Indio BRASIL
Ensaios: Indio BRASIL. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: fabinhapreta • 15/9/2014 • 928 Palavras (4 Páginas) • 358 Visualizações
A proposta do texto refere-se à unificação do pensamento e da voz do proletariado, a fim de se reposicionarem no contexto mundial, esse objetivo é traçado logo no primeiro prefácio onde é informado que a presente obra teve, em alemão, pelo menos doze edições diferentes (Alemanha, Inglaterra e América do Norte), três traduções para o inglês e tantas outras em francês, russo, polaco e dinamarquês, ou seja, a linguagem, instrumento primeiro da comunicação e identificação entre os seres, foi utilizada de modo a disseminar a proposta dos autores.
O vocabulário utilizado, bem como, o seu emprego, é de fácil interpretação, formam uma estrutura lógica e argumentativa, são utilizadas afirmações, interrogações e respostas, em um movimento cíclico, levando o leitor à participação efetiva no conteúdo apresentado, como se ele próprio afirmasse, perguntasse e respondesse, para tanto o uso da retórica é explícito, os argumentos estão ambientados em metáforas, ironia, fúria, autocondenação, submissão, revolta, coragem e apoteose. Os autores trazem palavras que dizem respeito à condição de ser humano, às lendas que norteiam os sentimentos da vida humana, seus medos, assombrações, paixões e desejos de ser livre, tais palavras e seus respectivos sentimentos, proporcionam uma sensação de que a obra não está apenas escrita, está viva, assim como um mar bravo, nos assusta e nos seduz, que entre o avanço de uma onda voraz há o seu recolhimento, onde podemos adentrá-lo e fazer parte dele.
Os capítulos estão divididos em Burgueses e Proletários; Proletários e Comunistas; Literatura Socialista e Comunista; e Posição dos Comunistas Diante dos Diversos Partidos de Oposição, respectivamente, formando uma coerência didática. Os parágrafos, em sua maioria, são breves, conclusivos e retóricos, proporcionando conforto na leitura e clareza dos argumentos apresentados: “A propriedade, fruto do trabalho, do esforço, do mérito pessoal! Será que se está falando da propriedade do pequeno-burguês, do pequeno camponês, forma de propriedade que precedeu a propriedade burguesa? Não precisamos suprimi-la; o desenvolvimento da indústria suprimiu-a e continua suprimindo-a diariamente”. As notas explicativas, embora em pequena quantidade, são suficientes pois o texto não trata de questões técnicas, não é essa a sua intenção, é um texto didático, é um livro de fé.
O primeiro capitulo, “Burgueses e Proletários”, traz as ideias e/ou defesas centrais da obra, de modo a explicar as duas conclusões da introdução sendo: “1º O comunismo já é reconhecido como força [...]; e 2º) É tempo de os comunistas exporem, à face do mundo inteiro, seu modo de ver, seus fins e suas tendências [...] ”.
A história do homem está fundamentada na tese de que sempre houve classes distintas, opostas e lutando entre si, opressores e oprimidos em um embate constante, seja de forma explícita ou velada, essa diferenciação entre os seres conduz a leitura amparada pela reflexão de tais afirmações, pois de fato, na história da humanidade, independente das dimensões, há diferenças sociais, lutas, revoluções e transformações.
A burguesia, segundo os autores, é revolucionária, uma vez que substituiu a ordem social anterior, o feudalismo. Teria a burguesia, transformado em nada os laços que prendiam o homem feudal à religião, relações humanas em relações de troca, a família em relações monetárias, etc. Esse movimento revolucionário burguês manteve a mesma divisão social, cujos atores são os opressores e oprimidos, sendo o primeiro interpretado pela burguesia e o último pelo proletariado. “A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações
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