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Afeganistão

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Por:   •  12/8/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.705 Palavras (11 Páginas)  •  240 Visualizações

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AFEGANISTÃO

SILVA, Carolina Masete da

REPÚBLICA ISLÂMICA DO AFEGANISTÃO

Localizado no centro do continente Asiático, o Afeganistão faz fronteira com o Turcomenistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, China, Paquistão e Irã. Em 2012 foram contabilizados 33.4 milhões de pessoas em uma área de 652,225 km. A expectativa de vida da população é de 49 anos, tanto para homens quando para mulheres, e sua religião predominante é a islâmica. As línguas predominantes são o Dari e Pashto e a unidade monetária é o Afegani. Sua capital, e maior cidade, é Cabul, localizada no Vale do Rio Cabul com mais de 3 mil anos de história.

As principais exportações do país são para o Paquistão, Índia, Rússia e Irã, que compram frutas, castanhas, tapetes e lã, o que move aproximadamente $ 376.000.000, sem contar com as exportações ou reexportações ilícitas. Já as importações custam, aproximadamente, $ 6.390.000.000, e os principais parceiros são novamente Paquistão, Rússia e Irã com o acréscimo do Uzbequistão. Os principais produtos são máquinas, fertilizantes, têxteis, derivados de petróleo e alimentos industrializados.

O cultivo de ópio no Afeganistão representava 93% do cultivo mundial, segundo dados do jornal Folha de São Paulo, em 2007. A produção, ainda muito intensa, é considerada maior que a de cocaína na Colômbia e já levou o país a quase ser considerado um narco-Estado. Outros produtos da agropecuária são o trigo, frutas – romãs, damascos, uvas, melões e figos – nozes, amêndoas, pistache, cevada, algodão, lã, carne e peles de carneiro.

Também se produz na indústria afegã, em pequena escala, tijolos, tecidos, sabão, móveis, calçados, fertilizantes, roupas, produtos derivados de alimentos, bebidas não alcoólicas, água mineral, cimento, tapetes, gás natural, carvão e cobre.

HISTÓRICO

DAS ORIGENS AO SÉCULO XIX - Entre 2000 e 1500 a.C., o Afeganistão foi uma área de passagem de tribos indo-europeias em direção ao sul. A área foi ocupada primeiro pelos persas e depois conquistada por Alexandre Magno, rei da Macedônia (séc. IV a.C.), que fundou várias cidades chamadas Alexandria, que mais tarde tornaram-se Herat, Kandahar e Cabul (atual capital).

Entre 250 a.C. a cerca de 125 a.C., fez parte do reino independente da Bactriana. Foi invadido a partir do século II a.C. pelos Citas (nômades indo-europeus) e incluído no reino dos Kuchans, que se mantiveram até o século VI d.C.

A região foi convertida ao islamismo no século VIII, e ocupada pelos turcos gasnévidas, que foram derrotados no século XII pelo afegão Mohammed de Ghor, que depois ocupou o Penjab (Índia), a bacia do rio Ganges e fundou o sultanato de Deli, que fez parte do Afeganistão até 1526, quando foi conquistado pelo Império Mongol. No século XVIII, o Afeganistão foi invadido pelos persas e posteriormente conquistou a sua independência com Ahmed Xá, em 1747.

Durante o século XIX, Rússia e Inglaterra disputaram a influência sobre o Afeganistão, armando facções rivais em luta pelo poder. Em 1907, o país tornou-se um protetorado britânico. Com o enfraquecimento inglês na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o emir Amanullah – mornarca do Afeganistão de 1919 a 1929, primeiro como emir e depois de 1926 como xá. Seu reinado, durante o qual o Afeganistão obteve a independência do Reino Unido sobre seus negócios exteriores, foi marcado por mudanças sociais e políticas dramáticas – obteve a independência do país.

DA INDEPENDENCIA À INTERVENÇÃO SOVIÉTICA (1923-1978) - Em 1928, o rei Amanullah promoveu uma modernização radical, mas o clero muçulmano revoltou-se, e Amanullah abdicou. Seu sucessor, o general golpista Nadir Xá, foi assassinado em 1933, sendo sucedido pelo filho, Mohammed Zahir Xá, que manteve o país neutro durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante a Guerra Fria, Zahir Xá equilibrou-se entre EUA e URSS. Nos anos 50, apoiou o Paquistão Oriental contra o Ocidental. Na Constituição de 1964, o Afeganistão adotou o parlamentarismo; o primeiro-ministro Hashim Maiwandwal (1965-1967) modernizou a economia e manteve a política de não alinhamento.

Em 1973, por causa de uma crise econômica provocada por anos seguidos de secas desastrosas, o general Daud Khan deu um golpe de Estado e proclamou a República.

A INTERVENSÃO SOVIÉTICA - Em 27 de abril de 1978, Daud foi derrubado por militares pró soviéticos. A sociedade tradicional opôs-se às mudanças; após o assassinato dos governantes Taraki e Amin, Barbrak Kamal, ocupou o poder com ajuda soviética.

A resistência dos fundamentalistas islâmicos (Mujahidins) iniciou uma guerra com a URSS, que durou até 1989. No esquema da Guerra Fria, os Estados Unidos e o Paquistão deram ajuda militar aos rebeldes. Em 1986, Brabrak Kamal foi sucedido por Mohammed Najibullah, que foi destituído em 1992.

Os mujahidins - guerreiros sagrados - mantiveram-se unidos até a tomada do poder. Devido à diversidade étnica, os mujahidins dividiram-se. Em 1993 surgiu o Talibã, que conquistou a capital Cabul e controla a maior parte do país desde 1996.

Depois da retirada dos soviéticos, o mundo perdeu o interesse no Afeganistão, ao mesmo tempo em que o país era conflagrado por uma prolongada guerra civil. Como consequência, milhões de afegãos fugiram para outros países, sem esperanças de ter um futuro no Afeganistão.

Em 2001, após a invasão estadunidense, a Conferência de Bonn patrocinada pela ONU estabeleceu um processo para a reconstrução política, que incluiu a adoção de uma nova Constituição, uma eleição presidencial em 2004, e eleições para a Assembleia Nacional em 2005. Em dezembro de 2004, Hamid Karzai tornou-se o primeiro presidente democraticamente eleito do Afeganistão e da Assembleia Nacional. Karzai foi reeleito em agosto de 2009 para um segundo mandato. O Estado ainda conta com a participação da Loya Jirga - um conselho em que, tradicionalmente, os líderes tribais se unem para resolver assuntos da nação ou reúnem-se para discutir uma causa. Apesar dos ganhos em relação à construção de um governo central estável, com um Taliban ressurgente e a continuidade da instabilidade provincial - particularmente no sul e no leste - continuam a ser desafios sérios para o governo afegão.

A ASCENÇÃO DO TALIBÃ

Originalmente um grupo de estudiosos islâmicos - na década de 90, trouxe pelo menos um pouco de estabilidade, depois de quase duas décadas de conflito. Mas a versão extremista do islamismo que o Talibã adotou tem atraído críticas. A milícia Talibã, formada em sua

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