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A Solidão Dos Moribundos Seguido De Envelhecer E Morrer

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Por:   •  11/3/2015  •  1.744 Palavras (7 Páginas)  •  300 Visualizações

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A Solidão dos Moribundos seguido de Envelhecer e Morrer

Nunca conseguimos lidar com a morte e procuramos encontrar uma resposta para o que vem após a morte, e nos dias atuais que isso vem se destacando cada vez mais. Sempre falamos sobre céus e infernos, mas tudo isso para “aliviar” a ideia de que iremos morrer, por isso sempre pensamos que a morte não ocorrera com a gente e só com os outros. Os moribundos e os velhos já não tem tanto espaço na nossa sociedade, a morte agora não vem em um instante, ela é gradual à medida que os velhos vão se desprendendo da sociedade.

O ser humano é o único ser vivo que sabe que vai morrer e isso faz com que ele se previna que busque salvações e outras para atrasar a vinda da morte. Ao criar tribos, países e nações os seres humanos perceberam que regras de sociedade deveriam ser criadas e padrões a serem seguidos por cada uma, assim cada sociedade cria sua ideia de morte. O ser humano compreende, ou ao menos tenta compreender a morte. Com o passar do tempo o homem começou a ter faces diferentes sobre a morte, algumas vezes como uma maldição, outras como a salvação. O certo é que, o homem apesar de temer a morte por certo tempo soube conviver com a mesma. Há alguns anos morrer jovem era normal, hoje se tornou quase um tabu na sociedade que quer cada vez mais morrer mais tarde como se empurrasse a morte para ter uns poucos momentos mais de vida.

Também estamos perdendo nossa capacidade de sentimentos, antes os homens podiam chorar na rua, hoje já se mostra como um sinal de fraqueza, mas não perdemos só o choro, perdemos praticamente a verdadeira forma de se expressar sentimentalmente; hoje, por exemplo, um “eu te amo” já não é o mesmo que tempos atrás. Essa perca de sentimentos também pode ser vista nos moribundos, quando se está a “beira da morte”, pois os mesmos já não sentem aquele carinho que sentiam antes da morte contagiosa e ameaçadora, ou sob qualquer risco de vida.

Hoje a perda se torna uma coisa quase “intocável”, não temos mais a demonstração de sentimento como no passado, já não choramos com o mesmo sentimento de antes e assim os moribundos acabam em seu leito de morte, nos hospitais, sozinhos e sem ninguém para dizer a falta que eles irão fazer.

Quando alguém morre parece que somente as lembranças dela é que fica no nosso mundo, então é visto hoje que a morte é somente quando as lembranças do indivíduo se perdem, pois só assim ninguém saberia que ele existiu. Por isso nas lápides tem o nome das pessoas e até mesmo o que elas fizerem em vida para assim não deixarem que ela morra de “verdade”. Além do medo de cair no esquecimento também temos o medo de não saber o que nos espera do outro lado, por isso criamos novos lugares melhores para se acreditar, para não deixarmos pensar que a morte é realmente o fim. Do mesmo modo que “mentimos” para nós mesmo pra amenizar a dor da morte, fazemos com as crianças, pois as mesmas não entende o choro dos mais velhos, sendo assim criamos para ela a fantasia sobre a morte, dizemos frase como, “sua vó está num lugar melhor”, “ela se tornou um anjo” e dentre outras. Apesar das frases serem para as crianças, os adultos começa a acreditar nelas para que não percam a fé de que depois da morte, existe sim um lugar melhor para se viver.

Há também outro medo sobre a morte, que é o fato de quando crianças, não sabemos sobre ela e algumas falas podem ser até mal interpretadas, assim a medida que vamos descobrindo mais sobre a morte essas brincadeiras se tornam um tabu, assim quando mais velhos o que antes era só brincadeira se torna um sentimento de culpa, quando desejamos a morte de alguém e ela acontece nos gera um sentimento de “foi eu que a matei”.

O nosso medo da morte faz com que cada vez mais possamos tentar oculta-lo e até mesmo excluir da nossas vidas e esse ocultamento faz com que ela se torne tabu, esse medo só ocorre nos vivos, pois a partir do momento que você morre não se sente mais dor, não há preocupação com mais nada, por isso para temer a morte é necessário estar vivo e só assim tornaríamos “humanos”. Ou seja, praticamente a morte tomou o lugar da sexualidade na sociedade atual, é mais fácil falar de sexo com as crianças do que morte.

Nossa sociedade agora vê a morte como algo que está longe da gente, é uma sociedade com estimativa de vida de pelo menos 73 anos, por isso quando alguém morre muito jovem ocorre o nosso espanto e muitas vezes a não aceitação da morte. Antigamente não era assim, e em algumas sociedades ainda não é assim, a morte com 30 anos é considerada uma morte velha.

Essa nossa nova sociedade onde cada vez mais pessoas estão ficando mais velhas fez com que a ciência cada vez mais procurasse encontrar o “elixir da juventude”. A ciência hoje procura manter o homem cada vez mais “vivo”, seja com remédios, dietas e outros. A ideia de que a morte é o fim de tudo faz com que acreditamos que viver mais é melhor e por isso esse extremismo nas pesquisas com doenças e envelhecimento.

O fato de termos formados sociedades fez com que regras fossem feitas para podermos viver “em paz”, algumas dessas leis seguem a assassinatos. Sempre pensamos na morte como uma doença que nos matará na cama, mas quando um membro da mesma sociedade mata alguém isso se torna inadmissível, por isso regras precisam ser feitas para que não haja guerras dentro de uma mesma sociedade.

A ordem é necessária e por isso leis foram criadas não só para a morte, mas ela é a que mercê certa “olhada”, pois sempre pregamos que matar é errado e tudo mais, mas algumas vezes nos vemos obrigados a matar, como na guerra, por exemplo, que por ordens superiores

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