Para uma história prazerosa e consequente
Por: hapy • 26/8/2017 • Trabalho acadêmico • 4.250 Palavras (17 Páginas) • 174 Visualizações
Com o capitalismo no Brasil e nos maioria dos países de terceiro mundo surge um antagonismo entre escola e trabalho. E multiplicaram se entre os, trabalhadores sem trabalho, estudantes sem estudo, cidadãos sem cidadania.
Para superação destes complexos mecanismos de exclusão faz se urgente a concretização de projetos emancipa tórios que avancem articulando a esfera da produção material com o campo de elaboração simbólica dentro e fora da escola.
Ao fazer a leitura do seu cotidiano, propomos repensar a formação de professores.
Chama-nos a atenção o crescimento do setor terciário e sua diversificação com prestações de serviços.
E mais ainda, estamos despertos para a tendência a antro fobia de empregos, crescimento da economia informal, que vem de mãos dadas com mutações tecnológicas, mantidas a serviço do capitalismo.
Seria possível uma escola, mas negada que a que os trabalhadores freqüentam a noite, discutir a formação do professor nestas escolas é encorpar o debate da cultura de negação e desvinculo ao trabalhador.
O trabalhador supõe com freqüência o subtrabalho e o não trabalho.
Entendermos que questões implícitas na formação de professores requerem que transitemos em um espaço de cultura e crise , em busca de significados coletivos e pessoais com a construção de sujeitos coletivos e pessoais que reconheçam criticamente, própria produção histórica de sua existência.
A questão da escola publica, formação de profissionais e relações entre trabalho e educação foi discutida na pedagogia brasileira no período posterior a ditadura militar.
Mas pouco se tem estudado sobre professor como trabalhador, atravessando suas teorias de conhecimentos e pelos conflitos em sala de aula que interpenetram com conflitos de identidade pessoal e profissional, fazendo que trabalhadores percam vínculos com o trabalho assim os alunos vão se espelhando.
Em escolas publicas noturnas pesquisadas no rio de janeiro vemos condições precárias de manutenção do prédio, vemos paredes onde são fixados os trabalhos pertencentes a escolas regulares diurnas e poucos acessos a bibliotecas e laboratórios.
O aluno vive entre o permitido pela lei e o possível, assim o professor esta imerso em situação semelhante á do aluno.
Assim escola ocorre sob vigilância escrita, mantendo o aluno como modelo com decotes e saias dentro do limite. E os professores com modelo de roupas extremamente recatados..
Esses alunos que freqüentam as escolas pesquisadas carregam e exemplificam uma realidade coletiva que transcende : marcas de classe, sexo,raça,idade e marcas de cultura.
Diante desse quadro devastador vemos como terceira revolução industrial se encaminha para concretizar o que Marx já havia previsto nos grundrisse: que produção material absorveria Mão de obra que concentraria em empregar para cumprimento das funções de vigiar e controlar.
Já em 1982, instituto mercado do trabalho de pesquisa vocacional, do departamento federal do trabalho, estudou tendências de trabalho de 1965 a 2000. Gráfico representado se vê desemprego crescente ate pelo menos 1995.
Essas tendências de desemprego ocorrem mais cruéis em países do terceiro mundo. A negação de equipamentos sociais integradores se traduzem em exclusões de empregos e benefícios sociais, marginalidades e confinamentos fora das leis e de constituições legitimadas oficialmente.
O PIB brasileiro atingiu, em 1990, uma taxa negativa catastrófica: 4,6%. Esta contradição faz retroceder, pela redução drástica de trabalhos oficializados em empregos plenos,os processos de integração na sociedade, possibilita pelo alargamento do parque industrial das décadas anteriores.
Em uma sociedade excludente, tornou se um privilegio, ainda que perverso, tiver garantido um emprego, sinônimo de exploração.
As pseudo escolas vindas na esteira da primeira revolução industrial e destinadas a infância operaria, tais como escolas de fabrica, do meio dia de domingo, cursos noturnos, ensino mútuo, foram observadas por Marx e Engels.
Primeiro passo para aproximarmos da escola do trabalhador, para nela intervir transformadoramente, seja compreender algumas das matrizes da encruzilhada atual da escola publica.
Desta maneira o sucesso da administração empresarial repousa na simplificação dos serviços, pelo seu desmembramento em partes sucessivas, no que qualificação dos trabalhadores, capaz de gerar condições para as decisões, para as iniciativas daqueles que estão produzindo.
Perda de liberdade deveria ser compensada pela possibilidade da conquista da segurança dada pelo emprego e do prestigio e conforto de uma vida abandonada pelo consumismo.
A terceira revolução industrial instalam novo ritmo e provocam ruptura no sistema de ocupação e organização da cultura. Entre essas modificações sobressaem as ameaças de diminuição dos números de trabalhadores e separação entre os incluídos nos benefícios da sociedade e os excluídos para o degredo de suas margens.
Qual seria, portanto trabalho da escola em fazer ninguéns são questões difíceis que devem ser respondidas com articulações por sujeitos coletivos e singulares, dispostos a inventar atalhos para encontrar caminhos para a escola alem de frustrados canais ao mercado de trabalho.
Ao penetramos escolas e conversamos com professores e diretores ouvimos deles que alunos não seriam trabalhadores e sim jovens que devidos a problemas principalmente ligados a indisciplina foram transferidos para os cursos noturnos.
Embora a maioria tenha um trabalho, em condições de subemprego, eles se envergonham disso. E tem embaraço para responderem sobre seu trabalho e sua remuneração.
Nossos alunos de cursos noturnos pertencem ao contingente, que segundo IBGE, configura 31 milhões de jovens vivendo em estado de pobreza, ao lado da juventude miserável que soma 17 milhões. Apenas 10 milhões de brasileiros entre 10 e 17 anos estão acima da miséria e pobreza.
Sabemos que faixa dos 15 aos 17 anos que estão concentrados 67% dos assassinatos arrolados na CPI da câmera federal o qual investiga morte de jovens e crianças o qual confirma extrema fragilidade social e insegurança que perpassa a vida sobretudo jovens marginalizados excluídos da sociedade.
Nas escolas o noturno passa a ser visto, em analogia com as favelas, antro de indisciplinados, que por mais que ofereçam oportunidades, não as aproveitam por desfrutarem de preguiça e da delinqüência como escolha de vida.
Ao aceitar que somente através da escola é possível educação e capacitação para viver em sociedade, trabalhadores negam valor de sua experiência cotidiana, patrimônio histórico de lutas que classe trabalhadora vem acumulando e desconfiam de seu senso.
Quando chegam a escola encontram uma escola descaracterizada; prédio mal conservado,com problemas estruturais, professores demissionários inexistência ou precariedade de material didático etc.
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