O Trafico De Negros

COMENTÁRIO SOBRE O TRÁFICO NEGREIRO, COM BASE NO FILME – “AMISTAD”.

O filme Amistad conta uma história verídica de uma rabelião ocorrida em um navio negreiro, que é tomado por seus escravos capturados (escravizados), que param em terras norte-americanas, onde geram uma enorme discussão sobre posse, abolição e liberdade.

Através do filme, percebemos o choque cultural e a barreira linguística entre africanos e americanos, também ficou evidente, as diferenças entre os negros escravizados de etnias diferentes, que muitas vezes rivais, sendo colocados todos juntos em um navio negreiro para serem comercializados. Pois como sabemos a África era um continente onde as tribos tinham por costume entrar em combate com outras rivais, sendo a perdedora escravizada pela vencedora, pois para eles propriedade significava trabalho e mão de obra. Portanto, mesmo antes da chegada dos europeus, era comum a escravização entre os próprios africanos. Contudo, Isso não exime a responsabilidade que os europeus tiveram, pois com o aumento da procura por esse tipo de mão de obra, houve uma catástrofe demográfica onde povos inteiros foram dizimados. É inadmissível legitimar a escravidão de um povo, muito menos por práticas econômicas que os resumissem a simples e barata mercadoria. No entanto, não deve ser apenas umas palavras de ordem, mas sim um profundo aprendizado, necessário a cultura dos povos de todas as raças.

No porão do navio negreiro, os cativos mal conseguem se mover, tinha a fome e as correntes que os paralisam. O sofrimento de um nativo africano começava a partir do momento da sua captura. Nesse entreposto, havia todo o processo de locomoção de um continente ao outro, repleto de angústia, desespero e riscos. Os escravos já capturados em suas comunidades na África eram conduzidos aos portos para serem transportados com destino à América. Entretanto, não podemos deixar de salientar que a população negra também gerava formas de resistência que iam contra o sistema escravista. Não raro, alguns escravos organizavam episódios de sabotagem que prejudicavam a produção de alguma fazenda. Do ponto de vista histórico, temos o exemplo dos quilombos que foram à estratégia de resistência que melhor representou a luta contra a ordem escravocrata. Ao organizarem suas fugas, os negros formaram comunidades no interior das matas conhecidas como quilombos. Nesses espaços, eles conseguiam organizavam uma produção agrícola autônoma.