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Resenha Do Filme Uma Cidade Sem Passado

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Por:   •  23/12/2014  •  1.378 Palavras (6 Páginas)  •  446 Visualizações

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RESENHA DO FILME “UMA CIDADE SEM PASSADO”

No filme Uma Cidade sem Passado de Michael Verhoeven, baseado em fatos reais, a estudante Sonya Rosemberger ao participar de um concurso de redação, cujo tema era Minha cidade durante o III Reich depara-se com essa dificuldade quando ela inicia as pesquisas sobre o tema sem conseguir facilmente acesso aos arquivos municipais do período e encontrando resistência das pessoas que solicitava depoimentos acerca do tema. Existem duas versões para um mesmo acontecimento histórico. Uma proveniente de documentos escritos e monumentos que são cuidadosamente analisados através de métodos científicos. É a história oficial aceita pelo Estado e imposta por ele, por uma classe dominante, ou pela igreja. A outra constitui-se na memória coletiva que transmite informações de acontecimentos e culturais através da oralidade. Esta transmissão é uma tentativa de manter uma cultura viva ou um fato importante como lembrança à geração atual. É também uma forma de os mortos terem sua última chance de falar. Porém, o Estado ou uma classe dominante poderosa pode tentar suprimi-la ou apagar parte dela em detrimento do que eles consideram como a versão histórica oficial.

Chama atenção que a própria personagem principal inicia a narrativa. Isso dá a impressão de que ela mesma busca recuperar de sua memória o acontecimento mais importante de sua vida. As cenas do passado são em preto e branco, enquanto as de sua época atual são coloridas. O diretor pode ter escolhido esse aspecto de filmagem para situar o espectador em cada época que a filmagem transcorre ou chamar a atenção.

O filme passa-se na Alemanha de 1970. Ele inicia com a personagem principal chamada Sonya narrando a história e mostrando os locais em que viveu. É o período da guerra fria. O país está dividido em dois e um muro corta ao meio a capital Berlim, separando o lado comunista do capitalista. Ela mora com os pais na denominada Alemanha Ocidental, numa cidade chamada Pfilzing. Lá, estuda numa escola tradicional, onde sua mãe leciona Religião e as normas de comportamento eram extremamente conservadoras. Sua família mora no mosteiro A garota interessa-se em participar de um concurso de redação após convite de uma professora. Vence-o e decide participar pela segunda vez. A temática a qual ela escolheu foi sobre sua cidade durante a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, a menina começou a sondar parentes e amigos sobre um padre que havia sido fuzilado por ser contra as leis racistas. Eles recomendaram que falasse com um de seus professores, mas em vão. O mesmo resultado a jovem estudante obteve ao procurar por informações na biblioteca da escola. O curador do local respondeu-lhe que ali só havia obras teológicas. Sonya tentou o Arquivo Municipal, mas não conseguiu acesso. Sua avó passou a contar o que sabia sobre sua vivência daquela época e a aconselhá-la a todo momento. Os depoimentos dela indicavam a possibilidade de famílias da elite local, dos seus políticos atuais e da igreja terem cometido atrocidades em favor do nazismo. Graças a isso, a persistência e a curiosidade, a neta lançou-se para mais tentativas frustrantes de entrevista. A partir daí, sua busca tornava-se o trabalho acadêmico da sua vida. O tempo passa. Ela se casou com o seu ex-professor de física, tem filhos e na universidade continua a procurar por informações que provem o que está hipotetizando. Procurou por novos dados nos jornais daquele período que noticiavam padres denunciando judeus. Seu marido descobriu que o ex-professor de história dela apoiava o nazismo. A jovem agora acadêmica conseguiu mais oportunidades de entrevistas. As barreiras de acesso a documentos continuaram. O prefeito era um dos que mais dificultavam o trabalho. A família de Sônia começou a receber ameaças por telefone devido aos possíveis resultados dele que ameaçavam a manutenção da ideia de integridade de várias pessoas da cidade. Sonya processa a cidade para conseguir acesso aos documentos necessários à pesquisa, porém ela apenas consegue a liberação quando levou a imprensa televisiva ao local exigindo a liberação deles. Tempos depois, ela apresentou a conclusão da pesquisa na universidade da localidade. Houve gente da elite, membros atuais do governo local e religiosos envolvidos com crimes nazistas. Recebe um prêmio que se negou a aceitar, pois questionou a quem o dava sobre se tinha medo de que ela desenterrasse mais coisas obscuras. Estava desesperada naquele evento. Relembra de sua época de adolescente e busca, com o filho nos braços, um refúgio na memória: a árvore dos milagres, onde todos faziam pedidos e orações a Deus. Representava sua sabedoria.

Essa cinematografia demonstrou as principais características à condução de uma pesquisa historiográfica. Primeiramente, ela teve um motivo que foi o concurso de redação e depois uma perturbação, devido ao silêncio e as barreiras, as quais ela se deparou. Durante o transcorrer da narrativa, percebeu-se que Sonya utilizou métodos denominados convencionais e outros modernos de exploração histórica. Os primeiros foram os documentos escritos como os jornais da Segunda Guerra Mundial e os do Arquivo Municipal que conseguiu com muita dificuldade,

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