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Joana D'arc

Artigo: Joana D'arc. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  28/4/2013  •  4.703 Palavras (19 Páginas)  •  783 Visualizações

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3.1 JOANA D´ARC

3.1.1 Biografia

Joana D’arc, em francês Jeanne d´Arc, é certamente uma das personagens mais fascinantes da história da humanidade. Sua breve vida foi tema de inúmeros livros, peças de teatro, filmes, quadros, músicas, etc. Santa, heroína nacional da França, mártir, médium... há muitas definições possíveis para ela.

Joana d´arc nasceu em Domrémy, na região francesa do Barrois, em 6 de janeiro de 1412. Terceira dos cinco filhos de uma camponês, Jacques d´Arc, e de sua esposa Isabelle de Vouthon, demonstrou, desde cedo, devoção e piedade fora do comum.

Por volta dos 12 anos, começou a ouvir “vozes” do arcanjo São Miguel, de Santa Catarina e Santa Margarida, que diziam falar em nome de Deus. Essas vozes revelaram a ela que sua missão divina era a de libertar seu país do jugo inglês e fazer com que o delfim fosse coroado rei da França. Elas também pediram a Joana que cortasse seu cabelo, vestisse uma armadura masculina e pegasse em armas. Naquela época, é importante lembrar, a França estava perdendo a Guerra dos Cem Anos contra a Inglaterra, que com o auxílio dos seus aliados borgonheses, ocupava Paris e toda região ao norte do rio Loire. A resistência era mínima devido à falta de liderança. Henrique VI da Inglaterra estava reivindicando o trono francês.

Quando as batalhas entre franceses e ingleses se aproximaram de sua aldeia, Joana não tardou em cumprir sua missão. Dexou sua vila e conseguiu de Robert de Baudricort, capitão da guarnição de Vancoleurs, uma escolta para levá-la até Chinon, onde se encontrava o rei da França.

Inspirada por seus ideais patrióticos e religiosos. Joana informou o rei da missão divina da qual tinha sido encarregada. Nesse encontro, em março de 1428, impressionou a todos os presentes pela segurança com a qual se dirigiu ao monarca, que imediatamente lhe confiou o comando de uma pequena tropa para socorrer Orléans, então sob cerco dos ingleses.

Na batalha de Órleans em maio de 1429, liderou sua tropa numa vitória milagrosa sobre os ingleses.

O feito glorioso de Joana, pelo qual recebeu o título de “virgem de Orléans, aumentou seu prestígio, inclusive entre as linhas inimigas, alimentando a crença em seu poder sobrenatural. A bravura da heroína conseguiu realizar o milagre de reerguer a moral abatida dos franceses. Porém, ela não estava satisfeita. Precisava cumprir o restante da sua missão: levar o rei Carlos VII para ser coroado na catedral de Reims, o que aconteceu em 17 de julho de 1429.

Num ataque a Compiègne, em maio de 1430, Joana foi aprisionada pelos borgonheses. Em vez de matá-la, os colaboradores dos ingleses pretendiam acabar com a fama de santa heroína, condenando-a como bruxa.

E, junho de mesmo ano, Pierre Cauchon, bispo de Beauvais, conseguiu fazer com que a prisioneira fosse vendida aos ingleses.

Por trás do gesto de Cauchon estava seu desejo de agradar os ingleses que dominavam Rouen, cidade da qual ambicionava se sagrar bispo. Sem direito a um defensor, confinada numa prisão guardada por ingleses, Joana foi submetida por Cauchon a um processo humilhante por heresia, mas enfrentou seus algozes com bastante serenidade, como revelam os autos do processo, que serviram de fonte para o filme O Processo de Joana D´arc, de Robert Bresson.

Para fugir da pena de morte, chegou a assinar um ato de abjuração¹, em se comprometia, entre outras coisas, a usar somente roupas femininas, como forma de mostrar sua submissão à Igreja. Poucos dias depois, voltou a vestir roupas masculinas. Condenada à fogueira por heresia², foi martirizada publicamente na praça do Mercado Vermelho, em Rouen, em 30 de maio de 1431. Ela tinha apenas 19 anos. Carlos VII nada fez para salvá-la.

Em 1456 um novo processo foi aberto e Joana foi declarada inocente de todas acusações. Foi beatificada pela Igreja Católica Francesa em 1909 e em 9 de maio de 1920, cerca de 500 anos depois de sua morte, Joana D´arc foi definitivamente reabilitada, sendo canonizada pelo Papa Bento XV – era a Santa Joana D´arc. A canonização traduzia o desejo da Santa Sé de estender pontes para a França republicana, laica e nacionalista. Em 1922 foi declarada padroeira da França. Joana D´arc permanece como testemunha de milagres que pode realizar uma pessoa, ainda que animada apenas pela energia de suas convicções, mesmo adolescente, pastora e analfabeta, de modo que seu exemplo guarda um valor universal.

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¹ Abjuração. 1.Renunciar solenemente a (religião, crença, etc.); arrenegar, renegar, perjurar.

2.Renunciar, rejeitar.

² Heresia. 1.Doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja em matéria de fé.

2.Fig. Contrassenso; absurdo.

3.1.2 O Julgamento

3.1.2.1 Introdução

Um julgamento por heresia causou o estremecimento que durou séculos, das relações entre a França e a Inglaterra. Durante muito tempo, os ingleses ficarão como aqueles que queimaram a Donzela.

No dia 30 de maio de 1431, na praça do Vieux-Marchê, em Ruão, Joana d´Arc é queimada viva. O tribunal convocado pelos ingleses e presidido por Pierre Cauchon, bispo de Beauvais, acaba de a declarar herética e relapsa.

No momento do suplício, um inglês teria gritado:

- Estamos perdidos; queimamos uma Santa.

Ocorre-nos imediatamente uma pergunta: porque quiseram os ingleses, a todo custo, fazer Joana d´Arc passar por feiticeira, por cúmplice do diabo? Eis a explicação que deste fato dá Jules Michelet³, na sua “História da França”:

Se a Donzela não tivesse sido julgada e queimada como feiticeira, se as suas histórias não fossem atribuídas ao demônio, ficariam como milagres na opinião do povo, como obras de Deus; então, Deus estaria contra os ingleses, eles haviam sido bem e lealmente batidos; então, a sua causa seria a do diabo.

E Michelet acrescenta:

Segundo a ideologia da época, não existia um justo meio termo.

Tudo será então urdido de modo a derrubar Joana d´Arc, de modo a perdê-

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³Jules Michelet (Paris, 21 de outubro de 1798 - 9 de fevereiro de 1874) foi um filósofo e historiador francês.

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