países de língua árabe da África do Norte, a língua do governo é a primeira língua de uns poucos, e só é dominada com segurança por uma pequena parcela da população. Após a descolonização “para abrir caminho fora de suas próprias comunidades e adquirir o reconhecimento nacional, para não falar internacional, a maioria das línguas tradicionais tem que ser traduzida”, por essa razão a literatura que se formou nos países ao sul do Saara utiliza principalmente as línguas européias. Para Appiah o uso das línguas européias leva a se pensar em África com empréstimos de conceitos e ideias européias, exterior a realidade africana.

O Pan-africanismo surge a partir de um olhar externo a África. Segundo Appiah,

“No cerne da visão de Crummell há um só conceito norteador: a raça. A 'África' de Crummell é a pátria da raça negra, e seu direito de agir dentro dela, fala por ela e arquitetar seu futuro decorria — na concepção do autor — do fato de ele também ser negro. Mais que isso, Crummell sustentava que havia um destino comum para os povos da África — pelo que devemos sempre entender o povo negro — não porque eles partilhassem de uma ecológia comum, nem porque tivessem uma experiência histórica comum ou enfrentassem uma ameaça comum da Europa imperial, mas por pertencerem a essa única raça. Para ele, o que tornava a África unitária era ela ser a pátria dos negros, assim como a Inglaterra era a pátria dos anglo-saxões, ou a Alemanha dos teutões. Crummell foi uma das primeiras pessoas a falar como negro na África, e seus textos efetivamente inauguraram o discurso do Pan-africanismo. É que ele pensava no povo da África (em termos que o nacionalismo do século XIX tornava naturais) como sendo um único povo, a ser concebido, à semelhança dos italianos ou anglo-saxões, em certo sentido, como uma unidade política natural. Esse é o pressuposto fundamental do Pan-africanismo”

Assim, Crummell utiliza a raça como princípio da unidade no Pan-africanismo, tomando como base as ideias europeias sobre nacionalismo. Segundo Appiah até mesmo Crummell que deu início ao discurso de nacionalismo negro não via virtude na cultura africana.

O Pan-africanismo chega a África através de estudantes africanos que estudaram nas respectivas metrópoles, que ao retorna a África levaram as ideias que estavam sendo discutida por negros letrados das Américas.

Mas, como afirma Appiah, o significado de raça para os negros das Américas e para os negros da África são diferentes, isso devido a suas diferenças na relação com os brancos. “Para muitos afro-americanos, criados numa sociedade norte-americana segregacionista e expostos às formas mais cruas de discriminação, o intercâmbio social com o branco era doloroso e desconfortável”. Diferentes dos negros africanos que viviam em sociedade de maioria negra, e que mesmo em lugares, como nas colônias francesas, que a política era de assimilatiin, foi possível preservar a cultura intacta ou alterando pouca coisa.

Portanto, segundo Appiah,

“O que a geração do após-guerra de africanos britânicos retirou de sua estada na Europa, portanto, não foi um ressentimento em relação à cultura 'branca'. O que eles retiram de sua experiência comum, ao contrário, foi o sentimento de que, como africanos, tinham muito o que compartir: tomaram por verdadeiro, assim como todo o mundo, que esse sentimento comum estava ligado à sua 'africanidade' compartilhada e, em sua maioria, aceitaram a visão européia de que isso significava sua raça comum”.

A partir do fato das ideias de Crummell

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