Cachaça
Resenha: Cachaça. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Malaacl • 4/12/2014 • Resenha • 420 Palavras (2 Páginas) • 226 Visualizações
Em agosto de 2010, eu e a Gabi Barreto criamos o Mapa da Cachaça, um projeto sobre a cultura e história do destilado brasileiro produzido desde os tempos coloniais. Nosso objetivo com o Mapa é bem simples: queremos conhecer e divulgar o Brasil.
O desejo de entrar num carro e pegar a estrada, por mais clichê que pareça, fazia muito sentido pra gente. Acho que como muitos outros brasileiros, conhecemos muito pouco nosso país, e a nossa vontade era pegar nossas câmeras de foto e vídeo e registrar uma parte da história brasileira ainda pouco conhecida, até porque trabalhamos com produção de conteúdo multimídia.
Eu acredito que dá pra falar muito sobre um povo ao analisarmos sua gastronomia. E se o francês têm o vinho, o russo a vodca, o japonês o saquê, o mexicano a tequila, nós brasileiros temos a cachaça.
E nada melhor para representar a nossa cultura do que esse destilado que já foi símbolo contra a dominação da Metrópole e que mostra como somos um povo extremamente criativo: é só analisar a quantidade de marcas e rótulos de cachaça existentes, a quantidade de sinônimos para referenciar a bebida e as variedades de madeiras utilizadas para o envelhecimento da pinga (são mais de 25, algo único no mundo dos destilados).
Neste post, eu queria compartilhar com vocês um pouco mais sobre as nossas viagens por alambiques. Criei uma lista com 10 cachaças produzidas em alambiques que visitei nos últimos dois anos e que chamaram a minha atenção seja pela tradição, pela beleza natural onde estão localizados, pelos personagens que as produzem ou simplesmente porque são boas pra caramba!
Maria Izabel (RJ) – Uma produtora de cachaça de personalidade
Eu já vi personagens bem interessantes neste mundo da cachaça, alguns eu diria um tanto peculiares, como o produtor da cachaça Seleta, famoso pelas suas roupas e hábitos extravagantes – ele já foi vestido de marinheiro no programa do Jô Soares.
De todos os personagens, o que eu mais gostei de conhecer foi a Maria Izabel. Ela já foi pescadora, jardineira, vendedora de pães integrais e atualmente trabalha produzindo a Cachaça Maria Izabel em um sítio paradisíaco de Paraty, litoral do Rio de Janeiro. Se você andar pelo centro histórico de Paraty é capaz de encontrá-la vagando descalça pelas ruas de pedra da cidade. Quando fomos visitá-la para gravar um vídeo, a produtora estava balançando numa rede do ladinho do seu alambique lendo “Crime e Castigo” do Dostoiévski, um livro que não reflete em nada a vida que ela leva no seu sítio à beira mar.
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