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Quilombas

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Por:   •  15/10/2014  •  Relatório de pesquisa  •  3.267 Palavras (14 Páginas)  •  215 Visualizações

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Quilombos

Significado da palavra

A palavra quilombo vem de “ochilombo”, de um dialeto banto, até hoje falado por certos povos em Angola, de onde veio a maioria dos escravos brasileiros. Designava acampamento usado por populações nômades. No Brasil, deu nome aos núcleos de resistência à escravidão.

Os quilombolas, então, são os descendentes dos habitantes dos quilombos. Em sua maioria, formada por escravos negros que fugiram do cativeiro na época da escravidão no Brasil. Eles escapavam dos engenhos de cana-de-açúcar ou fazendas de café e se refugiavam nos quilombos, locais de resistência e proteção. Os antigos escravos formaram comunidades em torno destes núcleos e as comunidades hoje, mais de cem anos depois do fim da escravidão, recebem o nome de quilombolas, áreas de quilombolas ou territórios de quilombolas.

Há áreas de quilombolas espalhadas por todo o país, em 24 dos 27 estados da federação. Somam mais de mil comunidades, segundo a Comissão Pró-Índio. Mas, em algumas regiões, a concentração deles é maior. Na Bahia, os maiores agrupamentos de quilombolas estão concentrados no Recôncavo Baiano, nos municípios de Cachoeira, Maragogipe e Santo Amaro. No Pará, existe o maior número de terras demarcadas e tituladas de quilombolas, 34. O segundo estado com mais terras demarcadas é o Maranhão, com 20.

Muitos quilombolas têm línguas próprias, formadas da fusão entre os dialetos do escravos negros trazidos da África e o português. Como o cupópia, do Quilombo de Cafundó, em Salto de Pirapora, no interior de São Paulo. Este idioma foi registrado cientificamente, pela primeira vez, em 1978, quando contava 40 falantes. Atualmente são 12 falantes de cupópia, dos 80 habitantes de Cafundó.

A escravidão no Brasil

A escravidão foi uma forma de relação social adotada no Brasil dos tempos de colônia, de 1500 a 1822, até a época do Império, de 1822 a 1888, um ano antes da proclamação da República. Negros trazidos da África formavam o maior contingente de escravos. Havia também alguns índios, principalmente, naAmazônia. Os escravos trabalhavam forçadamente em atividades ligadas à agricultura, principalmente a cana-de-açúcar e, também, à mineração. Antes da abolição da escravatura pela então princesa Isabel com a Lei Áurea, foram criadas leis mitigadoras do problema como a Lei do Ventre Livre, que dava liberdade aos filhos de escravos. Na verdade, essas leis pouco ajudavam já que esses libertos não tinham para onde ir. Com a Lei Áurea, o problema continuou. Muitos tiveram que aceitar as condições sub-humanas dos seus antigos senhores. Outros migraram para cidades e acabavam mendigando e ainda alguns preferiram viver nos quilombos. Essa mão-de-obra escrava foi substituída, aos poucos, por imigrantes europeus e asiáticos.

História dos quilombos

De acordo com a antropóloga Daniela Carolina Perutti, da Universidade de São Paulo, “os quilombos eram organizações de resistência e luta contra uma sociedade escravocrata. Por isto, traziam em sua proposta uma organização social mais justa.”

Se atualmente existem mais de mil comunidades quilombolas, no tempo da escravidão (1500 a 1888), devem ter existido muito mais do que 2 mil quilombos, calcula Daniela. A Fundação Palmares, órgão ligado ao Ministério da Cultura, para promover e valorizar a cultura afro-brasileira tem uma estimativa bem superior, de cerca de 3 mil áreas de remanescentes de quilombo no Brasil, das quais 500 já são reconhecidas pelo governo. Existiam os quilombos em áreas rurais e também, aqueles em áreas urbanas, que ficavam nas periferias de grandes cidades da época, como Salvador, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Os “mocambos”, “quilombos”, “comunidades negras rurais” e “terras de preto”, os vários nomes dessas áreas de resistências, tiveram origens diversas. Uns foram criados em fazendas falidas. Outros pelas doações de terras para ex-escravos. Algumas terras foram compradas pelos escravos alforriados. Outros ganharam áreas como reconhecimento da prestação de serviços de escravos em guerras (Balaiada, Paraguai). Houve ainda algumas que eram terras de ordens religiosas deixadas a ex-escravos no início da segunda metade do século 18.

As histórias das cerca de mil comunidades quilombolas do país é conservada, em grande parte, pela comunicação oral. Por isso, a história dessas comunidades vai se perdendo com o tempo.

As festas populares, a culinária, a devoção a determinados santos e algumas lendas e mitos são mantidas. Mas a sua explicação e significado perdem-se na linha do tempo, quando os moradores mais velhos dos quilombolas morrem.

A maioria dos quilombolas não conhece realmente sua identidade afro-brasileira. Muitos não sabem que existem outras comunidades com as mesmas origens, vivendo situações semelhantes.

Um dos quilombos mais conhecidos é o Quilombo dos PALMARES

História e características do quilombo dos Palmares

O Quilombo dos Palmares foi um dos mais importantes quilombos do Período Colonial da História do Brasil. Ele surgiu e se desenvolveu na antiga capitania de Pernambuco, na região da Serra da Barriga.

O auge do Quilombo dos Palmares foi a segunda metade do século XVII, embora tenha surgido no final do século XVI.

Era constituído por quilombolas (escravos fugitivos das fazendas que viviam nos quilombos) que tinham sido escravos em fazendas das capitanias da Bahia e Pernambuco.

Tornou-se símbolo da resistência negra à escravidão.

Organização

O Quilombo dos Palmares era composto por vários mocambos (núcleos de povoamento). Os principais foram: Subupira, Macaco e Zumbi. De acordo com historiadores, o Quilombo de Palmares atingiu de 15 a 20 mil quilombolas na segunda metade do século XVII.

Economia

Os quilombolas de Palmares viviam basicamente da agricultura de subsistência, da pesca e caça. Plantavam milho, banana, feijão, mandioca, laranja e cana-de-açúcar. Faziam também artesanato com cerâmica, tecido palha e até metais.

Organização política e lideranças

Alguns historiadores acreditam que o Quilombo dos Palmares tinha uma organização política semelhantes aos reinos africanos, ou seja, poder centralizado nas mãos de um líder. Ganga Zumba e Zumbi foram os líderes mais conhecidos deste quilombo.

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