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O Dogmatismo E O Fazer Historico

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Por:   •  16/9/2014  •  1.456 Palavras (6 Páginas)  •  449 Visualizações

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O DOGMATISMO E O FAZER HISTÓRICO

MORAES. Paulo Leandro da Costa

Os embates presentes no campo historiográfico que se apresentaram ainda mais durante o século XX, não são nada mais, nada menos que os detalhes da pratica do historiador e de seu grande desafio filosófico-cientifico e de questões relacionadas à metodologia, objetividade e até mesmo a importância do conhecimento histórico.

Estas questões que Cardoso (2011 apud Reis 2011, p. 10) chamou de “pequeno mundo dos historiadores”, tiveram suas respostas, em que cada uma dessas respostas se tornaram uma linha de pensamento, ou ainda essas “formas de pensar” que deram respostas a esses questionamentos caros aos historiadores. Respostas essas que marcaram varias gerações de estudiosos da historia e dadas por uma filosofia do modo de pensar histórico, ou seja, pelas filosofias da história.

A Ciência História como a conhecemos hoje surgiu da quebra de inúmeros paradigmas que surge com o positivismo que já foi em si um avanço e uma resposta a vida de um futuro incerto do século XIX, a filosofia positivista, metafisica e progressista, baseada no conhecimento principalmente das relações de causa e efeito: “observar os fatos, constatar suas relações, servir-se delas para a ciência aplicada”(LEFEBVRE 1971  apud REIS, 2011, p. 13).

Esse pensamento positivista que era também utópico, que visava um futuro onde as praticas politicas estariam altamente evoluídas, e os ideais que surgem com a revolução francesa principalmente, poderiam alcançar o seu estagio máximo, invade por meio dos Alemães L. Von Ranke e B. Niebuhr, também o pensamento e produção historiográfica, e passa-se então a escrever uma História em que o principal objetivo é descrever os eventos políticos, a história dos grandes homens e dos fatos que marcariam a passagem para esse Estado utópico.

A História passa então a ser factualista, e deve dar contas apenas do que se passou, assim como o sujeito do conhecimento seria o historiador, que deveria ser neutro, e o objeto passou a ser os eventos em si. A principal tarefa do sujeito da história seria reunir o máximo

e só pode ser entendida por meio de uma interiorização; porém ele se opõe a historia como um devir que não seja evolucionista, progressista, que visa a sociedade moralista, que toma consciência do passado, determina suas vontades a partir dessa consciência, e que mesmo com suas individualidades pode chegar a alguma universalidade.

Outra corrente de pensamento que surge é a marxista, que nasce como conhecimento filosófico em meados do século XIX e que só é empregado no fazer histórico no inicio do XX, que coloca no centro das discursões historiográficas, a divisão de classes e as suas lutas, onde a historia apresenta um novo objeto de conhecimento que seriam estruturas socioeconômicas e, portanto passível de objetividade, pois este conhecimento pode ser “pensável, cientificamente penetrável como toda outra realidade” (VILAR 1982 apud REIS 2011, p.58).

A base do conhecimento cientifico marxista é baseado tanto na individualidade quanto na coletividade, de um processo histórico que é ao mesmo tempo cíclico e criador, observado nos diferentes modelos de produção em que cada um é uma inovação ao outro, mas que as relações fundamentais (donos dos meios de produção e os responsáveis pela força de trabalho, sujeitados àqueles), se perpetuam nos diferentes momentos históricos, onde seu objetivo principal é utópico (visa uma comunidade comunista).

Pode se classificar ainda essa linha de pensamento como uma análise profunda das relações sociais e econômicas, de estruturas caracterizadas como invisíveis, e é justamente esse modo de pensamento que toma conta dos historiadores, a necessidade de enquadrar o seu objeto de estudo dentro de um grupo social, de seus interesses e relacionamentos com os outros; observada com uma certa inexistência de atores, exaltação dos conflitos que estão imergidos dentro de um fio condutor que levara a “vitória do proletariado”, a “derrota da burguesia” e instauração do comunismo.

Quase na metade do século XX aparece um movimento conhecido como escola dos Annales que foi iniciado por Marc Bloch e Lucien Febvre, com a intenção principal de introduzir as ciências sócias no fazer historiográfico, como propôs Reis (2011), a história só tinha duas alternativas: ou continuava mergulhada no método histórico tradicional, ou se apropriava dos métodos de outras ciências como a sociologia, a psicologia, a antropologia, a economia, entre outras, para aprofundar a analise de seu objeto de estudo. Então foi introduzido as ciências “auxiliares da história”, para que se pudesse obter uma historiografia

de documentos possíveis, que seriam organizados e descritos os fatos neles extraídos de forma cronológica, era tido enfim como um conhecimento verdadeiro e objetivo (REIS. 2011 p.23).

Porém essa objetividade da História foi criticada logo após pelo movimento historicista no fim do século XIX e inicio do XX, Dilthey e logo após Aron que refletem sobre a mesma questão, a da originalidade do conhecimentos das ciências do homem, um embate no campo filosófico. Diltlhey defende a autonomia das ciências humanas e sua subjetividade com as seguintes argumentações:

O homem não criou a natureza, mais criou o mundo social, o direito, a cultura; (b) só se pode conhecer o que se criou, pois, então, o conhecimento atravessa as aparecias e atinge o “interior” de seu objeto; a natureza é descrita a partir do exterior, o homem não sabe o que ela é, não pode “compreendê-la”; (c) a metodologia das ciências naturais, usadas para estudar o que é totalmente exterior ao homem, pode apenas descrever,

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