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HISTORIA DO CINEMA PARTE 1

Por:   •  1/10/2015  •  Bibliografia  •  1.729 Palavras (7 Páginas)  •  231 Visualizações

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Após a criação da Cinédia e do INCE (Instituto Nacional de Cinema Educativo), e de uma certa invasão de filmes estrangeiros no Brasil (primeiramente europeus e posteriormente, americanos) foi criada em 1941 a Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S.A., com o intuito de promover o desenvolvimento industrial do cinema brasileiro e, de certa forma, mostrar um pouco do Brasil, como alguns temas sociais. José Carlos Burle disse em seu discurso inicial, no dia da criação, entre outras coisas, que: "O cinema, arte resultante de todas as artes e com maior poder dentre todas, para objetivar e divulgar, adquiriu métodos próprios  de expressão, fez-se arte independente e, por esse grande poder de penetrar e persuadir as mais diversas multidões, tornou-se indústria de vulto universal, órgão essencial de educação coletiva".

Teve como principais incentivadores e idealizadores: Alinor de Azevedo (jornalista), Edgar Brazil (Fotógrafo), Arnaldo Farias, Moacir Fenelon e José Carlos Burle.

Primeiramente focava em curtas-metragens e cinejornais e documentários-reportagens, mas também atingia a área de dublagens de produções estrangeiras, desenhos animados.

A Atlântida possui duas fases distintas: a primeira vai da criação em 1941 até meados de 1947, quando Luís Severiano Ribeiro (o maior exibidor cinematográfico do país) assume a majoritariedade das ações da empresa. Essa mudança passa a ser um marco, pois, agora, além da produção, a Atlântida também cuidaria da distribuição e exibição de seus filmes.

A primeira produção cinematográfica foi Moleque Tião (1943), dirigido por Burle e roteirizado por Alinor Azevedo, consistia em um viés crítico-social. O filme tratava de um negro que saía de sua casa humilde com quase nenhum recurso e ia atrás de um sonho em uma companhia de revistas na capital. Chegando lá, descobre o fechamento da mesma e desiludido é amparado por um compositor que reconhece-lhe valor artístico e o "conduz" até o sucesso. Trazia como ator principal um, até então, desconhecido Grande Otelo (que seria um dos carros chefes da indústria cinematográfica brasileira). Esse filme foi inspirado na história de Grande Otelo.

Logo após a estréia, tentaram buscar alguma identidade em estilos de comédias musicais como Tristezas Não Pagam Dívidas (1944) e Não Adianta Chorar (1945), com direção de Burle e Watson Macedo, respectivamente. Desses musicais surgiram alguns nomes interessantes para o cinema e música brasileiros: Grande Otelo, Oscarito, Emilinha Borba, Marion, Silvio Caldas, entre outros. Uma curiosidade é que Grande Otelo e Os carito fazem o primeiro filme juntos.

Aproveitando-se de um decreto que determinava que os cinemas teriam que exibir, anualmente, pelo menos três filmes nacionais (que acabou sendo a média de produção da Atlântida), Severiano Ribeiro conseguia grande lucro, uma vez que produzia seus filmes e os distribuía, exibindo-os em seus próprios cinemas. Ribeiro colocava em prática, também, uma maneira de conseguir produzir filmes com baixo orçamentos, colocando seus atores e atrizes para chegar para as filmagens já alimentados e vestidos com suas próprias roupas. Além disso, reciclava matérias técnicos.

Os maiores sucessos de público e de críticas positivas da era Atlântida, sem dúvidas, foram as chanchadas. Que nada mais seriam do que comédias do tipo "pastelão" para um público mais de caráter popular. Elas retratavam o cotidiano do povo, principalmente da capital, mostrando o jeitão carioca, a malandragem, entre outras características. Sempre inspirando-se e até mesmo copiando fórmulas de sucesso internacionais. Oscarito e Grande Otelo formavam uma dupla com uma ótima química e com um humor que fazia com que os filmes tivessem grande sucesso e êxito nos cinemas.

FILME: MATAR OU CORRER (1954)

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Último filme que Grande Otelo e Oscarito contracenam juntos. Dirigido por Carlos Manga, ele conta uma história baseada nas confusões que a dupla aprontava. Era uma paródia aos filmes norte americanos de western, filmes de faroeste, que faziam grande sucesso na época (esse mais precisamente Matar ou Morrer, 1952)

Na trama, Kid Bolha (Oscarito) e Cisco Cada (Otelo) fugindo de uma confusão, encontram o mocinho Bil (John Herbert) e o levam à cidade fictícia de City Donw, onde se passa a história. Lá, o vilão Jesse Gordon (José Lewgoy) aterrorizava a cidade. Quando a dupla chega à cidade, num golpe de sorte, conseguem prender o bandido e Kid torna-se xerife da cidade. O bandido consegue fugir e no final é capturado pelo atrapalhado xerife.

Como todo filme do estilo Chanchada, no filme há muitas cenas de confusões, comédia pastelão, piadas, sátiras e romance. Julie Bardot, como uma vedete, encarna bem a figura da mulher bonita, loira, e imponente que sempre dava o tom dos filmes americanos. O personagem de Otelo representa aquele jeitão do malandro carioca, que quer sempre se dar bem (como quando vende os cavalos que achou, como puro sangue ou quando manda cozinhar um gato no lugar de um coelho). Oscarito faz o papel do atrapalhado, cômico e desengonçado. Lewgoy e Herbert fazem os tradicionais vilão e mocinho, respectivamente, bem comuns nas cinematografias da época.

Vale destacar um pouco destes dois Grandes artistas do cinema Brasileiro:

Oscarito

[pic 3]

O comediante Oscarito fez dezenas de chanchadas em parceria com Grande Otelo

Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Concepción Tereza Dias era filho de atores circenses. O pai era alemão, a mãe portuguesa. Oscarito nasceu na Espanha, mas com um ano de idade veio para o Brasil. Estreou aos cinco anos no circo, no papel de índio, numa adaptação de "O Guarani" de José de Alencar. Trabalhou como violinista, palhaço, acrobata e trapezista, antes de fazer sucesso como ator.

Em 1932, época do teatro de revista, Oscarito foi convidado por Alfredo Breda, a satirizar o presidente Getúlio Vargas em "Calma, Gegê", no Rio de Janeiro. Em 1935 estreou no cinema em "Noites cariocas", junto a Grande Otelo, com quem faria dupla em 34 chanchadas do estúdio da Atlântida, entre as quais "É com este que eu vou", "Três vagabundos", "E o mundo se diverte", "Carnaval de fogo" e "Aviso aos navegantes".

Seus filmes mais expressivos foram dirigidos por Carlos Manga: "Nem Sansão nem Dalila", "O Homem do Sputnik", "De vento em Popa" e "Matar ou correr"(uma paródia de um sucessos de Hollywood). Após vê-lo imitando Rita Hayworth no papel de Gilda, o humorista americano Bob Hope convidou Oscarito para filmar nos Estados Unidos, mas ele recusou, com medo do fracasso. Na televisão não alcançou o mesmo sucesso do cinema.

Casado com Margot Louro, também de família circense, teve dois filhos. Faleceu aos 64 anos.

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