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Revolução Alemã

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Por:   •  11/11/2013  •  2.482 Palavras (10 Páginas)  •  222 Visualizações

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Revolução Alemã – 1918 ~ 1923

Introdução

Há 90 anos a revolução proletária chegava a seu auge trágico com as lutas na Alemanha de 1918-19. Depois da revolução vitoriosa de Outubro 1917 na Rússia, a Alemanha passou a ser o principal campo de batalha da revolução mundial. Aí a batalha decisiva foi travada e perdida. O movimento revolucionário na Alemanha quase conseguiu provocar a queda da dominação de classe da burguesia alemã.

Mas de que revolução alemã trata-se? Até na própria Alemanha muitos operários nada sabem deste acontecimento. A contra-revolução, notadamente sob sua forma nazista e stalinista, afetou em muito a memória coletiva do proletariado. Será que realmente houve uma revolução alemã? Para responder essa pergunta, deixemos os eventos históricos falarem por eles mesmos.

Traição da social-democracia, dos sindicatos e da retomada da luta de classe

A onda revolucionária mundial iniciou como oposição à Guerra; e isso simplesmente dois ou três anos depois da maior derrota política do movimento operário. Essa foi constituída pela queda da internacional socialista pela traição da maior parte dos partidos social-democratas que votaram a favor dos créditos de guerra, avalizando assim sua aprovação à guerra e seu alistamento a um campo imperialista. Os sindicatos assumiram essa política, mobilizando o proletariado no massacre dos seus irmãos de classe além das fronteiras.

Para os revolucionários de então, era importante que fosse a classe operária que colocasse um termo à guerra pela revolução. Qualquer outro cenário de final de guerra teria significado somente um "cessar-fogo" até a próxima guerra.

Em 1917 na Alemanha, já tinha acontecido greves massivas em solidariedade com a revolução russa. Em 1918, o proletariado na Rússia esperava ardentemente a revolução na Alemanha, perspectiva apoiada pela existência de greves massivas estourando nas grandes cidades. Entretanto, isso era somente o prelúdio da revolução. Os soldados cansavam da guerra, muitos desertavam enquanto a população na retaguarda sofria de fome.

E a revolução estourou não em Berlin onde se podia esperá-la, mas no litoral, em Wilhelmshaven.

Ao estourar, a revolução coloca um termo à guerra

No dia 4 de novembro 1918, uma parte dos marinheiros da frota se sublevou. Os rebeldes foram levados para Kiel onde a execução os esperava. O que aconteceu em reação a isso para impedir tal fim trágico? A solidariedade se expressou concretamente e foi estimulada por essa outra parte dos marinheiros que não participaram nesse primeiro ato da rebelião. Passaram três dias em discussão, com os operários e os estivadores, sobre o que fazer. No terceiro dia, milhares de operários se juntaram a eles numa grande passeata de demonstração de força.

Era o início da revolução cujo destino devia ser decidido em Berlim. Já chegavam à capital as tropas contra-revolucionarias que tinham sido utilizadas com êxito para massacrar a revolução finlandesa.

Em Berlim, no dia 9 de novembro, mais de 100.000 operários saíram das fábricas na madrugada, dirigindo-se para o centro da cidade. Fizeram paradas no caminho para arrastar massas operárias e também diante dos quartéis. Esperavam o pior, mas, apesar disso, a determinação era grande para tentar convencer os soldados. Havia cartazes dizendo "Irmãos, não atirem!". A tensão aumentava e os soldados abriram os quartéis, ajudaram a erguer a bandeira vermelha e acompanharam as massas. A guerra foi encerrada e iniciou a revolução alemã. Mas a dominação do capital não estava ainda derrubada.

O SPD, pilar da resistência ao desenvolvimento da revolução

Ao meio dia, diante da pressão das massas reunidas na frente do Reichstag, o reformista Scheidemann - traidor - proclamou a república alemã livre. Pouco tempo depois, Karl Liebknecht e outros prisioneiros que tinham sido libertados pelo proletariado revolucionário, estavam com 100 000 operários na frente do palácio do imperador. Proclamou a república socialista e chamou à luta pela revolução mundial. Nesse intervalo, os delegados de fábrica ocupavam uma sala do Reichstag redigindo um chamamento aos soldados e operários de Berlim para que elegessem, no dia seguinte, delegados ao conselho de operários e soldados. O conselho nomeou um governo socialista provisório sob a direção de Friedrich Ebert, chefe da fração reformista - traidora -da social-democracia.

À noite do mesmo dia, Ebert assinava um acordo secreto com o alto comando geral militar com a finalidade de esmagar a revolução.

Era o final da dominação imperial na Alemanha, por enquanto a batalha real entre proletariado e o capital estava ainda à frente.

Apesar da revolução do dia 9 de novembro ter sido liderada pelos operários, Rosa Luxemburgo chamou essa primeira fase de "revolução dos soldados", pois a principal preocupação tinha sido a paz. Uma vez a guerra acabada, a revolução tinha de enfrentar as ilusões dos soldados e operários na social-democracia. Richard Müller, delegado de fábrica e que, como Trotski na Rússia foi eleito presidente do conselho geral dos operários e soldados, confirmou que, nas reuniões do conselho, muitos soldados estavam quase para linchar qualquer revolucionário estigmatizando a social-democracia como contra-revolucionária.

Apesar disso, segundo os revolucionários, a revolução se mantinha proletária, pois tinha criado conselhos operários e de soldados, os próprios órgãos de poder. A própria existência destes órgãos, apesar de serem dominados pela social-democracia, constituía uma declaração de guerra aos próprios órgãos de poder na Alemanha. Isso significava o começo da guerra civil na Alemanha. A questão fundamental era: Serão os conselhos e a classe operária capazes de impulsionar para diante o projeto revolucionário? O tempo jogava a favor do proletariado, pois era cada vez mais claro que, apesar do fim da guerra, seus problemas não deixavam de exigir uma solução urgente: a fome, a inflação, as reduções de salário, a aceleração do desemprego, etc.

No final de 1918, foi realizado o congresso do Spartakusbund e dos comunistas internacionalistas da Alemanha (Esquerda de Bremen). Foi o congresso de fundação do KPD.

As reivindicações econômicas tinham jogado um papel secundário durante a revolução de novembro. Precisava da segunda fase caracterizada pela luta massiva do conjunto do proletariado combinando as reivindicações econômicas

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