Criação Da Urss

A CRIAÇÃO DA URSS – UNIÃO SOVIÉTICA

Durante 69 anos, de 1922 a 1991, a União Soviética foi a maior potência comunista do mundo.

Até 1917 o Império Russo tinha a maior população da Europa e um dos maiores problemas sociais: a extrema pobreza do povo. Insensíveis a essa situação, os governantes russos, comandados pelo czar (imperador), levavam uma vida de luxos e privilégios. Chegou um momento, entretanto, em que forças de oposição políticas se organizaram para exigir mudanças. A situação radicalizou-se. Iniciou-se o processo de revolução que culminou fazendo da Rússia o primeiro Estado socialista do mundo. Surgiu, depois, a União Soviética, que foi uma das maiores potências do século XX.

IMPÉRIO RUSSO ATÉ 1917

A CORRENTE MARXISTA ENTROU EM CENA NA LUTA CONTRA O CZAR

Até 1917, o Império Russo foi governado por monarquias absolutistas comandadas pelos czares (titulo atribuído ao imperador da Rússia desde o século XVI até 1917). Essa monarquia era sustentada, principalmente, pela nobreza rural, saíam os oficiais do exército e os principais dirigentes da Igreja Cristã Ortodoxa, a mais importante organização religiosa do país.

Com 175 milhões de habitantes, a população do império Russo era formada por povos de diversas etnias, línguas e tradições culturais. Mais de 80% dessa população morava no campo e era duramente explorada pela nobreza rural.

INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSCIÊNCIA OPERÁRIA

A industrialização do Império Russo começou tarde em relação à Europa ocidental. Foi impulsionada por capitais estrangeiros (franceses, alemães, belgas), que receberam estímulos para entrar no país durante o governo do czar Nicolau II.

Os investimentos industriais concentraram-se em cidades populosas como moscou, São Petersburgo, Odessa e Kiev. Nessas cidades formou-se um operariado de aproximadamente três milhões de trabalhadores. Esse operariado recebia salários miseráveis e vivia submetido a penosas jornadas de 12 horas de trabalho.

Reunia nas fábricas, a classe operária foi tomando consciência das injustiças sociais de que era vítima. Foram surgindo várias organizações operárias, que se tornaram um campo fértil para o florescimento de ideias socialistas revolucionárias.

Com o desenvolvimento da industrialização e o maior relacionamento com a Europa ocidental, a Rússia também recebeu do exterior influências das novas correntes políticas que se chocavam com o antiquado absolutismo do governo russo. Entre elas destacou-se a corrente inspirada no marxismo (conjuntos de doutrinas desenvolvidas por Karl Marx que criticava a exploração capitalista e defendiam a construção do socialismo), e deu origem ao Partido Operário Social-Democrata.

Esse partido, que lutava contra a ditadura czarista, foi violentamente perseguido pela política do czar, sendo desarticulado dentro da Rússia em 1898. Lutando contra sua extinção, o partido Operário Social-Democrata voltou a se organizar no estrangeiro (Londres, Munique, Genebra). Seus principais líderes políticos eram: Georgi Plekhanov, Vladimir Ulianov (conhecido como Lenin) e Lev Bronstein (conhecido como Trotsky).

A REVOLTA SOCIAL DE 1905

Entre os anos de 1904-1905, a Rússia entrou em guerra com o Japão. A causa da guerra foi a disputa imperialista entre russos e japoneses por territórios na China. Com exércitos despreparados e frota antiquada, os russos foram facilmente derrotados pelos japoneses.

A vitória do Japão agravou a situação econômica da Rússia. O Regime político do czar Nicolau II foi abalado por uma série de revoltas sociais.

Os líderes socialistas participaram ativamente dessas revoltas, organizando as manifestações dos trabalhadores. Greves e protestos explodiram em diversas regiões do país em 1905. A insatisfação tomou conta de operários, camponeses, soldados do exército e marinheiros na cidade de Odessa.

Diante do crescente clima de revolta, Nicolau II prometeu realizar grandes reformas políticas e sociais, dentre as quais convocaria eleições gerais para o parlamento (duma), que, por sua vez, se encarregaria de elaborar uma constituição para a Rússia. O czar prometia o fim do regime absolutista e a melhora da situação geral dos trabalhadores.

Os grupos políticos da burguesia liberal ficaram satisfeitos com essas promessas. Na verdade, temiam o caráter socialista da revolta dos trabalhadores, que ameaçava a propriedade privada burguesa, pregando a distribuição social da riqueza. Desse modo, os bolcheviques ficaram isolados e sem força para levar avante o movimento popular contra a monarquia czarista.

Depois de controlar a revolta social, o czar abandonou as promessas liberais que tinha feito. A ditadura do czar recuperou as suas forças.

A revolta de 1905 fracassou, mas serviu, segundo Lenin, para que os revolucionários avaliassem seus erros e suas fraquezas, preparando-se para superá-los. Foi o ensaio geral para a futura luta.

A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917

A DERRUBADA DO CZAR E A CRIAÇÃO DO PRIMEIRO ESTADO SOCIALISTA

Em 1914, a Rússia envolveu-se em outro grande conflito: a Primeira Guerra Mundial. O governo czarista apelou para o fervor patriótico do povo russo, mobilizando 13 milhões de soldados. Mas o país não estava preparado para enfrentar uma guerra tão longa e desgastante.

Depois de dois anos de combates, a Rússia czarista entrou em colapso. Os meios de transportes foram destruídos. A produção agrícola ficou arrasada. Os preços dos alimentos subiram de forma estrondosa. A população começou a morrer de fome.

Na frente do combate, mais de três milhões de soldados morreram, enquanto outros dois deixaram a luta por causa de ferimentos. O exército russo estava se desorganizando cada vez mais. Milhões de soldados, desesperados, tornaram-se desertores.

A BUSCA DO CULPADO

A opinião pública nacional acreditava que o grande culpado pelos sofrimentos do povo russo era o governo de czar. Então, uma enorme onda de protestos e passeatas tomou conta do país. As greves dos trabalhadores pararam as cidades de São Petersbugo e Moscou, recebendo o apoio de uma parcela do exército.

Em 15 de março de 1917, o conjunto das forças políticas de oposição (socialistas e liberais burgueses) conseguiu derrubar o czar Nicolau II. Iniciava-se, então, a Revolução Russa.

ETAPAS DA REVOLUÇÃO

O processo revolucionário