Saude Publica No Brasil
Pesquisas Acadêmicas: Saude Publica No Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lindinalvaasm • 4/10/2014 • 8.591 Palavras (35 Páginas) • 520 Visualizações
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL
Uma pequena revisão
Marcus Vinícius Polignano
INTRODUÇÃO
A crise do sistema de saúde no Brasil está presente no nosso dia a dia
podendo ser constatada através de fatos amplamente conhecidos e divulgados
pela mídia, como :
· filas frequentes de pacientes nos serviços de saúde;
· falta de leitos hospitalares para atender a demanda da população;
· escassez de recursos financeiros, materiais e humanos para manter os
serviços de saúde operando com eficácia e eficiência;
· atraso no repasse dos pagamentos do Ministério da Saúde para os serviços
conveniados;
· baixos valores pagos pelo SUS aos diversos procedimentos médicoshospitalares;
· aumento de incidência e o ressurgimento de diversas doenças transmissíveis;
· denúncias de abusos cometidos pelos planos privados e pelos seguros de
saúde .
Como analisar e compreender toda esta complexa realidade do setor de
saúde no país?
Para que possamos analisar a realidade hoje existente é necessário
conhecer os determinantes históricos envolvidos neste processo .Assim como
nós somos frutos do nosso passado e da nossa história, o setor saúde também
sofreu as influências de todo o contexto político-social pelo qual o Brasil passou
ao longo do tempo.
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Para analisarmos a história das políticas de saúde no país faz-se necessário
a definição de algumas premissas importantes, a saber:
1. a evolução histórica das políticas de saúde está relacionada diretamente a
evolução político-social e econômica da sociedade brasileira, não sendo
possível dissociá-los;
2. a lógica do processo evolutivo sempre obedeceu à ótica do avanço do
capitalismo na sociedade brasileira, sofrendo a forte determinação do
capitalismo a nível internacional;
3. a saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do estado brasileiro,
sendo sempre deixada no periferia do sistema, como uma moldura de um
quadro, tanto no que diz respeito a solução dos grandes problemas de saúde
que afligem a população, quanto na destinação de recursos direcionados ao
setor saúde.
Somente nos momentos em que determinadas endemias ou epidemias se
apresentam como importantes em termos de repercussão econômica ou social
dentro do modelo capitalista proposto é que passam a ser alvo de uma maior
atenção por parte do governo, transformando-se pelo menos em discurso
institucional, até serem novamente destinadas a um plano secundário, quando
deixam de ter importância.
Podemos afirmar que de um modo geral os problemas de saúde tornam-se
foco de atenção quando se apresentam como epidemias e deixam de ter
importância quando os mesmos se transformam em endemias.
4. as ações de saúde propostas pelo governo sempre procuram incorporar
os problemas de saúde que atingem grupos sociais importantes de regiões socioeconômicas
igualmente importantes dentro da estrutura social vigente; e
preferencialmente tem sido direcionadas para os grupos organizados e
aglomerados urbanos em detrimento de grupos sociais dispersos e sem uma
efetiva organização;
5 . a conquista dos direitos sociais (saúde e previdência) tem sido sempre
uma resultante do poder de luta, de organização e de reivindicação dos
trabalhadores brasileiros e, nunca uma dádiva do estado, como alguns governos
querem fazer parecer.
6 . devido a uma falta de clareza e de uma definição em relação à política
de saúde, a história da saúde permeia e se confunde com a história da
previdência social no Brasil em determinados períodos.
7. a dualidade entre medicina preventiva e curativa sempre foi uma
constante nas diversas políticas de saúde implementadas pelos vários governos.
A seguir passaremos a analisar as políticas de saúde no Brasil de acordo com
os períodos históricos.
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1500 ATÉ PRIMEIRO REINADO
Um país colonizado, basicamente por degredados e aventureiros desde o
descobrimento até a instalação do império, não dispunha de nenhum modelo de
atenção à saúde da população e nem mesmo o interesse, por parte do governo
colonizador (Portugal) , em criá-lo.
Deste modo, a atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da terra
(plantas, ervas) e, àqueles que, por conhecimentos empíricos (curandeiros),
desenvolviam as suas habilidades
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