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O MESSIANISMO

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Por:   •  22/1/2014  •  3.703 Palavras (15 Páginas)  •  369 Visualizações

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INTRODUÇÃO 04

O Brasil interiorano, agrário, cuja população vivia na mais completa miséria e no analfabetismo, viu nascer o messianismo que consistia na crença em um líder de grande carisma (o Messias, ou o enviado dele), o qual por seus “milagres” e atitudes, exprimia o imenso desejo daquelas populações abandonadas, que sonhavam com dias melhores.

Essas sociedades pobres e analfabetas reagiam a seu modo as injustiças da época. E é verdade que os movimentos sertanejos como Canudos, Juazeiro, Sebastianismo do Rodeador, Contestado e outros, tinham um cunho místico, porém, este fanatismo religioso tinha um fundo material, pois as populações vivendo mergulhadas na miséria e pobreza, oprimidas pelos latifundiários e políticos do Império e da criada República, reagiram a seu modo violentamente. E é bom dizer que muitos foram massacrados sem piedade.

CANUDOS 05

A Guerra de Canudos não foi uma simples revolta de fanáticos, como afirmam alguns historiadores, mas sim, uma reação dos sertanejos contra uma ordem social, corrupta e injusta.

Antônio Vicente Mendes Maciel, que viria a ser Antônio Conselheiro, nasceu no Ceará em Quixeramobim no ano de 1828. Ele desejava ser padre, mas devido aos poucos recursos de sua família, este sonho não se concretizou. Ele tinha preferências por leituras de obras místicas, e era muito inteligente: tinha conhecimento de aritimétrica, português, geografia, francês e latim. Suas leituras preferidas era a história do Imperador Carlos Magno e dos dozes pares da França. Ele também foi escrivão e advogado rábula.

Na juventude, presenciou as lutas de sua família, os Macieis, contra os Araújos. Desde cedo, percebeu que a justiça sempre ficava do lado do mais forte (economicamente, é claro). Abandonado pela esposa, vagou pelo sertão e conheceu a triste realidade em que viviam os sertanejos. Influenciado pelo Padre José Antônio Pereira de Ibiapina, realizou grandes obras em prol dos necessitados, e mudou o rumo de sua vida.

Daí, começou a fazer pregações, e em razão disso, a população o chamava de conselheiro. Ele teve atritos com a Igreja Católica, pois censurava o clero, por cobrar e pelas realizações de ofícios religiosos (casamentos, batizados, missas e etc.).

O homem era alto e magro de pele escura, seus olhos eram avermelhados, calçava sandálias de pastor e vestia túnica de azulão. Era sério e tranqüilo e atraia com facilidade as pessoas.

A FUNDAÇÃO DE CANUDOS

Situado no interior da Bahia, as margens do Vaza-Barris, Canudos era uma fazenda abandonado por volta de 1893. A origem do nome deve-se ao fato de que a população que ali vivia anteriormente pitava cachimbos em canudos que existiam na beira do rio.

O local era estratégico, pois para se atingir o arraial do Belo Monte (foi este o nome dado por Conselheiro ao local), o acesso era difícil, pois a estrada de ferro mais próxima ficava a 200 quilômetros de distância. A Caatinga, as serras e a aridez do Sertão, se constituíam em excelentes elementos de proteção e defesa.

Em 4 anos Canudos formava uma irmandade religiosa de mais de 25 mil habitantes e 5 200 casas. E esta população sempre ficou de fora das decisões do Império e da República. E

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viam em Canudos um lugar de esperança e justiça, pois Antônio Conselheiro, afirmava que a República era obra da besta fera, juntamente com o casamento civil, os impostos e etc. Ele ainda afirmava que Don Sebastião Iria voltar (um rei português que desapareceu em batalhas contra os mouros no Marrocos na África em 1580, alimentava o imaginário de muitos portugueses e de outros em várias colônias de Portugal, inclusive o Brasil, sobre a sua volta, criando assim o chamado Sebastianismo).

Antônio Conselheiro dizia que ao retorno de D. Sebastião, o rio se transformaria em leite e mel, e as montanhas em pão e haveria um mundo de justiça e paz. Essas mensagens atraiam pessoas que foram expulsas por coronéis de suas terras, pobres diversos, dos quais se incluem indígenas e descendentes, também ex- escravos, sertanejos, e alguns foragidos por crimes e etc.

A população de Belo Monte era monarquista, pois o Conselheiro dizia constantemente que quem deveria governar a nação era um rei que era uma ordenança divina, e a república era invenção do diabo.

O arraial de Belo Monte se tornou um problema, e representava uma ameaça para coronéis e fazendeiros, pois muitos que eram explorados abandonavam as fazendas em busca de Canudos, onde lá a terra era comunal e a produção compartilhada, criando assim uma desorganização na produção de algodão da região ameaçando o domínio dos coronéis.

O CONFLITO

Os motivos eram vários para destruir Canudos, eles variavam desde o descontentamento dos coronéis e fazendeiros pela escassez da produção de algodão e da mão de obra, tanto como alegavam que Canudos era refúgio de criminosos foragidos da justiça. E o mais grave para a República era alegação que o arraial do Belo Monte era um reduto de monarquista.

As hostilidades tiveram início por um motivo quase insignificante. Pois tudo começou quando o Conselheiro comprou um lote de madeira do coronel João Evangelista Pereira de Melo. Como este apesar de ter recebido a soma combinada pela mercadoria, e não havia enviado. O conselheiro disse que iria mandar seus homens buscar a madeira. E suas palavras foram mal interpretadas. Pois se dizia que os jagunços iriam invadir a cidade do Juazeiro, provocando pavor entre os moradores. Pois o fato não era verdade.

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De um conflito local, tomou proporção nacional, pois foram quatro expedições de soldados fortemente armados, enviadas pelo governo federal, para por fim aquela população que resistia

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