Hitória Da Cultura E Da Sociedade
Artigos Científicos: Hitória Da Cultura E Da Sociedade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 18/9/2014 • 2.726 Palavras (11 Páginas) • 656 Visualizações
História da Cultura e da Sociedade no Mundo Contemporâneo
Aula 01
O Pós Segunda Guerra e o Reordenamento Mundial
1 – O reordenamento geopolítico internacional: observando-se o reordenamento geopolítico econômico que colocou Estados Unidos e URSS em posições opostas, defendendo áreas sob influência para a preservação e expansão do Capitalismo e Socialismo, percebe-se que o mundo era quase igualitariamente dividido. Para o reordenamento geopolítico internacional foram realizadas várias conferências, dentre as quais são destacadas as de Yalta e de Potsdam.
• Após a II Guerra Mundial, o mundo passou por grandes transformações, de ordem social, econômica e política. Os anos a partir dos meados do século XX foram caracterizados por realinhamentos e novas alianças internacionais, a descolonização da África e Ásia, pelas fragmentações territoriais e os novos agrupamentos de países conforme interesses políticos e econômicos.
1.1 – Conferência de Yalta: Ocorrida na Ucrânia entre os dias 4 e 11 de fevereiro de 1945. Com a Alemanha ainda invadida, discutiram questões relativas à futura ONU, divisão da Alemanha, o estabelecimento de governo pró-britânico na Grécia e de governos pró soviético na Bulgária e Romênia.
1.2 – Conferência de Potsdam: Ocorreu em Potsdam, Alemanha, entre os dias 17 de julho e 2 de agosto de 1945. Seus principais tópicos foram:
• Reversão de todas as anexações da Alemanha na Europa após 1937 e a separação da Áustria da Alemanha;
• Ocupação da Alemanha pelos Aliados;
• Julgamento dos criminosos de guerra;
• O estabelecimento da fronteira da Alemanha com a Polônia "linha Oder Neisse".
• Acordo sobre as indenizações de guerra.
• Os Aliados editaram a Declaração de Potsdam que ultimou os termos de capitulação do Japão.
2 – A criação da ONU: Segundo Sean Purdy, a Organização das Nações Unidas foi pensada como uma instituição de poder internacional que se destinasse a coordenar e evitar conflitos entre nações. A Organização das Nações Unidas (ONU) nasceu outubro de 1945, data de promulgação da Carta das Nações Unidas e, na época foi assinada por 51 países, dentre eles o Brasil. Criada logo após a 2ª Guerra Mundial, o foco da atuação da ONU é a manutenção da paz e do desenvolvimento em todos os países do mundo.
3 – A criação do Estado de Israel: Depois de quase dois mil anos da expulsão pelos romanos e cinco décadas de organização do movimento sionista que pregava a volta dos judeus a sua terra de origem, no ano de 1947, a ONU decidiu-se pela partilha da Palestina em dois Estados: um judeu e o outro árabe. Enquanto o primeiro grupo aceitou a partilha, o segundo não reconheceu a decisão e organizou-se para guerra, logo que em 1948 os judeus proclamaram a criação do Estado de Israel, que foi reconhecido pelas duas principais potências da época: União Soviética e Estados Unidos.
• Os Estados árabes vizinhos, que contestaram a criação de Israel, decidiram intervir. Os exércitos do Egito, Iraque, Líbano, Síria e Transjordânia entraram na Palestina. Começava a primeira de uma série de guerras que iriam constituir o longo conflito árabe-israelense. A guerra de 1948-1949 foi vencida pelos israelenses, que ampliaram o seu domínio por uma área de 20 mil km². O conflito provocou a fuga de cerca de 800 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel que formaram o imenso contingente de refugiados e, nos anos seguintes, serão frequentemente referidos como a questão palestina.
4 – O Brasil no contexto internacional: O ano de 1946 foi marcado pela volta da democracia. A saída de Getúlio Vargas e a entrada de Dutra deram novas áreas à política nacional. Dutra candidatou-se pelo Partido Social Democrático (PSD), em coligação com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e venceu as eleições de 2 de dezembro de 1945. Dutra assumiu o governo em 31 de janeiro de 1946 em clima da mais ampla liberdade.
• O governo de Dutra começou com a polêmica medida da proibição do jogo no Brasil, mas a presidência ficou marcada pela nova constituição dos Estados Unidos do Brasil, promulgada em 1946, e consagrou as liberdades expressas na constituição de 1934, que haviam sido retiradas em 1937.
