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Por:   •  16/3/2015  •  356 Palavras (2 Páginas)  •  183 Visualizações

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A IDEIA DE CIÊNCIA COMO CONHECIMENTO CRÍTICO

Interessa-nos, finalmente, considerar em que consiste esse conhecimento novo, criado a partir de atitudes críticas e problematizadoras, conforme é anunciado por Sócrates em sua alegoria da caverna. Esse conhecimento novo é operado pelo logos, e a apropriação da realidade por ele realizada se chama, de um lado, filosofia, quando examina as bases de todo o conhecimento, e, de outro lado, ciência, quando se aplica à investigação das causas eficientes dos acontecimentos.

Ainda não é o momento de analisar com maior precisão a relação entre a filosofia e a ciência. Cabe, no entanto, acompanhar Sócrates, em outro diálogo de Platão, intitulado Teeteto, para ver como ele aplica a atitude crítica e problematizadora visando definir que conhecimento novo é este que procura. Sócrates, no trecho selecionado para leitura, parece concluir que esse conhecimento novo sobre o mundo, que constitui a ciência, consiste em interpretações conceituais, as quais os intérpretes têm boas razões para considerar como verdadeiras. O que não fica claro neste diálogo é em que condições uma interpretação pode ser considerada “verdadeira”. Mas a resposta desta questão somente será obtida com o nascimento dos métodos experimentais do século XVII.

O QUE É O CONHECIMENTO?

Sócrates – Mas, voltando ao início da discussão, como é que poderíamos definir ciência? Não vamos desistir da investigação, presumo eu.

Teeteto – De modo nenhum, a não ser que tu mesmo desistas.

Sócrates – Diz-me então qual a melhor definição que poderíamos dar da ciência, para não entrarmos em contradição conosco mesmos.

Teeteto – É exatamente a que procuramos dar, Sócrates. Da minha parte, não vejo outra.

Sócrates – Qual é ela?

Teeteto – Que opinião verdadeira é a ciência? A opinião verdadeira, parece, é infalível e tudo o que dela resulta é belo e bom.

Sócrates – Não há como experimentar para ver, Teeteto, diz o chefe de fila na passagem do rio. Aqui dá-se o mesmo: o que temos a fazer é avançar na investigação. Talvez venhamos a esbarrar nalguma coisa que nos revele o que procuramos. Se pararmos por aqui, é que não descobriremos nada.

Teeteto – Tens razão. Vamos em frente e examinemos!

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