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Familia Real no Brasil

Por:   •  7/6/2016  •  Resenha  •  2.069 Palavras (9 Páginas)  •  296 Visualizações

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Com a chegada da família Real em 1808, o Brasil adquire um status de metrópole, mesmo

ainda sendo totalmente colônia portuguesa. Uma das principais medidas tomadas por D.

João VI, após a transferência da Coroa portuguesa para o Rio de Janeiro, foi abrir o

comércio brasileiro aos países amigos de Portugal, a famosa “Abertura dos portos às

nações amigas”. A principal beneficiada com a medida foi a Inglaterra, que passou a ter

vantagens comerciais e dominar o comércio brasileiro. Os produtos ingleses chegavam ao

Brasil com impostos de 15%, enquanto os demais países deveriam pagar 24%. Este

privilégio fez com que nosso país fosse cada vez mais inundado por produtos ingleses,

medida que acabou prejudicando o desenvolvimento da economia brasileira, podando

qualquer possibilidade de crescimento econômico.

Em 1815, o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, com isso o

Brasil deixava de ser colônia de Portugal e adquiria certa autonomia administrativa. Mas

por que o Brasil foi elevado a reino unido? Quais os interesses da Coroa portuguesa por

trás da realização dessa mudança de status? As respostas parecem muito vinculadas com

à própria mudança da Corte lusitana para o Brasil e com o Congresso de Viena.

Durante o Congresso de Viena, a família real portuguesa estava no Brasil, a sua situação

política era a mais atípica possível, pois D. João VI não governava o reino a partir dele, mas

sim de uma colônia. Portanto, o poder, não estava, propriamente, dentro de seu reino, mas,

sim, em uma possessão além-mar de Portugal, fugindo totalmente dos padrões políticos

daquele período, que considerava a colônia como não tendo o mesmo status político que o

reino. A solução encontrada como saída para esse antagonismo, foi a de elevar então o

Brasil a reino unido, talvez o que possamos chamar de uma antítese disso, é o fato de que

o reino teria então dois centros políticos: Lisboa, capital de Portugal, e Rio de Janeiro, no

Brasil onde estava instalado o reino.

Inexato pensar, no entanto, que o fato da Coroa portuguesa ter se instalado no Rio de

Janeiro extinguiria de vez os atritos entre Colônia e Metrópole, uma vez que, essa

transferência não deixava de favorecer interesses de Portugal, e ainda ocasionou aumento

dos impostos, pois agora a Colônia sozinha precisava dar conta dos gastos reais de luxo do

reino que estava no Brasil, o resultado disso foram as várias revoltas, ocorridas

principalmente no nordeste, onde o sentimento regional era de que essa elevação do Brasil

a reino, teria apenas trocado o reino de uma cidade para eles alheia, que era Lisboa, capital

portuguesa, para outra também totalmente nula, no Rio de Janeiro, a Revolução

Pernambucana em 1817, é um exemplo muito claro desse cenário de descontentamentos,

com sentimento regional, que era muito maior essa época que um sentimento nacional,

praticamente inexistente, visto que, o Brasil estava sob regime de Colônia, ainda que se

"vestisse de Metrópole" em alguns momentos, como aponta Bóris Fausto. A revolução foi

alcançando diferentes níveis da sociedade, em amplas adesões de militares, proprietários

rurais, juízes, artesãos, comerciantes e um número grande de sacerdotes, que lhe rendeu

até o renome de "revolução dos padres". A revolução passa ainda do Recife para o sertão e

se expande para Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, motivada por esse sentimento de

desigualdade regional dos nordestinos somado a um forte "antilusitanismo".

Ainda assim, não podemos pensar que esses diferentes grupos tinham entre si os mesmos

objetivos com a revolta, pois não tinham, compreendemos então que as diferentes camadas

descontentes com o poderio da Coroa portuguesa, eram movidos por diferentes âmbitos,

com os pobres pleiteando uma igualdade maior, a classe dos trabalhadores, como os

cirurgiões, boticários, sangradores e barbeiros se dando um auto papel de destaque na luta

pela pátria e os proprietários rurais, como uma classe poderosa, com o interesse de

descentralizar o poder das mãos da Coroa. Essa mesma diferenciação de interesses dos

revolucionários pode ser associado como um fator de sua derrota, após combate com as

forças portuguesas, que se desenrolaram no interior e que mostraram o despreparo e as

desavenças entre os revoltosos. O movimento durou cerca de mais de dois meses,

deixando profunda marca no nordeste e findando-se em maio de 1817 com a ocupação de

Recife

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