• Embora com a constituição promulgada em um regime democrático, foi nela que o PCB teve seu registro cassado e seus líderes perseguidos. Também foi no governo de Dutra que o Brasil cortou relações diplomáticas com a URSS e entrou em alinhamento com a política externa dos Estados Unidos da América (1948).
Aula 02
Guerra Fria: Bipolarização Mundial
O século XX presenciou a formação e crescimento da URSS, que, desde 1917, apresentava uma nova opção de modelo econômico. Enquanto, na década de 1930, o mundo capitalista passava por uma grave crise econômica, a URSS alcança índices de crescimento econômico impressionantes. Em contrapartida temos os Estados Unidos como principal economia capitalista e em busca de novos mercados para impulsionar ainda mais a economia.
• Segundo José Sombra Saraiva: “O curso das duas décadas que vinculam o ano de 1947 ao de 1968, no âmbito das relações internacionais, foi ditado pela supremacia de dois gigantes sobre o mundo. Os Estados Unidos e a União Soviética assenhoraram-se dos espaços e criaram um condomínio de poder que só foi abalado no final da década de 1960 e início da de 1970”.
• O período em questão ficou conhecido como Guerra Fria que é a designação atribuída ao momento histórico de disputas estratégicas entre a União Soviética, representando o socialismo, e os Estados Unidos, representando o capitalismo, do final da Segunda Guerra Mundial (1945) até a extinção da União Soviética (1991).
1 – O Plano Marshall
Com a Europa destruída devido à II Guerra Mundial, os EUA lançaram um programa que visava a reerguer os países do velho continente. Essa política ficou conhecida como Plano Marshall. Com o aporte financeiro, os Estados Unidos financiaram a reconstrução européia após a Segunda Guerra. Essa medida unia os interesses econômicos e políticos, pois ajudava a fortalecer a parceria diminuindo as chances de descontentamento e revolta em relação à hegemonia norte-americana. Nesse momento, Itália e França possuíam fortes partidos comunistas. Assim, essa ajuda garantiria a instalação de grandes empresas norte-americanas nestes países, favorecendo ainda mais o mercado norte-americano.
Abaixo, está o mapa da Europa mostrando os países que receberam ajuda do Plano Marshall. As colunas azuis mostram a quantidade total relativa de ajuda por país:
Dezesseis países (Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça e Turquia) foram beneficiados pelo Plano Marshall, que, no papel, está fundado nos princípios de ajuda mútua e divisão de recursos, visando não apenas a reconstrução das nações como também a reintegração da Alemanha à coletividade européia.
Por seu turno, a URSS precisava ajudar os países que haviam se tornado socialistas com o fim da Segunda Guerra a se reconstruírem. Assim, foi lançado o COMECON (Conselho para Assistência Económica Mútua).
O aparecimento do Comecon, que surgiu no contexto europeu do pós-guerra, foi a resposta soviética ao plano edificado pelos Estados Unidos, o Plano Marshall, que visava a apoiar a reconstrução econômica da Europa Ocidental. Além disso, durante o período de existência, reuniu os principais países socialistas do mundo, como URSS, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Polônia, Bulgária, Hungria e Romênia. Mais tarde, outros países juntaram-se à COMECON.
Abaixo, temos os países participantes do COMECON:
Nesse período, também, foram criados a alianças militares, quais sejam: a OTAN e o Pacto de Varsóvia.
OTAN, ou Organização do Tratado do Atlântico Norte: uma aliança militar ocidental criada em 1949 cujo objetivo era a união de forças militares contra o comunismo. Essa aliança era liderada pelos EUA e tinha duas bases nos principais países europeus.
Em resposta a criação da OTAN, em 1955, a União Soviética lança uma união dos países da Europa Oriental, com exceção da Iugoslávia, para evitar que os países se afastassem da influência soviética e para defender militarmente os países socialistas que pudessem ser atacados.
Desde a primeira guerra mundial, observaram-se tentativas de emancipação por parte de países africanos e asiáticos, mas foi após a Segunda Guerra Mundial que esses países tiveram êxito na proclamação de suas independências.
2 – O Terceiro Mundo e o movimento dos não alinhados
O termo Terceiro Mundo foi usado pela primeira vez em 1949, referindo-se aos países pobres da África e Ásia.
