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Resenha Do Livro "A Sociedade Dos Indivíduos", De Norbert Elias

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Por:   •  10/1/2015  •  3.016 Palavras (13 Páginas)  •  7.389 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

Campus Jaguarão

Sociologia

Vagner Silva da Cunha

Resenha do livro “A sociedade dos indivíduos”, de Norbert Elias, por Rosana das Neves Botelho, Renata de Paiva Tavares, Luís Felipe Ecker.

Norbert Elias sociólogo alemão nasceu em Breslau em 22 de junho de 1897, de família judaica, precisou, quando Hitler se tornou chanceler da Alemanha, fugir e exilar-se na França em 1933, posteriormente estabeleceu-se na Inglaterra onde passou grande parte de sua vida. Infelizmente seus trabalhos tiveram reconhecimento tardiamente.

As obras de Elias destacaram-se por tratar da relação entre poder, comportamento, emoção, abarcando conhecimento sociológico, psicológico, antropológico e histórico. Formou-se nas universidades de Breslau e Heidelberg, lecionou na Universidade de Leicester durante sete anos (1945-52) ainda foi professor visitante na Alemanha, Holanda e Gana. O reconhecimento tardio veio apenas na década de 70 com a publicação de A sociedade de corte. Tendo ainda outros livros como, Os alemães, Os estabelecidos e os outsiders, Mozart: sociologia de um gênio, A peregrinação de Watteau à Ilha do Amor, O processo civilizador (2 vols.), Sobre o tempo, A sociedade dos indivíduos e A solidão dos moribundos.

A obra mais conhecida e dada como uma das mais importantes foram os dois volumes de O Processo Civilizador (Über den Prozess der Zivilisation), publicado em 1939, sendo traduzido para o inglês em 1969. O primeiro volume traça os acontecimentos históricos do habitus europeu, conceito-substância “sentimento” e “razão”, uma espécie de estrutura psíquica de cada indivíduo que é moldada pelas atitudes sociais. A principal questão de Elias no processo civilizador é o processo de individualização e formação dos Estados Nacionais, entre as mudanças em longo prazo.

Elias trabalhou padrões europeus pós-medievais como violência, comportamento sexual, funções corporais, tempo, as profissões, o futebol, formas de discurso. Elias não entendia o processo civilizador em termos metafísicos, como se a evolução social fosse devido a um progresso automático e específico.

Sendo tardiamente descoberto Elias trouxe para a sociologia conceitos novos, ideias novas, novas abordagens a respeito do desenvolvimento da sociedade e das mudanças históricas, do desenvolvimento dos indivíduos individual e socialmente. Criticava as correntes que objetivavam a pesquisa no indivíduo assim como a pesquisa na sociedade. Elias morreu em Amsterdã, um de agosto de 1990.

INTRODUÇÃO

Norbert Elias: A sociedade dos indivíduos

Na “A sociedade dos indivíduos”, Norbert Elias buscará desenvolver a compreensão da emergência da sociedade moderna. Elias relacionará três estruturas que considera fundamental para tal compreensão: estrutura social, estrutura histórica e estrutura psíquica. Norbert Elias irá transcorrer sobre o conceito de sociedade, de indivíduo, e de como se dão as relações destes dentro da sociedade e em relação à estrutura social. A sociedade se constitui no conjunto das relações entre os indivíduos e só existe porque um grande número de pessoas quer e faz certas coisas, isoladamente, as quais continuam a funcionar independentemente das intenções particulares fazendo com que as grandes transformações históricas independam da estrutura e de como ela se transforma.

Ao examinarmos o modo como as ciências sociais têm tratado estas estruturas defrontamo-nos com dois campos opostos. Por um lado temos uma abordagem das formações sócio-históricas como se tivessem sido concebidas, planejadas e criadas, tal como agora se apresentam ao observador retrospectivo, por diversos indivíduos ou organismos. Sua argumentação se baseia em que a finalidade da linguagem é a comunicação entre as pessoas, ou que a finalidade do Estado é a manutenção da ordem como resultado de um pensamento racional. O campo oposto despreza essa maneira de abordar as formações históricas e sociais. Para seus integrantes o indivíduo não desempenha papel algum, seus modelos conceituais são primordialmente extraídos das ciências naturais, em particular, da biologia. Com isto a sociedade é concebida como uma entidade orgânica supra individual que avança inevitavelmente para a morte, atravessando etapas de juventude, maturidade e velhice - enquanto no primeiro campo continua obscuro o estabelecimento de uma ligação entre os atos e objetivos individuais e suas transformações sociais inerentes, no segundo não se tem clareza de como vincular as forças produtoras dessas formações as metas e aos atos dos indivíduos, quer essas forças sendo vistas como anonimamente mecânicas ou como supra individuais baseadas em modelos panteístas.

Já a psicologia defronta-se com duas propostas. Por um lado se trabalha o indivíduo como algo singular que pode ser completamente isolado e que busca elucidar a estrutura de suas funções psicológicas independentemente de suas relações com as demais pessoas. Por outro lado, encontram-se correntes na psicologia social que não conferem nenhum lugar apropriado às funções psicológicas do indivíduo singular, tratando o indivíduo como um produto do meio social. A sociedade se afigura neste caso como uma acumulação aditiva de muitos indivíduos. As formações sócio-históricas possuem uma alma que transcende a alma dos indivíduos. Para Elias, essas abordagens criam uma antinomia absoluta entre o indivíduo e a sociedade.

Para Elias, três metáforas históricas tentaram superar esta autonomia. Essas metáforas servem como modelos de interpretação e que são colocados pelo autor como instrumento para uma posterior reconstrução da teoria antropológica interpretativa dos conceitos de indivíduo e de sociedade.

PARTE I

A sociedade dos Indivíduos

De acordo com Norbert Elias a sociedade é uma porção de pessoas juntas onde não foi planejado por nenhum indivíduo. Mas que tipo de formação é essa que compomos em conjunto que não foi pretendida ou planejada por nenhum de nós e nem por todos nós juntos? O autor fala que essa sociedade só existe porque há um grande número de pessoa se que só existe a funcionar, pois muitas pessoas isoladamente querem e fazem certas coisas em comum, entretanto essas estruturas independem das intenções de qualquer pessoa em particular.

Entretanto como estes indivíduos formam uma sociedade e como sucede a essa sociedade modificar-se de maneiras específicas, ter uma história que segue curso

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