A Religião Cretense

                                                                 

Os historiadores modernos são unanimes no que se refere a religião cretense: Não há conhecimento o suficiente para a ser emprego no assunto. Tal afirmação pode ser observada na frase do autor francês Pierre Lévéque: “Por falta de documentos decifráveis, conhecemos mal a religião desses cretenses”.

O historiador russo Rostovtzeff, tanto como o historiador parisiense Jean Toulard classificam a religião cretense como “um livro de imagens”.

Para Rostovtzeff a arte e a religião não podem ser estudadas separadamente. Pois, como não existem documentos escritos os estudos devem ser efetuados a parir da arqueologia.

A partir dos estudos arqueológicos ocorridos na região, pode-se observar uma predileção por símbolos, a cidade tinha como um de seus principais objetivos criar uma atmosfera divina, ou seja, fazer com que essa divindade mor tornasse sempre visível.

Os mesmos praticavam o Antropomorfismo e o Feiticismo, ou seja, atribuíam a esses seres divinos comportamentos humanos e cultuavam objetos que representassem essas entidades.

É importante afirmar que além de apresentarem forma humana, tais divindades são figurados predominantemente de forma feminina. O que pode ser afirmado na seguinte frase de Lévéque: “ As Deusas desempenham um papel mais importante que dos Deuses”, o que pode representar uma sobrevivência de um primitivo matriarcado com crença que une a mulher as potencias de vida.

Em uma das imagens, pode-se observar que uma Deusa aparece sempre em grande destaque, em todos os cantos da cidade.

Outro fator descoberto nas escavações arqueológicas é que diferentemente de outras religiões antigas, os cretenses não construíam grandes templos para os seus deuses, mas sim, criavam pequenos santuários expostos a natureza como grutas e montanhas. Já nos palácios haviam saletas reservadas para o culto religioso, em frente, uma banqueta onde se colocavam as oferendas. Os animais como serpente e touro eram considerados sagrados.

Para os minoicos, o mundo dos mortos este próximo ao mundo dos deuses. Haviam certos ritos nos quais alguns mortos (possivelmente membros da realeza) eram vestidos das mesmas formas que os deuses, pois os mesmos gozavam da felicidade eterna.

Para os ritos mortuários convencionais os mortos eram enterrados com oferendas e objetos pessoais que pudessem conduzi-los sem nenhuma dificuldade para a vida eterna. Tal ritual pode também ser observado na religião egípcia.

Tanto Rostovtzeff quanto Toulard abrangem em seus trabalhos os elementos presentes na arte cretense. Os autores tentam explicar, de acordo com a arqueologia e antropologia o significado de tais elementos.

Pode-se observar a presença de um machado duplo em colunas e murais dos palácios e da cidade tanto quanto em ouro ,prata, bronze e rocas. Tal símbolo também esta presente nos deuses asiáticos.

A figura do escudo esta sempre presente ao lado do machado, possuindo uma representatividade militar.

A figura da Deusa Mãe é representada de forma exorbitante: Quadril e ventre, dando uma importância exuberante para a fertilidade.

Os pesquisadores creem que tal Deusa é a única figura do mundo divino, há quem acredita de que a religião minoica se tratava de uma religião monoteísta, ou seja, que acreditava em uma divindade apenas.