Caso Concreto 01

Carlota Joaquina: A Princesa do Brasil

Carlota Joaquina, esposa do então rei de Portugal, dom João VI, despertou curiosidade entre os habitantes da colônia brasileira, quando desembarcou no país, há exatamente 200 anos, fugida da Europa dominada por Napoleão Bonaparte. Inteligente, briguenta e vingativa, Carlota foi uma mulher avançada para o seu tempo, pois tinha ambições políticas, tendo participado de várias conspirações, inclusive para assumir o trono de Portugal. Foi uma mulher que queria invadir os espaços masculinos, disputar politicamente com os homens, romper com a imagem de virgem, mãe e esposa para ser ela mesma. Além disso, não era exatamente o padrão de mulher que preenchesse os requisitos de uma princesa de contos de fadas. Era magra, baixa e de cabelos escuros. Tinha os olhos negros e graúdos, boca larga e buço proeminente. Tinha a pele morena, marcada por cicatrizes da varíola e era coxa devido a uma queda de cavalo sofrida na infância. Filha de Carlos IV e irmã de Fernando VII, reis da Espanha, Carlota nasceu em 1775 e morreu em 1830, por doença no útero, provavelmente câncer, com boatos de que teria apressado o seu fim ingerindo arsênico. Era então um farrapo humano, andava mal vestida, suja, e nada lembrava a mulher que um dia queria ser aclamada a princesa regente da Argentina. Apesar de uma biografia manchada por vários fracassos, Carlota Joaquina, passou pela a história como a mãe de 13 filhos, dos quais um proclamou a independência do Brasil, Dom Pedro I, e hoje é lembrado por 190 milhões de brasileiros como o homem que libertou a colônia de Portugal.

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