Santafé De Bogotá

Declaração de Santafé de Bogotá e Promoção da Saúde

A Declaração de Santafé de Bogotá foi uma conferência à promoção da saúde na América Latina, teve com enfoque estratégico os determinantes da saúde mais do que as consequências em termos da doença. Em resumo, o que se pretendia era facilitar os mecanismos para que as pessoas possam melhorar suas condições de vida. Visavam estimular ambientes mais favoráveis à saúde. Ao analisar a situação da saúde, ambiente físico, social, econômico e político no final da década de 80 e início dos anos 90, estipulando metas de saúde para facilitar o acesso a todos, conciliando os interesses econômicos e os propósitos sócias de bem-estar para todos, assim como trabalhar pela solidariedade e equidade social, condições indispensáveis para a saúde e o desenvolvimento.

A promoção da saúde destaca a importância da participação ativa das pessoas nas mudanças das condições sanitárias e na maneira de viver, condizentes com a criação de uma cultura de saúde. Dessa forma, o repasse de informação e a promoção do conhecimento consolidam valiosos instrumentos para a participação e as mudanças dos estilos de vida nas comunidades.

A análise da sociedade atual na qual se inscreve o Sistema Único de Saúde, é atualmente marcada por valores individualistas e mercantilistas, apontando a forte necessidade de fortalecimento do Sistema de acordo com as metas organizadas durante o Movimento da Reforma Sanitária, ou seja: como projeto coletivo que compõe um dos pilares para a conquista de uma sociedade justa e democrática.

As ações de educação para Promoção de Saúde não podem ser elaboradas fora de uma situação real da vida, de uma visão desveladora das relações do processo saúde-doença, com as condições de trabalho, de alimentação, de lazer, da relação do homem com o meio ambiente que o cerca, de educação e de participação social.

Dentro deste quadro, e associando suas ações com os modos de ver, se sentir e de responder às situações de vida dos homens envolvidos nessa realidade, é que surgirão condições para as mudanças desejáveis.

Os valores e princípios presentes nas práticas populares de cuidado contribuem significativamente para a promoção da autonomia do cidadão no que diz respeito à sua condição de sujeito de direitos, autor de seus projetos de saúde e modos de andar a vida. Já na Declaração de Santa Fé de Bogotá (1992), a autonomia das populações é destacada indicando o compromisso em fortalecer a capacidade da população nas tomadas de decisões que afetem sua vida e para optar por estilos de vida saudáveis, assim como, estimular o diálogo entre diferentes culturas de modo que o processo de desenvolvimento da saúde se incorpore ao conjunto do patrimônio cultural da região.