Resenha Filme Philomena

História e Cinema

FILME: Philomena

DIREÇÃO: Stephen Frears 

ANO: 2014

TEMA: Religião Irlandesa (baseada em fatos reais)

Apresentação: Alan, Bruna, Keli, Luciana e Marceane

        O filme Philomena foi baseado em uma impressionante história real, vivida por uma jovem irlandesa que abre o sombrio baú da Igreja Católica da Irlanda narrando a sua experiência vivida. Dirigido pelo britânico Stephen Frears, o longa retrata a luta de uma mãe para encontrar seu filho, arrancado de seus braços a décadas atrás. Durante a busca, Judi Dench atriz que interpreta Philomena é auxiliada pelo jornalista Martin Sixsmith (Steve Coogan), com quem desenvolve uma sincera amizade.

        Estamos no ano de 1950, Philomena é uma jovem irlandesa que como a maioria das jovens em sua idade é atraída pelo sexo oposto. Ela aventura-se se entregando aos prazeres da carne. Mal imaginava a “infeliz” conseqüência que tal atitude a levaria. Ao engravidar, o pai toma a atitude de enviá-la a um convento. As freiras costumadamente cuidavam das crianças, em troca do trabalho escravo da mãe, geralmente jovens de 14 anos de idade, e de uma compulsória "concordância" em oferecê-las para adoção. Cabe atentar ao martírio do parto, como castigo, as freiras não prestavam assistência às suas dores, a alegação se tratava como penitência pela sua luxúria e, muitas garotas não resistiam.  Philomena sobreviveu e viu o seu garoto ser arrancado de seus braços.

        O tempo passou, quando o menino estaria completando 50 anos Philomena (Judi Dench) resolve reencontrá-lo. Depois de tantos anos, já adulta, ela havia saído do convento formou-se em enfermagem, casou-se e teve mais dois filhos. De antemão pode-se caracterizá-la como uma mulher resistente, mas a sua fibra forte destacasse na medida em que ela de uma forma tão doce vive e troca experiência com o jornalista Martin, que vê isso como um interesse humano, decide ajudá-la na busca pelo filho.

        A narrativa a partir deste momento, é norteada pelas inquietações de Martin, o jornalista ateu, em não entender que mesmo diante de tamanha crueldade Philomena não perdera a fé e nem deixara de defender a igreja. Para tanto estacam-se as alfinetadas certeiras contra a Igreja Católica, a grande vilã da história, além de passar pela questão da homossexualidade e do regime republicano.

        Ao longo das descobertas é possível presenciar a distinta forma nas narrativas se comparadas com outros filmes de drama, o longa traz um diálogo por vezes engraçado, esperto e irônico, imagina-se que uma opção de temperar a história.

        Philomena é um filme que desperta sentimentos maternos, de perdas, resistências e abandonos; faz-nos ficar atônitos com tamanha crueldade partida de uma parte (Igreja) que deveria ser o consolo, o acalento e o refúgio. Essa maldade subjugada leva o espectador a descrer dos dogmas e doutrinas da Igreja Católica, fazendo-o criticar, julgar e, por não poucas vezes, querer entender o porquê de tanta selvageria humana.