Em 1955, países africanos e asiáticos realizaram a conferência de Bandung, onde foi anunciada uma nova posição política, e queriam ser não alinhados, ou seja, buscavam a neutralidade diante dos blocos socialista e capitalista.
Foi a primeira vez que se defendeu abertamente uma postura diferenciada em relação às duas grandes potências daquele momento, onde o colonialismo e a política de blocos são rejeitados, colocando em evidência a resolução pacífica das divergências internacionais, a proclamação da liberdade e igualdade dos povos e nações.
Ao mesmo tempo em que, na década de 1960, crescia a participação de países no movimento, ocorriam divergências internas. O conceito inicial de solidariedade afro-asiática começa a desaparecer, assim como o de neutralidade não pode ser mantido a longo prazo por causa da difícil situação econômica, sendo agravado pelo atraso no desenvolvimento desses países recém independentes. Com isso, ficava ainda mais difícil manter posições comuns tanto nas questões da política internacional quanto nas crises internas.
Aula 03
A alternativa socialista
1 – Introdução
Durante a Guerra Fria, a URSS tentou expandir o modelo socialista pelo mundo, conseguindo, inclusive, criar uma área de influência direta nas Américas, fazendo os Estados Unidos perceberem a real importância desse regime. Porém, o socialismo se apresentou de formas diferentes para as nações que o adotaram.
Podemos perceber o caso cubano, chinês e vietnamita em que cada um aderiu ao socialismo por inspirações diferentes e, mesmo com a supervisão soviética, administrou seu regime de forma diferente. O caso chinês é um ótimo exemplo, pois chegou a romper com a União Soviética em defesa de seus próprios parâmetros.
2 – A Revolução Chinesa e a instauração do comunismo
Em 1911, os revolucionários liderados por Sun Yat-Sen proclamaram a república na China. O mesmo líder fundou o partido Kuomintang (KMT) que tinha a proposta de transformar a China em um país moderno e industrializado.
Em 1921, a China funda seu Partido Comunista (PCC) que inicialmente seria parceiro do KMT contra o imperialismo. Pretendia transformar a China de camponês em um país industrializado.
Em 1927, com a morte de Sun Yat-Sen o KMT começa uma perseguição aos comunistas. O auge dessa perseguição foi quando Kai-Chek ordena o massacre de centenas de comunistas, conhecido como o Massacre de Xangai. Os partidos entraram em guerra.
A invasão Japonesa ao território Chinês fez com que a disputa entre os partidos tivesse uma trégua e estes se uniram para expulsar as forçar invasoras. Neste período, o Partido Comunista conquistou popularidade, seus combatentes se destacavam em relação aos do KMT e isso fazia com que grande parte da população aderisse ao partido, mesmo sem saber corretamente o que significava o modelo ideológico proposto.
Quando os Japoneses foram expulsos, em 1945, a guerra civil teve continuidade, mas a maior parte da população pertencia ao PCC.
Em 1949, Mao Tse-Tung e os combatentes comunistas chegam a Pequim vitoriosos e o socialismo era instaurado na China.
Enquanto isso, na URSS, não se acreditava que o comunismo funcionaria na China. Era defendido que o PCC deveria se aliar ao KMT e promover uma revolução democrático-burguesa para, aos poucos, chegar ao ideal comunista. Mao Tse-Tung, porém, liderou a revolução socialista e, mesmo não seguindo os planos de Stálin, a China recebeu bastante apoio soviético tanto político quanto econômico.
Em 1949, depois de 28 anos de luta armada, os comunistas liderados por Mao Tsé-tung tomaram o poder. No regime de Mao Tsé-tung, o confucionismo continuou sendo condenado como empecilho para o progresso. No entanto, a influência do confucionismo persistiu e permanece até os dias de hoje.
A fonte do poder do partido provém do Exército de Libertação Popular. Como dizia o presidente Mao Tsé-Tung: o poder político nasce do cano de fuzis, mas o partido deve estar sempre a comandar essas armas. Da mesma maneira, o Partido Comunista também se considerava depositário da autoridade moral; se julgava “grandioso, glorioso e correto.”
Inicialmente, a China adotou o modelo soviético de desenvolvimento no qual o Estado, controlava a produção industrial do país. No entanto, a receita stalinista de crescimento não alcançou rápida eficiência, sendo motivo de críticas mesmo dentro do partido Comunista Chinês (PCCh). Houve tentativas de impulsionar o crescimento econômico chinês para que o país se tornasse uma grande potência, porém a indústria cresceu muito pouco. E, com isso, a China acabou por perder o apoio soviético.
