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História Da Arquitetura, Arte E Da Cidade

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Por:   •  6/5/2014  •  3.080 Palavras (13 Páginas)  •  502 Visualizações

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Relatório de Introdução à Teoria de História da Arte e Arquitetura

Aluna Giuliana Serrano Sperotto

Professora Doutora Cibele Saliba Rizek

Inicialmente, devemos partir da discussão: o que é história e qual a importância de refletirmos sobre esse conceito?

São diversas as definições dadas, como “ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem ao decorrer do tempo”, “estudo dos acontecimentos passados”, “sucessão natural dos acontecimentos passados”, “relato”, “narrativa”. Todos eles se encaixam naquilo que conhecemos por “história”, mas não são suficientes para defini-la e pensá-la não passivamente, mas com análise crítica. Aí entram outros fatores: a história é contada por quem? É simplesmente uma sucessão de fatos ou os relatos que a compõem trazem consigo o juízo feito por aquele que o fez acerca do assunto? É possível produzir historiografia com total imparcialidade?

Em “Idade Média: passado e presente” Hilário Franco Junior, afirma que qualquer obra historiográfica não está somente ligada ao passado que relata, mas também ao presente, ao contexto no qual o autor da obra está inserido. Isso porque ao fazer uma análise dos acontecimentos passados, a fazemos levando em conta (conscientemente ou não) a visão de mundo que temos, a qual é produto do contexto histórico do qual fazemos parte. Isso se deve ao fato de que, uma vez que toda historiografia é um produto cultural, resultando de uma série de fatores como metodologia, disponibilidades documentais, estilos literários, entre outros, traz mesmo que implicitamente as “opiniões”, ideologias, da época em que foi produzida. Também o receptor, ao se apropriar do conteúdo histórico, não o faz passivamente, mas interpreta-o de acordo com suas impressões sobre o assunto.

A exemplo de tal falo é citado, no texto de H. F. Júnior, “Outono na Idade Média” de Johan Ruizinga no qual o autor, ao tratar da Idade Média se refere também ao próprio período em que vive - o período pós Primeira Guerra Mundial, marcado por ser um tempo de dificuldades, angústias, sofrimento, que se contrasta com um período anterior de otimismo e entusiasmo, a Belle Epoque assim como os séculos XII e XIII (Alta Idade Média) se contrapõem aos séculos XIV e XV (Baixa Idade Média).

No estudo do período que conhecemos por Idade Média, encontramos, em especial, dificuldades para analisa-la. Esse assunto é tratado de texto, também de Hilário Franco Júnior, “O (pre)conceito da Idade Média”. A própria denominação “Idade Média” é decorrente de uma visão preconceituosa elaborada pelos pensadores do período renascentista - viam esses anos como um intervalo entre dois outros períodos de intensa produção artístico-literária: a Antiguidade Clássica greco-romana e o Renascimento, no século XVI.

Os intelectuais do período afirmavam que a arte e a língua da Idade Média eram bárbaras, uma vez que fugiam dos padrões clássicos. No século XVIII, o Iluminismo, corrente filosófica guiada pela razão, pelas “luzes”, intensifica a crítica aos séculos da Idade Média pois o viam como o período áureo de dominação da Igreja e do Clero. Essas visões preconceituosas levaram o período a ser conhecido como “Idade das Trevas”.

No século XIX, com as correntes Românticas, outra visão sobre a Idade Média surge. Embora não seja uma visão carregada de aspectos negativos, ainda assim não é a fonte mais adequada pois vê o período de maneira extremamente idealizada.

Com a Revolução Francesa em 1848, o nacionalismo e o sentimento de identidade nacional ganham força na Europa. Com as invasões napoleônicas de espalhando pelo continente, esses sentimentos ganham força e geram resistências à dominação, o que resulta em uma Europa tomada por guerras.

Os românticos contestam o valor supremo da razão dado pelos Iluministas pois seria essa supervalorização que teria levado a Europa a estado de caos, guerras e disputas. Reconhecem então, na Idade Média, o berço do nacionalismo, época de fé e religiosidade que deveria ser retomada.

Isso confirma a afirmação do autor em “Idade Média: passado e presente” quando afirma que um relato historiográfico pode, muitas vezes, oferecer mais informações sobre o período em que foi produzido do que sobre o período que relata.

Assim sendo, tendo em vista o pressuposto de que tanto na produção quanto na apropriação da história os indivíduos exprimem as suas ideologias, crenças e julgamentos, há a possibilidade de composição e apreensão imparcial dos fatos históricos? A História como conhecemos conta os reais fatos ou são impressões dos historiadores? Como obter fontes mais confiáveis?

Buscando essa maior confiabilidade e fontes com ausência de julgamento sobre a Idade Média, os historiadores tomaram como base os próprios medievos. Surgiu então outro problema: as concepções de tempo dos homens daquele período, o que influencia diretamente na maneira como contam e vêm a História.

Os pagãos viam o tempo de acordo com concepções pré-critãs - o tempo para eles era algo cíclico, ou seja, tudo o que se vivia era reprodução de fatos ocorridos na Origem e, dessa forma, a noção de irreversibilidade do tempo não existe.

Para os religiosos do clero, o tempo era interpretado teológicamente, não como algo cíclico mas como algo que tem “início”, “meio” e “fim” - acreditam em um tempo escatológico, um tempo só conhecido por Deus, que seria o “fim dos tempos”. A História torna-se então, limitada.

Essas diferentes maneiras de percepção do tempo dificultam a análise do período pois, além de número reduzido de fontes escritas, os próprios homens medievais não tinham clara noção daquilo que viviam.

Além disso, vale frizar o fato de que o tempo nesse período não era rigorosamente controlado. Os camponeses, viviam da terra, calculavam o tempo de acordo com a natureza, biologicamente; trabalhavam mais quando a natureza exigia (em período de colheita, por exemplo) e menos quando não era necessário (como nos meses de inverno). Apenas o clero fazia controle mais rigoso das horas por motivos litúrgicos. Entretanto, um fenômeno transformará a visão de tempo dos homens feudais: o surgimento da cidade medieval.

Devemos então dar atenção à discussão de outro conceito que faz

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