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História do Tocantins

Por:   •  13/6/2016  •  Resenha  •  956 Palavras (4 Páginas)  •  718 Visualizações

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Universidade Federal do Tocantins 

História do Tocantins

 

RESENHA DO LIVRO "O Avesso do Silêncio: vivências cotidianas das mulheres do século XIX"

Referência Bibliográfica:  PARENTE, T. G. . O AVESSO DO SILÊNCIO: vivências cotidianas das mulheres do século XIX. 1. ed. Goiânia: Editora da Universidade Federal de Goiás, 2005. 164p .

Temis Gomes Parente possui graduação em História pela Universidade Federal do Piauí (1986), mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1996) e doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Pós-Doutora pelo CEDEPLAR/UFMG, (2010). Atualmente é professor Associado III da Universidade Federal do Tocantins.Atua nas seguintes áreas: História do Tocantins; História Regional; História e Gênero; História das Mulheres. História Cultural. . Gênero e Meio Ambiente.

O livro O Avesso do Silêncio: vivências cotidianas das mulheres do século XIX, de autoria da Professora Doutora Temis Gomes Parente tem por objetivo versar sobre o cotidiano das mulheres do norte de Goiás, ressaltando a importância e participação delas no processo de formação daquela sociedade, fazer uma análise de suas práticas sociais. A obra, além da introdução está dividida em quatro capítulos, sendo que o primeiro faz uma contextualização histórica da representação da mulher na sociedade, o segundo trata dos lugares e funções femininas na sociedade através da cultura material, o terceiro capítulo discorre sobre o papel das mulheres nas estruturas familiares, e o quarto sobre a mentalidade das mulheres do norte goiano.

Na introdução a autora explícita o objetivo da obra e justifica a escolha do tema, relatando a mudança na economia da região no século XIX  e a futura criação do Estado do Tocantins  como alguns dos motivos, trazendo a história do cotidiano das mulheres do norte goiano, atual Tocantins, como um acréscimo na compreensão do processo histórico da região.  As principais fontes utilizadas foram inventários post-mortem e testamentos, documentos oficiais como censos e listas de pagamentos de impostos, e fontes eclesiásticas.

No primeiro capítulo, denominado Mulheres (In)Visíveis, é trazido um histórico da ocupação de Goiás, com enfoque na parte norte, a partir do século XVIII até o século XIX, para mostrar qual era o cenário econômico  da região. Após a contextualização da região, inicia-se a retratar a questão de como as mulheres eram vistas pelos viajantes, sendo essas retratadas a partir de uma visão distante, sem representatividade, exceto quando eram elementos produtivos (escravas) ou fugiam à imagem idealizada (concubinas, mães solteiras). Parente ressalta que essas imagens das mulheres eram generalizadas, eram imagens já construídas através de relatos anteriores, vinham imbuídas de experiências de conceitos formados anteriormente. Para construir uma melhor visualização das mulheres, nesse capítulo são expostos quadros que retratam a população da região, mostrando que haviam mais mulheres que homens e a variação demográfica durante alguns anos. Dá visibilidade às mulheres do norte goiano apresentando documentos oficiais de cobrança de impostos onde fica perceptível a contribuição das mulheres na sustentação diária e  apresentando a situação do pequeno comércio que era considerada uma atividade feminina, a qual supria quase todas as necessidades imediatas.

No segundo capítulo, Reconstrução da Cultura Material, Temis buscou em inventários post-mortem, a descrição de moradias, objetos, utensílios e mobiliário da época, assim sabendo quais objetos o morto possuía ou não traçar alguns costumes de seu cotidiano. Durante o capítulo são apresentados vários casos dos inventários que foram estudados, detalhando o que estava presente ou não, mostrando que a ausência de alguns dados podia-se dar por serem objetos de comum recorrência na sociedade. O capítulo termina com o retrato de documentos que mostravam a partilha de heranças, documentos que ressaltavam o papel da mulher, quando no casamento o dote e todo os bens que a mulher possuía ficavam sob responsabilidade do marido. A divisão da cultura material fica clara, quando apesar de a herança ser dividida igualmente em relação aos valores, as mulheres recebiam bens que pertenciam ao universo doméstico, como tear e utensílios de cozinha, perpetuando seu lugar de ocupação para a sociedade da época, e os homens recebiam bens de produção, como escravos e terras.

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