Com as ligações diplomáticas interrompidas, a China teve espaço para seguir um caminho livre para o socialismo. Para eles, os países socialistas deveriam estimular as revoltas por todo mundo e enfrentar a guerra fria, enquanto a União Soviética era favorável a uma postura mais moderada de coexistência. Ambos se acusavam de traidores do socialismo, pois defendiam formas diferentes de alcançar a revolução e de administrar o novo modelo político. A URSS cortou todo o tipo de apoio à China e se recusou a compartilhar a tecnologia nuclear, iniciando um período de grande hostilidade. Nessa época, a China chega a apoiar governos contrários ao soviético, como a ditadura no Chile, além de tentar uma aproximação, com os Estados Unidos.
3 – A Revolução Cubana
Ocorrida em 1959, a revolução marcou a mudança política que levaria Cuba a tornar-se o único país socialista da América Latina.
O apoio dos EUA a independência de Cuba colocou-a sob domínio norte-americano nos âmbitos econômicos e políticos. Os EUA nomeavam e depunham governantes apoiados pela elite cubana e legalizados na emenda Platt.
Nos anos 30 essa política se tornou impopular e os Estados Unidos acabaram por nomear um novo governante, Fulgêncio Batista, para exercer a política da boa-vizinhança.
Fidel Castro, jovem advogado, lidera o ataque ao quartel de Moncada, movimento contra a ditadura instalada em Cuba. As forças de Batista reprimem o ataque com violência. Diante da enorme pressão popular, Fidel é libertado, mas é exilado no México em 1954.
No México, Fidel e seu irmão Raul fundam o Movimento Revolucionário ou MR-26. Raul apresenta a Fidel seu amigo argentino, Che Guevara, um jovem médico socialista, interessado na luta pela igualdade social na América Latina.
O movimento ganha apoio e é estimulado pelos EUA que não viam mais em Fulgêncio uma figura de conciliação, mas um problema a ser resolvido. Em pouco tempo, o movimento de Castro e Guevara já contava com mais de dez mil homens. Os guerrilheiros tomam várias cidades do país. Em 1º de janeiro de 1959, Fulgêncio Baptista foge de Cuba, marcando a vitória da revolução.
Inicialmente, a revolução visava a mudanças nacionais radicais e não ao socialismo, o povo ficava dividido entre as elites que apoiavam a intervenção norte americana e a classe média que temia uma ditadura comunista.
A economia cubana estava diretamente ligada aos Estados Unidos que, nesse momento, interrompe o comércio com Cuba. Esse fator fará com que ela decida pelo alinhamento à URSS.
Temendo dificultar as relações com os Estados Unidos, outros países ocidentais também irão interromper o comércio com Cuba. Os únicos países a ajudarem-na foram a União Soviética e a China, que passaram a comprar o açúcar cubano por preços elevados.
O governo norte-americano não aceitou facilmente a libertação cubana. Em 1961, o presidente Kennedy enviou tropas para invadir o país, porém não obteve sucesso e, no mesmo ano, Cuba oficialmente se tornou um país socialista.
4 - A Guerra do Vietnã
A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Essa guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.
Após a Segunda Guerra Mundial, os vietnamitas, que já haviam lutado por sua independência, são invadidos pelos franceses, que buscavam a recolonização da área. O exército vietnamita obteve êxito diante a tentativa francesa e ficou decidido que seriam dois territórios independentes: Laos e Kampuchea. O primeiro seria um governo capitalista e o segundo, socialista. Porém, o acordo previa uma reunificação em 1956 a partir de eleições gerais.
Ao perceberem que, se houvesse uma eleição geral, o presidente do lado socialista, Ho Chi Minh, seria eleito, os Estados Unidos decidiram intervir, pois temiam que se o governo socialista fosse instaurado, poderia influenciar países vizinhos.
Mesmo com todo o investimento e esforço norte-americano, não conseguiram sair vitoriosos. Os combatentes vietnamitas conheciam melhor o território e estavam motivados pela busca da liberdade, enquanto os soldados norte-americanos eram enviados por obrigação e não conheciam o território.
Em 1973, o presidente Nixon ordena a retirada das tropas. Os Estados Unidos saíram da Guerra levando consigo mais de 50.000 mortos e 300.000 mil feridos. O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética.
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