Amor de Perdição Guião da História

Amor de perdição

O autor

Camilo Castelo Branco nasceu no ano de 1825, em Lisboa e faleceu a 1890, em Vila Nova de Famalicão. Foi um dos maiores escritores do século 19 e a obra Amor de Perdição foi das obras mais importantes que escreveu. Camilo foi um representante típico do Romantismo português, em particular da chamada segunda geração e conseguiu como nenhuma outra personalidade da literatura portuguesa, que a sua vida e obra se entrelaçassem de forma intensa.

Circunstâncias biográficas relevantes

Bastardia- Camilo nasceu a 16 de março de 1825 e é filho bastardo. A sua mãe era criada do seu pai;

Orfandade- A mãe morreu antes de Camilo completar dois anos e o pai quando ele tinha dez. Camilo foi então viver para trás-os-montes com a tia paterna;

Educação religiosa- A determinada altura, Camilo passou a viver em Vilarinho de Samardã, em casa de uma irmã mais velha. Aí recebeu educação religiosa literária, ensinado por um padre;

Aventuras sentimentais- em 1841 casou pela primeira vez com uma camponesa com quem teve uma filha mas abandonou-as. Em 1846 raptou Patrícia Emília e por essa razão deu entrada na cadeia da relação do porto. Acabou por abandona-las igual. A permanência no porto desde 1848 fez com que se envolvesse com uma freira, ter uma paixão simultânea por duas senhoras e viveu em mancebia com uma costureira. Por fim conhece Ana plácido e depois de vários atos desregrados casaram e tiveram três filhos.

Pobreza e doença- os últimos anos de vida do escritor foram marcados por dificuldades económicas e pelo avanço da cegueira;

Profissionalismo- Camilo viveu exclusivamente do que escrevia o que fez dele um verdadeiro profissional de letras. Assim se explica o seu ritmo febril de produção, bem como a extensa obra literária que nos deixou: 137 títulos.

A sua vida terminou tragicamente uma vez que Camilo se suicidou com um tiro de revolver cinco anos depois de se ter tornado visconde como tanto queria.

Outras obras

Nada a dizer

Contexto histórico literário

O início do século 19 ficou marcado política e socialmente por alguns eventos importantes: a fuga da família real portuguesa para o brasil; o governo despótico do país pelos ingleses, que nos tinham ajudado a expulsar os franceses; a propagação dos ideias liberais oriundos das revoluções já ocorridas nos Estados Unidos (1776) e em França (1789-1799); a perda progressiva do brasil.

Foi neste contexto de lutas políticas, primeiro de entre absolutistas e liberais, depois entre diferentes fações de liberais rumo ao republicanismo, que Camilo produziu a sua obra Amor de perdição.

Sobre o romantismo, o romantismo é um movimento cultural e estético que surgiu na Europa nos finais do século 18. É um movimento cultural que exalta o instinto e privilegia as emoções contra a razão. Camilo integrou a 2ª geração romântica. A obra amor de perdição é um exemplo da vertente romântica e da vertente realista da sátira social.

A obra

O amor-paixão

Amor de perdição tem como tema predominante o amor. Não o amor feliz mas o amor que leva à desgraça. Com efeito o amor que é relatado na obra por Camilo é o amor-paixão, um amor que é vivido intensamente até às últimas consequências; é um amor que se alimento da sofrimento e da morte. Teresa, Simão e Mariana são as vitimas desse sentimento.

Estrutura da obra

Em amor de perdição podemos identificar duas intrigas: a intriga principal que diz respeito aos amores contrariados entre Simão e Teresa e a intriga secundária que surge por encaixe, resposta uma outra história de amor entre o irmão de Simão e uma açoriana.

A ação da obra também se resume à seguinte frase: “Amou, perdeu-se e morreu amando”.

Amou - introdução - Apresentação dos antecedentes propícios ao desenrolar da ação;

Perdeu-se - desenvolvimento - Ação central e todas as peripécias envolvidas;

Morreu, amando - conclusão- Desfecho trágico da ação

Resumo da intriga amorosa

Introdução - o amor

Simão Botelho vê teresa pela primeira vez “para amá-la para sempre”. Teresa ama-o também.

Desenvolvimento - a perdição

Teresa recusa casar com Baltasar Coutinho, o outro pretendente, desobedecendo assim, ao pai. É ameaçada de clausura. Simão decide ir a Viseu ver Teresa.

Encontro com Baltasar Coutinho.

Armadilha preparada por Baltasar Coutinho para matar Simão. Simão fica ferido.

Entrada de Teresa nem convento em Viseu;

Teresa é informada de que vai ser transferida para o convento de Monchique no Porto.

Antes da partida para o Porto, Simão decide ir ver Teresa ao convento. Confronto com Baltasar Coutinho. Simão mata Baltasar e entrega-se à justiça.

Simão é preso.

Simão é condenado à forca.

Teresa chega ao convento de Monchique e sabe da condenação de Simão. Simão é transferido para a cadeia da relação do porto. Estado frágil de teresa, alterado perante a perspetiva de salvação que Simão lhe transmite numa carta

Tadeu de Albuquerque pretende levar a filha para Viseu. Teresa é irredutível e não sai do convento.

Simão é condenado ao degredo.

Simão recusa cumprir 10 anos de prisão em vila real e prefere o degredo.

Conclusão - a morte