CIAM

CIAM

Foi fundado em 1928, cujo nome se refere igualmente à organização e aos congressos em si que foram organizando. Foi este grupo que impulsionou o Movimento Moderno na arquitectura.

A primeira reunião foi organizada por Le Corbusier e Gabriel Guévrékian em Paris no ano de 1928. Esta reunião tinha como objectivo, a divulgação da nova arquitectura que se estava a desenvolver na Europa, mais especificamente na década de 20 e, contou com a participação de grandes nomes da Arquitectura com o objectivo de a reger segundo novas regras e princípios.

Inicialmente, os CIAM anunciou que os seus objectivos seriam formular o programa contemporâneo da arquitectura, promover as suas ideias, publicitar a arquitectura moderna no meio técnico, económico e social e por fim, resolver os problemas arquitectónicos da época.

Os arquitectos nomeados para representar os CIAM defendiam que:

“o destino da arquitectura é o de exprimir o espírito de uma época. Eles afirmam a necessidade de uma concepção nova da arquitectura que satisfaça as exigências materiais, sentimentais e espirituais da vida presente”.

Assim, desde a sua formação, os CIAM enveredaram por realizações práticas desde trabalhos colectivos, discussões, resoluções até às publicações.

Logo numa primeira fase de trabalho, em 1929 no 2º Congresso em Frankfurt, foram criados três corpos de trabalho:

1. A assembleia suprema dos membros do congresso.

2. O Comité Internacional para a resolução dos problemas da Arquitectura Contemporânea, que era escolhido pelo Congresso.

3. As comissões e grupos de trabalho que lidavam com determinados problemas e que contavam com a colaboração de especialistas e de outras áreas que não a arquitectura.

Este segundo congresso teve a colaboração do arquitecto Ernst May, um especialista europeu na construção social resultando no documento “Habitação para as necessidades mínimas”.

Os CIAM consideravam que os edifícios colectivos desenvolvidos em altura fossem de facto a solução mais racional aos problemas urbanísticos e de habitação na época. Estas ideias tiveram grande influência na arquitectura e no urbanismo de outras cidades do mundo, nomeadamente de cidades planeadas como é o caso de Brasília.

O filósofo Conde Claude-Henri de Saint-Simon (1760-1825) foi de facto uma inspiração para o grupo. Estudava a sociedade no início do século XIX e, acreditava que o desenvolvimento da indústria e o conhecimento científico da história humana e da sociedade estavam a impulsionar um novo sistema social, baseado na união da população enquanto uma comunidade.

Os CIAM enquanto grupo eram influenciados pelas ideias de Le Corbusier, cujo trabalho e carreira foi sempre tema de estudos e criticas.

Em 1933, no Congresso IV em Atenas, o tema era “A cidade Funcional” em que o critério de Le Corbusier e de outros arquitectos franceses prevaleceu sobre o realismo alemão. Este congresso culminou na Carta de Atenas, que expõe problemas urbanos e aponta soluções para corrigir esses erros. Os seus cinco pontos principais referem-se à habitação, recreação, trabalho, circulação e tradição.

O Congresso VIII, realizado em 1951, acusou novas tendências estudando pontos que não tinham sido bem consolidados na Carta de Atenas. O tema deste congresso centrou-se num desses pontos abordados que não mostrou resultado: o Centro Urbano.

O Congresso X, de estudo do habitat humano, em 1956, foi o último do grupo, gerando polémicas com o Team X, que é criado para fazer oposição aos CIAM, composto por Van Den Broeken, Bakema e Aldo Van Eyeck, antigos elementos dos CIAM. A critica desta equipa à Carta de Atenas centrava-se na abstracção da mesma, defendendo ser necessário caracterizar alguns temas como o habitar.

Desde as primeiras propostas revolucionárias elaboradas na primeira metade do século XIX até à Carta de Atenas o objectivo foi comum: a procura de uma cidade que respondesse à necessidade e aos anseios do homem da era moderna. O resultado deveria ser o desenho da cidade como um campo livre pontuado por edifícios isolados favorecendo higiene, salubridade, entradas de luz e rápida circulação, tal como pode ser visto na Ville Radieuse de Le Corbusier, entre outros. Durante o século XX, os planos urbanísticos baseavam-se nestes paradigmas, no entanto, grande parte deles tinha que trabalhar sobre a cidade já existente e com a proposta de criar sobre a cidade tradicional.

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De 1928 até meados da década de 1960, os CIAM constituíram o mais importante fórum internacional de debates sobre arquitetura moderna. Os encontros e as publicações dos CIAM firmaram um consenso entre profissionais de todo o mundo a respeito dos problemas essenciais da arquitetura, dando uma especial atenção aos da cidade moderna. Afirmaram, de modo explícito, que a arquitetura