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Invasões Holandesas.

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Por:   •  8/4/2014  •  3.006 Palavras (13 Páginas)  •  401 Visualizações

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Invasões holandesas é o nome normalmente dado, na historiografia brasileira, ao projeto de ocupação da Região Nordeste do Brasil pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.) durante o século XVII.

História

Antecedentes

Guerra Luso-Neerlandesa

O conflito iniciou-se no contexto da chamada Dinastia Filipina (União Ibérica, no Brasil), período entre 1580 e 1640, quando Portugal e suas colônias estiveram inscritos entre os domínios da Coroa da Espanha.

À época, os holandeses lutavam pela sua emancipação do domínio espanhol, vindo a ser proclamada, em 1581, a República das Províncias Unidas, com sede em Amsterdã, separando-se da Espanha.

Uma das medidas adotadas por Filipe II de Espanha em represália, foi a proibição do comércio espanhol com os seus portos, o que afetava diretamente o comércio do açúcar do Brasil, onde os holandeses eram tradicionais investidores na agro-manufatura açucareira e onde possuíam pesadas inversões de capital.

Diante dessa restrição, os holandeses voltaram-se para o comércio no Oceano Índico, vindo a constituir a Companhia Holandesa das Índias Orientais (1602), que passava a ter o monopólio do comércio oriental, o que garantia a lucratividade da empresa.

O sucesso dessa experiência levou à fundação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (1621), a quem os Estados Gerais (seu órgão político supremo) concederam o monopólio do tráfico e do comércio de escravos, por vinte e quatro anos, na América e na África. O maior objetivo da nova Companhia, entretanto, era retomar o comércio do açúcar produzido na Região Nordeste do Brasil.

A expedição de Van Noort

Foi nesse contexto que ocorreu a expedição do almirante Olivier van Noort que, de passagem pela costa do Brasil, alguns autores apontam ter intentado uma invasão da baía de Guanabara.

A esquadra de Van Noort partiu de Roterdã, nos Países Baixos, a 13 de setembro de 1598, integrada por quatro navios e 248 homens.

Padecendo de escorbuto, a frota pediu permissão para obter refrescos (suprimentos frescos) na baía de Guanabara, que lhe foram negados pelo governo da capitania, de acordo com instruções recebidas da metrópole. Uma tentativa de desembarque, foi repelida por indígenas e pela artilharia da Fortaleza de Santa Cruz da Barra, conforme ilustração à época.

Afirma-se que pilhagens e incêndios de cidades e embarcações foram praticadas pela expedição na costa do Chile, do Peru e das Filipinas. Na realidade sofreu grandes perdas em um ataque dos indígenas da Patagônia (no atual Chile) e das forças espanholas no Peru. Alguns autores atribuem a Van Noort, nesta viagem, a descoberta da Antártida. A expedição retornou ao porto em 26 de agosto de 1601 com apenas uma embarcação, tripulada por 45 sobreviventes.

A expedição de van Spielbergen

Incidente semelhante registrou-se com a expedição do almirante Joris van Spielbergen, que realizava a segunda viagem de circum-navegação neerlandesa, entre 1614 e 1618. As suas embarcações aportaram em Cabo Frio, ilha Grande e São Vicente, enfrentando resistência portuguesa ao tentar reabastecer nesta última (3 de fevereiro de 1615).

Na edição de 1648 da obra "Miroir Oost & West-Indical" (originalmente publicada em Amsterdã, em 1621, por Ian Ianst), a narrativa de Spielbergen é ilustrada por uma gravura de São Vicente, onde retrata o incidente ocorrido em Santos. Apesar de suas imprecisões, essa iconografia descreve os contornos da baía, os rios, as fortificações e o casario.

Periodização

Império colonial holandês com as possessões da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais assinaladas a verde escuro.

"Planta da restituição da Bahia" (João Teixeira Albernaz, o velho, 1631): em primeiro plano a Armada Espanhola.

Gravura neerlandesa mostrando o cerco a Olinda em 1630.

Mapa neerlandês mostrando Olinda em 1630.

Bandeira da Nova Holanda.

Batalha dos Guararapes, por Victor Meirelles de Lima.

Em linhas gerais, as invasões holandesas do Brasil podem ser recortadas em dois grandes períodos:

• 1624-1625 - Invasão de Salvador, na Bahia

• 1630-1654 - Invasão de Olinda e Recife, em Pernambuco

o 1630-1637 - Fase de resistência ao invasor

o 1637-1644 - Administração de Maurício de Nassau

o 1644-1654 - Insurreição pernambucana

A invasão de Salvador (1624-1625)

Cientes da vulnerabilidade das povoações portuguesas no litoral Nordeste brasileiro, os administradores da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.) decidiram pelo ataque à então capital do Estado do Brasil, a cidade do Salvador, na capitania da Bahia.

Desse modo, uma armada da W.I.C. transportando um efetivo de cerca de 1.700 homens sob o comando do almirante Jacob Willekens, em 10 de Maio de 1624, atacou e conquistou a capital. Em pânico, os habitantes retiraram-se para o interior. O governador-geral, Diogo de Mendonça Furtado (1621-1624), entrincheirou-se no palácio, mas tanto ele como o filho e alguns oficiais foram aprisionados e enviados para os Países Baixos. O governo da cidade passou a ser exercido pelo fidalgo holandês Johan Van Dorth.

A aquisição de mão de obra escrava tornou-se imperativa para o sucesso da colonização neerlandesa. Por essa razão, a W.I.C. começou a traficar escravos da África para o Brasil.[1]

Em 1625 a Espanha enviou, como reforço, uma poderosa armada de cinqüenta e dois navios, sob o comando de D. Fadrique de Toledo Osório, marquês de Villanueva de Valduesa, a maior então enviada aos mares do Sul: a famosa Jornada dos Vassalos, com quase quatorze mil homens. Essa expedição derrotou e expulsou os

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