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Mundo Helenístico

Por:   •  11/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.192 Palavras (9 Páginas)  •  904 Visualizações

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MUNDO HELENÍSTICO

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Este trabalho consiste em duas partes, sendo a primeira um fichamento resumo do capítulo entitulado “A Chóra egipsia e a “pragmática” do cotidiano”, do texto de Ronaldo G. G. Pereira, que foi proposto para os devidos fins de avaliação, procurando também abordar suas principais questões e idéias contidas no mesmo e a segunda parte que consiste em responder a questão proposta quanto ao trecho pedido compreendido nas páginas 99-100, assim visando atender da melhor forma possível aos critérios estabelecidos para elaboração e confecção deste trabalho.

PARTE 1

O cotidiano no Egito helenístico

Como ponto de partida de sua narrativa o autor nos remete primeiramente ao conceito de “Mundo Helenístico” pela ótica do viéis cultural, que é caracterizado pelo processo das conquistas militares e expansão territorial empreendidos pelos macêdonios, com estes processos houve uma mudançado mundo grego, onde ao mesmo tempo que a cultura grega era levada aos diversos territórios conquistados também entravam em contato com as culturas nativas (ou dos bárbaros) havendo assim uma mistura de culturas, o que contribuiu ao mesmo tempo não só para a expansão cultural como também para uma mudança na cultura grega originalmente concebida.

A partir deste ponto de vista sobre as características do Mundo Helenístico quanto a cultura, o autor começa a descrever suas deliberações sobre as formas como a cultura é transmitida nas civilizações e suas funções sociais, assim classificando conceitos como a normalidade e a tradição, segundo o autor, são conceitos que “caracteriza um universo simbólico específico de cada sociedade, e lhe oferece os elementos necessários para a concepção de sua própria identidade.” (pág.86), assim o autor começa a narrar sua visão sobre a importância da Chóra ptolomaica devido as diversas migrações de colonos helenizados para estas localidades (interior do Egito), destas destaca-se Fayum por sua importância econômica e social, sendo constituída por 144 Kômais.

Com base nesse contexto o autor transmite a estratégia de dominação imperial helenística sobre o Egito e convida a sua reflexão sobre “a existência de um nómos, enquanto projeto ideológico das elites, historicamente situado e contextualizado em um caso egípcio.” (pág.87) e a importância da instauração do poder mediador local para ajudar na integração entre as monarquias helenísticas e as elites religiosas nativas.

A partir deste ponto o autor começa a desenvolver o questionamento sobre como eram as condições de vida em sociedade para o restante da população egípcia, onde o contato entre pessoas de diversas origens culturais era cada vez maior, assim explicando sobre seu objetivo de investigar as fontes pela perspectiva das relações do cotidiano do povo egípcio, suas interações culturais do dia-a-dia para que assim, segundo o autor, possamos compreender o processo pelo qual o chamado nómos grego primário adotou algumas características culturais e valores morais egípcios para constituir-se ao mesmo tempo uma forma de administração grega mas também adaptada a realidade e antendendo ás expectativas sociais tanto dos helenos quanto dos egípcios.

O autor explica que seus estudos para este tema do cotidiano egício são baseados nas  fontes escritas gregas em pedras (epigrafia) de forma complementar e o levantamento papirólogo como príncipal, citando alguns locais de suas origens e resaltando a importância de fontes não oficiais para se ter a melhor noção da língua falada, certos aspectos do povo normal em seus contatos, interações culturais e sociais entre helenos e egípcios no cotidiano e na sociedade.

As relações na chóra egípcia

Nesta etapa de suas reflexões o autor começa expondo as características do termo chóra que compreende tanto os espaços agícolas, aglomerações populacionais e o campo em torno das cidades, assim, como termo helenização nos tráz uma noção de urbanização das cidades (o próprio termo cidade já remete esse sentido urbano)  e a chóra passa então a alocar os egípcios nativos que são considerados como bárbaros, assim podemos notar que a separação entre chóra e os centros urbanos passou a ter um sentido mais amplo, passa então a transmitir um sentido de fronteira entre os helenizados, civilizados e os bárbaros e são nas chóras que a interação entre os gregos e egípcios será observada com mais intensidade.

As conquistas macêdonicas no Egito foram responsáveis pela grande migração das diversas culturas para região e a grande diversidade populacional distribiída ao longo das chóras egípcias, como descreve o autorno seguinte trecho: “Sob uma ótica ideológica do poder político a unidade identitária pró-helênica seria alcançar uma pretensa coesão social de modo a permitir a reprodução da dicotomia cultural gregos X bárbaros.” (pág.92), ainda segundo o autor, como este processo era sem precedentes históricos para estas populações, essa interação cultural ajudou na construção de uma nova identidade dos grupos sociais envolvidos.

Então nota-se o empenho do autor em transmitir alguns exemplos das interações entre as culturas gregas e egípcias e como essa interação se fazia importante na sociedede, apesar do sistema da obtenção de lucro com através do uso da sabedoria egípcia ser um sistema tipicamente grego o autor nos leva a reflexão sobre outros motivos que extrapolavam a simples obtenção de lucros para oaprendizado da língua e determinados costumes egípcios, como ele indica, os conhecimentos egípcios sobre a medicina, a magia e até mesmo a religião eram considerados muito eficazes e relevantes pelos gregos que foram gradativamente incorporandos estas tradições e costumes ao universo cultural grego. Ainda nesta questão sobre as tradições é importante citar o costume egípcio de casamento entre irmãos, de origens religiosas, que foi amplamente adotada pela população helenizada, gradativamente até os nomes próprios sofreram mudanças devido a interação cultural e fatores como os casamentos mistos o que contribuia para um afastamento da idéia de separação entre os gregos e os “bárbaros”, inclusive com os casamentos mistos indivíduos poderiam adquirir do governo a condição de grego, o que lhes concediam benefícios que os considerados “bárbaros” não tinham na sociedade.

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