Guerra Do Paraguai
Trabalho Escolar: Guerra Do Paraguai. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fernanda2266 • 28/10/2014 • 1.083 Palavras (5 Páginas) • 356 Visualizações
Maldita GuerrA - Resumo
O autor está analisando as causas do conflito (Guerra do Paraguai); ao apresentar um novo modelo explicativo, ele contesta os discursos historiográficos vigentes:
O discurso do vencedor: é a justificativa oficial da entrada do Brasil na guerra; o Império estaria se defendendo da captura traiçoeira de um navio brasileiro no rio Paraguai e a invasão de seu território sem declaração de guerra; o Brasil atua em legítima defesa, e em seguida invade o Paraguai para destituir o tirano que escraviza o povo paraguaio e ameaça a paz na região. Fortalece o mito do “gigante pacífico” e está impregnado de dualidades no estilo herói x vilão, civilização x barbárie. É um discurso carregado de apologia à coragem dos heróis nacionais que legitima o nacionalismo monárquico e que será apropriado mais tarde pelos governos militares.
O revisionismo: é a contestação da explicação oficial, sempre com motivação política. A primeira grande contestação à versão oficial é feita por autores positivistas no início da República. Há o receio de uma reação monárquica e a preocupação em consolidar o novo regime. O Brasil passa a ser apresentado como responsável pelo conflito.
O momento mais importante do revisionismo ocorre na década de 1970, com o livro Genocídio Americano: a Guerra do Paraguai, de Júlio José Chiavenatto; no novo modelo explicativo o conflito é visto como parte do processo de expansão do imperialismo inglês pelo mundo. O interesse inglês pelo estuário do Prata é evidente, e a Inglaterra tentou controlar militarmente a região no início do século XIX. Para Chiavenatto os ingleses estariam incomodados com o modelo de economia autônoma que os paraguaios estariam construindo, e teriam estimulado Argentina e Brasil (apresentados então como satélites da potência) a explorar as tensões regionais existentes e atacar o Paraguai. Lopez deixa de ser um tirano cruel para tornar-se um herói antiimperialista.
Para Doratioto esse modelo peca num quesito essencial: não se sustenta em documentação histórica; a Inglaterra era então o principal parceiro econômico do Paraguai, e documentos demonstram o esforço do representante inglês em Buenos Aires, Edward Thorton, em mediar uma solução negociada para o conflito.
Chiavenatto estaria, na verdade, muito mais interessado em desacreditar as bases do discurso nacionalista da ditadura militar, fortemente apoiado no conflito e em seus heróis (Caxias é o patrono do Exército e Tamandaré da Marinha). Estaria havendo ainda um paralelismo anacrônico com a situação então vivida por Cuba, isolada pelos Estados Unidos e seus satélites.
No modelo explicativo compartilhado pelo autor a Guerra do Paraguai está inserida no processo de construção dos estados nacionais da região; esse processo vem sendo analisado pelos historiadores a partir da década de 1980 e vê com novos olhos os processos de independência na América; ao contrário do que afirmam os discursos nacionalistas, a emancipação política simplesmente inicia o processo de construção dos estados nacionais. Esse processo herda dois problemas complexos do passado colonial, que opunham espanhóis contra portugueses: a luta pela definição de fronteiras e a disputa pelo controle do estuário do Prata e liberdade de navegação pelos rios.
A isso vão se somar os conflitos para definir politicamente os novos estados: enquanto Buenos Aires e Rio de Janeiro lutam para estabelecer governos fortemente centralizados, as províncias lutam para obter diferentes graus de autonomia; algumas lutarão pela independência (caso do Paraguai, que não aceita a autoridade de Buenos Aires; e dos Farroupilhas, no sul do Brasil, que estão contestando também a monarquia).
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