Pedro Álvares Cabral
Artigo: Pedro Álvares Cabral. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tchokmor • 5/8/2014 • 6.193 Palavras (25 Páginas) • 264 Visualizações
Pedro Álvares Cabral[A] (Belmonte, 1467 ou 1468 — Santarém, c. 1520) foi um fidalgo, comandante militar, navegador e explorador português, creditado como o descobridor do Brasil. Realizou a primeira exploração significativa da costa nordeste da América do Sul, reivindicando-a para Portugal. Embora os detalhes da vida de Cabral sejam esparsos, sabe-se que veio de uma família nobre colocada na província interior e recebeu uma boa educação formal.
Efígie na moeda de um centavo no Brasl.
Foi nomeado para chefiar uma expedição à Índia em 1500, seguindo a rota recém-inaugurada por Vasco da Gama, contornando a África. O objetivo deste empreendimento era retornar com especiarias valiosas e estabelecer relações comerciais na Índia — contornando o monopólio sobre o comércio de especiarias, então nas mãos de comerciantes árabes, turcos e italianos. Aí sua frota, de 13 navios, afastou-se bastante da costa africana, talvez intencionalmente, desembarcando no que ele inicialmente achou tratar-se de uma grande ilha à qual deu o nome de Vera Cruz (Verdadeira Cruz) e que Pêro Vaz de Caminha faz referência. Explorou o litoral e percebeu que a grande massa de terra era provavelmente um continente, despachando em seguida um navio para notificar o rei Manuel I da descoberta das terras. Como o novo território se encontrava dentro do hemisfério português de acordo com o Tratado de Tordesilhas, reivindicou-o para a Coroa Portuguesa. Havia desembarcado na América do Sul, e as terras que havia reivindicado para o Reino de Portugal mais tarde constituiriam o Brasil. A frota reabasteceu-se e continuou rumo ao leste, com a finalidade de retomar a viagem rumo à Índia.
Nessa mesma expedição uma tempestade no Atlântico Sul provocou a perda de sete navios, as seis embarcações restantes encontraram-se eventualmente no Canal de Moçambique antes de prosseguirem para Calecute, na Índia. Cabral inicialmente obteve sucesso na negociação dos direitos de comercialização das especiarias, mas os comerciantes árabes consideraram o negócio português como uma ameaça ao monopólio deles e provocaram um ataque de muçulmanos e hindus ao entreposto português. Os portugueses sofreram várias baixas e suas instalações foram destruídas. Cabral vingou-se do ataque saqueando e queimando a frota árabe e, em seguida, bombardeou a cidade em represália à incapacidade de seu governante em explicar o ocorrido. De Calecute a expedição rumou para Cochim, outra cidade-estado indiana, onde Cabral fez amizade com seu governante e carregou seus navios com especiarias cobiçadas antes de retornar para a Europa. Apesar da perda de vidas humanas e de navios, a viagem de Cabral foi considerada um sucesso após o seu regresso a Portugal. Os lucros extraordinários resultantes da venda das especiarias reforçaram as finanças da Coroa Portuguesa e ajudaram a lançar as bases de um Império Português, que se estenderia das Américas ao Extremo Oriente.[B]
Cabral foi mais tarde preterido quando uma nova frota foi reunida para estabelecer uma presença mais robusta na Índia, possivelmente como resultado de uma desavença com Manuel I. Tendo perdido a preferência do rei, aposentou-se da vida pública, havendo poucos registros sobre a parte final de sua vida. Suas realizações caíram no esquecimento por mais de 300 anos. Algumas décadas depois da independência do Brasil de Portugal, no século XIX, a reputação de Cabral começou a ser reabilitada pelo Imperador Pedro II do Brasil. Desde então, os historiadores têm discutido se Cabral foi o descobridor do Brasil e se a descoberta foi acidental ou intencional. A primeira dúvida foi resolvida pela observação de que os poucos encontros superficiais feitos por exploradores antes dele mal foram notados e em nada contribuíram para o desenvolvimento e a história futuros da terra que se tornaria o Brasil, única nação das Américas onde a língua oficial é o português. Quanto à segunda questão, nenhum consenso definitivo foi formado e a hipótese de descoberta intencional carece de provas sólidas. Não obstante, embora seu prestígio tenha sido ofuscado pela fama de outros exploradores da época, Cabral é hoje considerado uma das personalidades mais importantes da Era dos Descobrimentos.
Biografia
Primeiros anos
Criado como membro da nobreza portuguesa,2 3 Cabral foi enviado à corte do rei D. Afonso V em 1479, quando tinha cerca de 12 anos. Educou-se em humanidades e foi treinado para lutar e pegar em armas4 . Tinha cerca de 17 anos de idade em 30 junho de 1484, quando foi nomeado moço fidalgo (um título de menor importância normalmente concedido a jovens nobres) pelo rei D. João II4 .
Os registros de suas ações antes de 1500 são extremamente incompletos, mas Cabral pode ter excursionado pelo norte da África, tal como haviam feito seus antepassados e era comumente feito por outros jovens nobres de sua época5 6 . O rei D. Manuel I, que tinha ascendido ao trono dois anos antes, concedeu-lhe um subsídio anual no valor de 30 mil reais em 12 de abril de 14977 8 . Na mesma época, recebeu o título de fidalgo do Conselho do Rei e foi nomeado Cavaleiro da Ordem de Cristo8 . Não há nenhuma imagem ou descrição física detalhada de Cabral contemporâneas à sua época. Sabe-se que era forte9 e igualava seu pai em altura (1,90 metros)10 11 12 . O caráter de Cabral tem sido descrito como culto, cortês,12 prudente,13 generoso, tolerante com os inimigos,14 humilde,9 mas também vaidoso12 e muito preocupado com o respeito que sentia que sua nobreza e posição exigiam15 .
Descobrimento do Brasil
Ver artigo principal: Descoberta do Brasil
Capitão-mor
Rota seguida por Cabral de Portugal para a Índia em 1500 (em vermelho) e a rota de retorno (em azul).
Em 15 de fevereiro de 1500, Cabral foi nomeado capitão-mor de uma expedição à Índia.14 16 17 Era costume da época a Coroa Portuguesa nomear nobres para comandar expedições navais e militares, independentemente da experiência ou competência profissional deles.18 Este foi o caso dos capitães dos navios comandados por Cabral — a maioria era nobre como ele.19 Esta prática era arriscada, uma vez que a autoridade poderia cair nas mãos de pessoas altamente incompetentes e incapacitadas como poderia também cair nas mãos de líderes talentosos como Afonso de Albuquerque ou João de Castro.20
Poucos detalhes a respeito dos critérios utilizados pelo governo português para escolher Cabral como chefe da expedição à Índia sobreviveram ao tempo. No decreto real
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