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Mitos, símbolos e sinais: Morfologia e História

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Por:   •  18/11/2013  •  Tese  •  738 Palavras (3 Páginas)  •  430 Visualizações

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GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

Em seu último livro Mitos, emblemas, sinais; morfología e história, uma coletânea de sete ensaios escritos na Itália entre 1961 e 1984. Observamos um transbordamento do campo da história, realizado com uma ousadia e luminosidade bastante rara. Nessa coletânea, Ginzburg aplica o método a temas aparentemente díspares: a história da cultura popular, a teoria e a história da arte, a psicanálise, a influência da ideologia nazista em alguns dos mestres da historiografia moderna. Seus ensaios claros e concisos são frutos de problemas e reflexões que germinaram em seus trabalhos anteriores e persistem centrais até hoje na realização das suas pesquisas.

A necessidade de explicar essas homologias que ocorrem nas raízes ocultas da história levou Guinzburg a explorar a morfologia: "Eu usava a morfologia como uma sonda, para perscrutar uma camada inacessível aos instrumentos usuais do conhecimento histórico" (p.13) a amarração da morfologia com a história, que está presente em todos esses ensaios, possibilita tanto a análise de contextos culturais específicos como a apreensão de suas dimensões formais. Essa obra permitiu a Ginzburg a adentrar em outras áreas do conhecimento, especialmente a história das arte e a psicanálise, o autor acentua dessa forma a interdisciplinariedade à história.

Carlo Ginburg em um dos seus ensaios analisa um processo inquisitório datado em 1519. A acusada é uma mulher camponesa chamada Chiara Signorini, acusada de ter lançado um feitiço em sua antiga patroa, a qual havia lhe posto fora de sua propriedade. Chiara juntamente com o seu marido, decide invocar o demônio e prometer-lhe a alma se este vingasse a sua causa colocando em sua antiga patroa uma enfermidade. Diante do Tribunal da Inquisição ela é submetida a uma série de torturas, desse modo, confessa ser verdadeira as acusações feitas contra ela. Vale destacar que antes das torturas ela havia negado. Por fim, após inúmeras torturas, Chiara se “arrepende” de seu envolvimento com o demônio e, por isso, não é condenada a morte, todavia, recebe a punição de ser encarcerada perpetuamente. A Inquisição foi um dos temas abordados em seu outro livro de grande notoriedade “Os queijos e os vermes” (1967).

Como exemplo, em um dos seus ensaio "Freud, o homem dos lobos e os lobisomens" é uma releitura de um ilustre caso clínico de Freud. A partir de um sonho deste paciente, Ginzburg realiza uma extraordinária análise, ressaltando os elementos folclóricos que o compõem e procurando delinear o contexto cultural onde este homem eslava mergulhado. Descortina-se aqui uma vasta rede de crenças. A junção da morfologia com a história promove um amplo enfoque comparativo, capaz de melhor desvendar a natureza das crenças.

Além das pesquisas dos núcleos míticos, Ginzburg aborda em alguns ensaios as análises iconológicas e iconográficas no âmbito do conhecimento histórico. Em "De A. Warburg a E. H. Gombrich", por exemplo, examina o tratamento dado à história pelo estudioso de arte A. Warburg e seus discípulos. Ou então, no caso do ensaio "Ticiano, Ovidio e os códigos da figuração erótica no século XVI", Ginzburg percorre, à luz da noção de circularidade formulada por Mikhail

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