Hobsbawm era dos extremos guerra fria
Por: Amanda Requiao • 12/12/2015 • Resenha • 930 Palavras (4 Páginas) • 3.688 Visualizações
Nesse capítulo de sua coleção, Eric Hobsbawm pretende nos dar um panorama do que foi o período conhecido como Guerra Fria, operando como ele se conectava com o que se passara antes (Segunda Guerra Mundial), o que se deu durante esse período (as duas guerras frias) e o legado que ela deixou para o mundo. A bipolaridade EUA x URSS alterou o mundo completamente e nos deixou frutos importantes como a União Europeia, uma infinidade novas nações e a ficção de espionagem. Hobsbawm nos oferece um vislumbre sob os bastidores dos conflitos e as reais intenções dessas duas potências e a reação de ambas e do mundo em relação a seus embates.
O autor inicia o texto situando o leitor no cenário da Guerra Fria, o período de 45 anos a que se refere, não foi claramente uma “guerra fria” como ficou conhecido. A preocupação inicial do autor é demonstrar que o cenário que se instaurou mundialmente, pelo menos no que diz respeito à duas maiores potências estava mais para uma “Paz Fria”, visto que na prática ambos os lados contavam com o fato de que o outro não iria querer engajar numa guerra e, portanto, essa estava mais para uma retórica para usos políticos internos e externos. (p. 223-227)
“Como vamos então explicar os quarenta nos de confronto armado e mobilizado, baseado na sempre implausível suposição – neste caso claramente infundada – de que a instabilidade do planeta era de tal ordem que uma guerra mundial podia explodir a qualquer momento, possibilidade essa afastada apenas pela incessante dissuasão mútua?” (p. 227-227)
O autor aponta, então, para o fato de que o conceito de “Guerra Fria” é um conceito ocidental, que traduz um medo de que aos moldes do pós-Primeira Guerra Mundial, as nações destruídas pela Segunda Guerra Mundial entrassem numa onda de revanchismo ocasionando um novo conflito bélico de nível mundial. (p. 227-228)
Embora os americanos fossem grandes perpetradores desses valores, para ele, o que preocupava mais os EUA era que o país não entrasse de novo numa crise econômica, portanto, ir contra à URSS tem mais a ver com ir contra seu projeto econômico e manter, portanto, a influência que o capitalismo industrial mantinha em diversas regiões do mundo. (p. 228-229)
A respeito da URSS, Hobsbawm vai contra aqueles que enxergam qualquer tipo de política expansionista por parte da potência, muito pelo contrário. Para ele, após a Segunda Guerra Mundial, Stalin tinha total noção de que os EUA emergiram como uma potência ainda maior e não tinha pretensão de ir contra eles, uma vez que a própria URSS saiu da guerra com diversas baixas e um desgaste que refletia, principalmente, em seu povo. (p. 230)
Em seguida, o autor dá vez ao questionamento sobre quem começou a Guerra Fria e conclui que fora os Estados Unidos. Embora, segundo ele, os países do ocidente fossem contra o comunismo, nenhum deles fez disso um assunto de tamanha importância interna como os EUA. Somente nos EUA presidentes eram eleitos “para combater o comunismo”. Portanto, o combate ao comunismo estava mais aliado a uma manutenção de uma supremacia americana do que à verdadeira destruição da URSS. (p. 233-234)
Como resultado desse antagonismo, o autor chama atenção para a corrida armamentista (nuclear) que se instaurou. O fato de que as potências não se envolveram em conflito direto de armas também é característico do período, uma vez que ambos se envolveram
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