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Em seu capítulo 11, a obra de Boaventura de Sousa Santos discorre sobre a redescoberta democrática do trabalho e do sindicalismo como sustentos da cidadania. Para isso propõe o autor :a partilha democrática do trabalho, redistribuindo-o a nível global; a observância de padrões mínmos de qualidade da relação salarial e flexibilização das leis de imigração para uma “desnacinonalização da cidadania”, proposição que considero risível num contexto de vital proteção dos mercados internos nacionais contra um processo migratório injusto e predatório que não configura real solução aos problemas de desigualdade social em âmbito mundial.

Destaca ainda, a importância de se reconhecer a ploriferação de formas atípicas de trabalho para que haja, inclusive, adaptabilidade normativa em relação à legislação trabalhista e, sobretudo, flexibilização da relação salarial.

Em forma de teses, passa o autor a analisar a relevância do movimento operário e do sindicalismo para esse processo de reformulação democrática do trabalho. Atenta para o caráter global do movimento sindical ao mesmo tempo que este apresenta nuances locais. Faz severa crítica à divisão do movimento sindical, afetado pelo intenso avanço econômico desregulamentado, impulsionado por um modelo capitalista transnacional que por vezes ignora o trabalhador e suas necessidades econômicas e psicofísicas.

Defende Boaventura de Sousa Santos a participação e ampliação das comissões de trabalhadores para construir a base sindical. Esta, por sua vez, deve ter suas relações com partidos políticos criticamente reavaliadas.